© Direitos Reservados

António Carlos Cortez

BIO (3.ª pessoa)

António Carlos Cortez é poeta, ensaísta e crítico literário no Jornal de Letras, com a coluna «Palavra de Poesia», e colaborador das revistas Colóquio-Letras e Relâmpago. É professor de Literatura Portuguesa.

Tem poemas seus traduzidos em diversas línguas europeias. Está antologiado em várias coletâneas. De destacar Escribiré en el Piano – 101 poemas portugueses, México, 2015. Membro da direcção do PEN Clube Português.

Livros publicados: Ritos de Passagem (1999); Um Barco no Rio (2002); A Sombra no Limite ( 2004); À

Flor da Pele (2008); Depois de Dezembro (2010 – Prémio Sociedade Portuguesa de Autores, 2011); Linha de Fogo (2012); O Nome Negro (2013); O Tempo Exacto – uma antologia (2015); A Dor Concreta – antologia pessoal (2016 – Prémio Poesia Teixeira de Pascoaes da Associação Portuguesa de Escritores, 2018); Animais Feridos (2016); Corvos Cobras Chacais (2017).

Sobre os seus livros escreveram, entre outros, Urbano Tavares Rodrigues, António Guerreiro, Pedro

Mexia, Fernando J. B. Martinho, José Manuel Vasconcelos, Fernando Guimarães, José Mário Silva, Rita

Taborda Duarte, Ana Marques Gastão.

«A poesia e a crítica de António Carlos Cortez, recusam aquilo que se tomou a dado momento pelo estilo

hegemónico entre os “novos”;, um estilo em geral identificado com o realismo e o quotidiano. […] O poema é medido, ritmado, polido, muitas vezes com recurso à rima. Isso permite a Cortez eliminar a estética torrencial e palavrosa de muita poesia preocupada com o “sublime”;, e que nunca fez mais do que descarga de vocábulos.» Pedro Mexia, [sobre Depois de Dezembro], in Público, 28 de Julho, 2010

«[…] Estamos perante um poeta com uma forte autoconsciência literária […]. Epígrafes, alusões, citações,

há-as do mais diverso teor em A Dor Concreta, […] de Camões, de Pessoa, de cummings, de Eliot, de

Stevens […] Cortez é também um poeta da cidade, não tanto na linha de uma inconsequente “flânerie”,

como de um trágico desencanto ou desencontro […].» Fernando J. B.Martinho, [sobre a antologia A Dor Concreta] in Colóquio-Letras, n.º 196, Setembro/Dezembro de 2017, pp.232-234.

«Recuperando a tradição romântica do monodiálogo dramático, Cortez constrói este mosaico em torno de três vozes contrastantes. A uni-las, um mesmo sentido do ritmo […]. Esta é uma poesia agreste, ríspida, de arestas cortantes[…]» José Mário Silva, [sobre Corvos Cobras Chacais], in suplemento «Culturas/Livros», in Expresso, 7 de Abril de 2018, p. 73.

Crítica Literária: Nos Passos da Poesia (Apenas, Lisboa, 2005); Dar a Ler – sobre poesia, educação e outros ensaios (no prelo, pela Gradiva, 2018).

Poesia: Órgão de fogo – ensaios e crítica sobre a poesia portugueses do ano 2000 a 2018 (no prelo).

BIO (1.ª pessoa)

Memória da Poesia  ou O Poema, esse Jaguar

Uma ideia de poesia, à qual sou fiel e irredutível: a poesia como tensão verbal, rigor e liberdade, ato de memória; poesia como linguagem criadora de mundos, marcando os ritos de passagem desta vida, a qual, nas águas tempestuosas das relações humanas, se faz um barco no rio do tempo. É dentro dessa sombra no limite, cujo perfil procuramos sempre atingir, que se ergue pedra a pedra o nosso monumento de palavras em diálogo com a tradição poética.

Por vezes o poema, ao mergulhar na tradição, faz-nos repercutir as imagens de uma vida tensa e intensa. O poema é objeto pensado e vivido à flor da pele, é ele o lugar das cenas vivas (Fiama), de tudo o que está dentro e além do tempo. No verão da vida, a poesia está num depois de dezembro porque a vida é além (Rimbaud). A escrita faz-se palco de um sujeito situado na linha de fogo, apontando a sua palavra às injustiças, gritando por liberdade num tempo em que persiste o nome negro desse outro eu que vive em mim, o fazedor de imagens. É no confronto com ele que a poesia se torna a dor concreta – a escrita, o artefacto, o artifício, a pessoana dor – de que os textos, animais feridos, como corvos cobras chacais, são o símbolo.

A poesia, âmago deste professor que também sou, é um dar a ler – para que eu compreenda melhor. O poema será o jaguar mítico, palco das imagens em convulsão de uma era violenta. E assim o poeta será crítico; mas, sobretudo, alguém fiel «à honra de estar vivo» (Jorge de Sena).

Ver nome do convidado na programação

19:30H | Poesia portuguesa contemporânea na América Latina

Programa Literário Dia 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Masterclass

Convidados: António Carlos Cortez

(ver+)
Poesia portuguesa, já!
Identificar as principais linhas de força da poesia portuguesa atual (de Luís Quintais a Rui Cóias, de Margarida Vale de Gato a Golgona Anghel, de João Luís Barreto Guimarães a Vasco Gato), articulando recentes conquistas expressivas com a herança dos anos 60 a 80 — da «Poesia 61» a Nuno Júdice, de Luís Miguel Nava a Manuel Gusmão, Inês Lourenço, ou Paulo Teixeira —, pretende-se dar a ler as vozes mais representativas, tanto quanto possível, dessa constelação de obras ou propostas que urge conhecer.
Para o leitor mexicano de poesia, talvez se justifique lembrar Octavio Paz e o que escreveu em Libertad bajo Palabra: «Te llevo un objecto pertenecente a otra edad» — o poema escrito em português, ansioso de mostrar as suas múltiplas moradas. Nesta masterclass, o poeta, professor e ensaísta português, António Carlos Cortez, mostra-nos a poesia portuguesa de agora.



16:00H | O Portugal futuro, traduzido e por traduzir

Programa Literário Dia 27 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados: António Carlos Cortez / Nuno Júdice / Pedro Mexia

(ver+)
A partir do lançamento de duas obras de poesia de Ruy Belo e Gastão Cruz, e tendo como mote um conhecido poema de Belo, os nossos convidados (poetas, professores, opinion-makers) discutirão de que forma a poesia pode ajudar a criar a identidade e o imaginário comum de um país. Numa desesperada tentativa de dar sentido à vida através da poesia, Cortez, Júdice e Mexia dir-nos-ão se, como reza o adágio popular, Portugal é um país de poetas, ao mesmo tempo que nos falarão da importância de grandes nomes da poesia portuguesa para a construção da identidade poética e cultural portuguesa. Este diálogo reunirá dois poetas portugueses já traduzidos no México, António Carlos Cortes e Nuno Júdice, com um jovem poeta a descobrir, Pedro Mexia. Conhecido pela sua melancolia, pela diarística, que desenvolve em blogues, pelas crónica sque publica em publicações de referência e, mais recentemente, pela coordenação de uma importante colecção de poesia, na Tinta-da-China.



16:00H | Três autores para traduzir

Programa profissional Dia 28 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação
Convidado: António Carlos Cortez / Rui Zink / Vasco Gato

 Moderador:

(ver+)
Se é verdade que se é tão autor quando se escreve em nome próprio, como quando se traduz, de que forma estes autores, que também são romancistas e poetas, olham para a tradução? Será que o poeta Vasco Gato tem uma relação pacífica com o tradutor Vasco Gato (e quando está a escrever, pergunta-se se aquele verso será muito difícil de traduzir)? E o professor António Carlos Cortez, que também é poeta e crítico literário, acha que um texto traduzido vale tanto com o seu original (e de que forma a crítica literária é afectada pela distinção entre original e tradução)? E o romancista Rui Zink que, já agora, até ensina os outros a escrever (é um dos grandes impulsionadores dos cursos de escrita criativa em Portugal), como olha para o texto traduzido, nomeadamente o seu?