© Eliana Correia

Fernando Ribeiro

BIO (3.ª pessoa)

Nasceu em Lisboa em 1974 mas passou a sua infância na freguesia da Brandoa, subúrbios da capital.

Formou a banda MOONSPELL em 1992 enquanto estudava Filosofia na Faculdade de Letras na Universidade Clássica. Editou o seu primeiro disco com a banda em 1994 (Under The Moonspell), sendo o grupo de imediato assinado pela editora Alemã Century Media, responsável por muitos dos sucessos do Metal Europeu da altura.

Em 1995 fazem a sua primeira tour Europeia e nunca mais param, visitando todos os continentes com a sua música e concerto ao vivo, vendendo milhares de discos e de bilhetes e chegando a sítios tão longe de Portugal como China, Rússia, toda a América Latina, Estados Unidos, toda a Europa e, claro, no México, onde se estrearam ao vivo na capital Cidade do México, em 1998, num concerto esgotado para 3000 pessoas no Teatro Pancho Villa, agora Circo Volador.

Enquanto vocalista e letrista da banda, Fernando Ribeiro, já assinou mais de doze trabalhos em estúdio com destaque para o último álbum (1755), um disco escrito e cantado em Português, sobre o Grande Terramoto de Lisboa. Os Moonspell acumularam galardões e entradas em tops de todo o mundo, acabando por conquistar também Portugal, que lhes deu os seus primeiros números 1 nos tops, bem como o seu primeiro Disco de Ouro. De salientar também o prémio MTV que receberam em 2007 para Best Portuguese Act e o galardão para Álbum do Ano, em 2016, oferecido pela SPA (Sociedade Portuguesa de Autores).

Muito embora os Moonspell passem a maior parte do seu tempo na estrada (tendo este ano já realizado tours por toda a Europa, Rússia e America Latina), Fernando Ribeiro tem-se destacado noutras áreas e projetos, em especial na Literatura. Ainda na música foi membro integrante do projecto (Amália) Hoje um tributo ao legado da maior Fadista Portuguesa de sempre. A homenagem foi um sucesso popular, atingindo a tripla platina em Portugal, com concertos esgotados por todo o país, e presenças ao vivo no Brasil, Canadá e EUA.

Na área de literatura colaborou com editoras como as Quasi e Círculo de Abuso, que publicaram a sua poesia, mas também com a Saída de Emergência na tradução e preparação da colecção Os Contos Completos ,de H.P. Lovecraft, e Eu sou a Lenda, de Richard Matheson. Colabora regularmente com o Jornal de Leiria, e escreveu crónicas para publicações tão diversas como o Jornal i, Blitz, Loud!, Bang! ou Expresso online.

Vive em Alcobaça, é casado com Sónia Tavares (vocalista da Banda Portuguesa The Gift) e tem um filho chamado Fausto, por causa do livro de Goethe.

BIO (1.ª pessoa)

Fui nascer a Lisboa mas sou filho dos subúrbios (Brandoa) e da sua luta pela qualidade de vida e pertinência cultural. Apesar de ser músico, foi algo que aconteceu por acaso. Penso que a minha vocação estava nas Letras e nas Humanidades e por isso cursei Filosofia em Lisboa. Queria ser professor mas quando dei por mim já estava a tocar por toda a parte no mundo.

Não esqueci o gosto por ler e estudar e introduzi-o nas letras dos Moonspell através da influência da literatura, da cultura e do modo de estar português. Escrevi alguma poesia, que editei em três livros, e tenho escrito para jornais, revistas e sites de todo o mundo. Agora abri uma editora de livros chamada Alma Mater (Books) e estou a publicar livros de outros músicos, para os lançar. Estou a fazer o mesmo com artistas de metal portugueses, de modo a partilhar a sorte e a experiência que adquiri com os Moonspell.

Vivo em Alcobaça, mudei para a terra por onde quem passa, não passa sem lá voltar. É a terra da minha mulher Sónia Tavares (The Gift), do nosso filho Fausto e onde repousamos a sério da grande viagem que é fazer música com letras.

Ver nome do convidado na programação

13:00H | Ópio, desejo ou vontade?

Programa Literário 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Masterclass |

Convidados: Fernando Ribeiro

(ver+)
«Foi numa simples carteira de Escola que eu e muitos alunos Portugueses contactámos com a obra do Pessoa. Felizmente, não estava distraído e deixei-me levar pela bruma do tédio do progresso, do spleen das viagens. Antes de uma descoberta mais plena da multiplicação Pessoana, arrisquei, em 1996, fazer um tema que citaria uma quadra de Pessoa (Opiário, Álvaro de Campos). Essa canção, a que chamei Opium, versava a influência e presença das substâncias proibidas na criação do Romantismo poético. Tornou-se, talvez, a maior canção de sempre dos Moonspell.
É desse ainda outro Pessoa, do prestígio das suas palavras, lunares, que venho aqui prestar culto e testemunho. O Português é, por excelência, um desassossegado, um otimista melancólico que escreve sobre as profundezas mas sorri à mesa. É dessa viagem inesperada de Moonspell com Pessoa, a bordo do vapor da música Metal/Gótica que vos venho falar.»