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Francisco José Viegas

BIO (3.ª pessoa)

Francisco José Viegas nasceu em março de 1962, no Alto Douro, Vila Nova de Foz Côa – no norte de Portugal. É diretor da revista Ler e da editora Quetzal. Foi professor e jornalista além de diretor da revista Grande Reportagem e da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa. Colaborou em vários jornais e revistas, foi autor de muitos programas literários na rádio e televisão. Mantém, desde 2007, uma coluna diária sobre livros no Correio da Manhã. Entre 2012 e 2013 foi Secretário de Estado da Cultura. Da sua obra destacam-se títulos de poesia (Metade da Vida, antologia, O Puro e o Impuro, Se Me Comovesse o Amor, Juncos à Beira do Caminho, entre outros) e romances como Regresso por um Rio, As Duas Águas do Mar, Um Céu Demasiado Azul (Finalista do Prémio Europeu de Romance Policial, em língua francesa) Um Crime Capital, Lourenço Marques, Longe de Manaus (Lejos de Manaos, Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, 2005), O Mar em Casablanca (El Mar en Casablanca), O Colecionador de Erva, além da colectânea de histórias do detetive Jaime Ramos, A Poeira Que Cai Sobre a Terra. Publicou também vários livros de crónica, viagem, teatro e gastronomia, incluindo um guia de cervejas. Os seus romances policiais estão publicados em França, Alemanha, Brasil, Colômbia, Sérvia, República Checa ou Itália. Em todos eles figura o detetive Jaime Ramos (jaimeramos.booktailors.com), que o acompanha em dez livros.

«Cenário chuvoso e lento, quase metafísico. Uma grande parte do seu detetive é Álvaro de Campos / Fernando Pessoa.» La Reppublica (Itália)

«O talento visionário de Viegas, capaz de páginas memoráveis e retratos poéticos que nos deixam de boca aberta, evoca também o melhor do cinema de Wim Wenders.» L’Unitá (Itália)

«A sua meteorologia atormentada transforma-se numa metáfora convincente do destino humano.» Le Monde (França)

«Nostalgia desabusada, atmosfera misteriosa e angustiante, erotismo subtil: com Viegas, o romance policial português encontrou o seu Vázquez Montalbán.» Le Monde (França)

«Com os seus livros, Viegas dá uma reviravolta no policial.» Le Point (França)

«É preciso reter o nome de Francisco José Viegas, mestre em atmosferas e em desencanto. Construído com a precisão rigorosa dos melhores ourives do género, revela a extraordinária paleta de um grande escritor.» Lire (França)

BIO (1.ª pessoa)

Nasci em 1962 na região do Douro, o que explica o meu gosto por montanhas, rios e colinas de vinhas e arvoredos. Vivi no norte do país até 1979, quando fui para Lisboa a fim de frequentar a universidade. Até hoje. Fui professor (até 1987), jornalista e editor – além de escrever para esconjurar o medo ou para contar histórias, quase sempre improváveis, sobre a vida dos outros. (Os outros são sempre mais interessantes.) Ou seja, divido-me entre poesia e novela negra. Escrevo poesia para escapar da morte – escrevo novela negra para perseguir os mortos que não cessam de falar, e para retomar as suas histórias interrompidas. Gosto de escrever logo de madrugada; também gosto de cerveja e de personagens que caminham sobre o fio da navalha. Nos anos 90 viajei por todo o México e aprendi a amar um país de música, tequila e paixões inexplicáveis. Aliás, os personagens dos meus livros (polícias, bandidos ou nem uma coisa nem outra) estão quase sempre em viagem – como eu estive durante muito tempo –, como geógrafos amadores ou fugitivos profissionais. Como autor de novela negra sigo dois princípios; um é de Élmer Mendoza («Las cosas de la vida y las de la muerte son las mismas, solo que unas suceden a las siete e las otras a las siete y media.»), o outro é de Roberto Bolaño («El destino de los seres humanos es respirar y un día dejar de hacerlo.»). Com isto tudo fica mais simples.

Ver nome do convidado na programação

18:30H | Deus é redondo e Herrera seu pastor (Portugal e México através do futebol)

Programa Literário Dia 27

Salão 1 | Masterclass |

Convidados: Francisco José Viegas

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A relação futebolística entre Portugal e México tem pergaminhos, seja ao nível dos clubes (vários mexicanos, de que Herrera é apenas um exemplo, fizeram sucesso no campeonato português), seja ao nível de seleções (a participação portuguesa no mundial de 1986 é ainda hoje falada em Portugal, nem sempre pelas melhores razões). Mas mais importante que o resultado final do jogo, e todos sabemos que no final ganha sempre a Alemanha, convém perceber que estranhas dinâmicas tem o desporto-rei: mais do que um jogo, o futebol é palco para o conhecimento mútuo, aquele estilete que quebra o gelo entre desconhecidos. De que falamos quando falamos de futebol — que liturgia é esta que aproxima velhos e novos, mulheres e homens, até que os 90 minutos os separem? O que leva Javier Marías, Galeano, ou o próprio conferencista deste encontro, a driblar entre a alta literatura e o futebol?



13:00H | Portugal, país de editores (a língua portuguesa, um ativo num mundo que reclama diversidade)

Programa profissional Dia 28 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa
Convidado: Francisco José Viegas / Zeferino Coelho

Moderador: Fabrizio Mejía

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Não foi há muito tempo que um ministro da cultura declarou que a língua portuguesa valeria mais do que muitas empresas cotadas na bolsa nacional. Não sabemos quanto vale cada ação da língua portuguesa, mas sabemos que está presente em praticamente todos os continentes, num universo de quase 300 milhões de pessoas. Num mundo em que a língua franca parece ser só o inglês, que lugar há para esta insistência em cultivar a língua portuguesa, trabalhando-a, publicando-a e, por maioria de razão, exportando-a como qualquer outro ativo? Zeferino Coelho é uma referência da língua portuguesa, tendo sido o grande editor do único Nobel da língua portuguesa, José Saramago. Francisco José Viegas, por outro lado, é igualmente editor, mas é também um premiado escritor de romances, diretor da principal revista literária portuguesa e ex-secretário de estado da cultura. Um encontro de amigos, um brinde à língua portuguesa.