© Pedro Macedo

Inês Fonseca Santos

BIO (3.ª pessoa)

Inês Fonseca Santos (Lisboa, 1979) é jornalista e escritora. Tirou o curso de Direito (Faculdade de Direito de Lisboa) e fez o mestrado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea (Faculdade de Letras de Lisboa). Na televisão, trabalhou como jornalista em vários programas de divulgação cultural, tendo sido editora e apresentadora de alguns deles. Escreveu o ensaio A Poesia de Manuel António Pina O Encontro do Escritor com o seu Silêncio (Dep. Estudos Românicos da FLUL), reeditado no volume Regressar a Casa com Manuel António Pina (Abysmo), que inclui ainda o filme As Casas Não Morrem, feito em parceria com Pedro Macedo; a biografia Produções Fictícias 13 Anos de Insucessos (Oficina do Livro); Vale a pena? Conversas com escritores (Fundação Francisco Manuel dos Santos); os livros de poesia As Coisas, com desenhos de João Fazenda, A Habitação de Jonas, com ilustrações de Ana Ventura, e Suite Sem Vista, com capa de Francisco Vidal (todos da Abysmo); os livro infantojuvenis A Palavra Perdida, ilustrado por Marta Madureira (Arranha-Céus) e distinguido com o Prémio SPA para melhor livro infantojuvenil em 2016; José Saramago — Homem-Rio, ilustrado por João Maio Pinto e incluído na colecção «Grandes Vidas Portuguesas» das editoras Pato Lógico e INCM; e Vincos, uma edição da APCC ilustrada por Nicolau que assinala os 500 anos da Utopia de Thomas More. Escreveu para o Prontuário do Riso (Tinta-da-china) e colaborou com várias revistas: Ficções, Relâmpago, Textos e Pretextos, Elle, Vogue…. Foi coordenadora do programa de rádio A História Devida (Antena 1 / Produções Fictícias), foi uma das Condutoras de Domingo (Antena 3 / Produções Fictícias) e organizou, com Nuno Artur Silva, a Antologia do Humor Português (Texto). Na Casa Fernando Pessoa, coordenou o ciclo Humor de Pessoa (2013) e foi responsável, com Filipa Leal, pelos debates Os Espaços em Volta. A convite da Fundação Calouste Gulbenkian, comissariou o colóquio É então isto para crianças?: Criações para a infância e a juventude. No Teatro Nacional D. Maria II, assina, com Maria João Cruz, a dramaturgia e a selecção de textos dos espectáculos para a infância que integram o projecto Boca Aberta, encenados por Catarina Requeijo; na Fábrica das Artes / CCB tem sido formadora da equipa de Embaixadores do Festival Big Bang; e no São Luiz Teatro Municipal, coordenou o ciclo Poesia-me. É coeditora e coapresentadora do programa Todas as Palavras (RTP3).

BIO (1.ª pessoa)

Nasci em Lisboa, a 13 de Janeiro de 1979 (não era sexta-feira, e ainda assim dei em supersticiosa). Fiz a família esperar porque me demorei mais do que seria suposto na barriga da minha mãe. Talvez seja por isso que agora não deixe ninguém à espera: sou conhecida por chegar sempre antes do tempo. Não exijo o mesmo aos outros. Nem à poesia. Pelos amigos, pela família, pela poesia, sou capaz de esperar o necessário. Eis a razão que explica porque só publiquei o meu primeiro livro aos 32 anos e porque só fui mãe aos 33. Enquanto espero, costumo recordar quem outrora fui: já fui mais pragmática, por exemplo, quando quis ser advogada, ter salário certo, férias pagas, uma casa com jardim e muitos filhos. Tirei o curso de Direito, de facto, porque sou paciente, mas depressa compreendi que devia estudar Literatura para poder ser o que melhor me define: uma leitora. Ao mesmo tempo, comecei a trabalhar como jornalista na área da divulgação cultural. Sou freelancer, o que simultaneamente me dá e rouba liberdade — é tudo demasiado incerto. Não tenho férias pagas; porém, o meu apartamento fica à porta do jardim mais bonito da cidade. Tenho um só filho, e um só tem bastado para me alimentar o espanto. Isso é o que se tem mantido intacto dentro de mim: a infância.

Ver nome do convidado na programação

11:00H | Entrevista a Hélia Correia

Programa Literário 29 novembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Hélia Correia

(ver+)
Uma entrevista de vida a Hélia Correia, com registo informal.
Hélia Correio
Licenciada em Filologia Românica, foi professora do ensino secundário, dedicando-se atualmente à tradução e à escrita. Foi uma das colaboradoras mais activas do suplemento «Juvenil» do Diário de Lisboa. Sendo também poetisa e dramaturga, foi enquanto ficcionista que Hélia Correia se revelou como um dos nomes mais importantes e originais da década de oitenta, ao publicar, em 1981, O Número dos Vivos.
Autora de uma obra de características muito próprias, quer pela qualidade melódica da sua escrita, onde se deteta uma sensível contaminação poética, quer pelo universo nela criado, de características originais e inquietantes, Hélia Correia cria uma linguagem narrativa onde o ordinário e o extraordinário ultrapassam por vezes as fronteiras estabelecidas.
Esta espécie de subversão dos limites revela-se nos seus livros, ora criando rupturas num quotidiano convencional e burguês (como em Soma ou A Fenda Erótica), ora denunciando a corrupção das formas de vida mais tradicionais e ligadas à terra dos camponeses e aldeões da nossa época (como em Montedemo ou Insânia, onde a tonalidade finissecular da narrativa é sensível na espécie de veneno que se insinua em toda a narrativa, contaminando todas as condições de sobrevivência humana).
Lillias Fraser recupera o género do romance histórico-fantástico, onde se revisita exemplarmente a História e a Literatura, que se desfiam e desdobram em acontecimentos e personagens que influenciam o decurso da vida de Lillias. Desde a Escócia da Batalha de Culloden até à Lisboa do terramoto de 1755, assim vai crescendo Lillias no meio das guerras e das ruínas de um mundo em mudança.
Participou em 10 Poemas para Che Guevara, Porto: Ed. O Oiro do Dia, 1980; e em Vozes e Olhares no Feminino, Porto: Edições Afrontamento, 2001.
A sua escrita para teatro tem sido levada à cena por várias companhias de Lisboa: Montedemo, numa adaptação, pelo grupo de teatro «O Bando» em 1987, e, já na década de 90, Perdição, Exercício sobre Antígona pelo grupo «A Comuna» e Florbela, pelo grupo «Maizum».



12:00H | Saramago para jovens

Programa Literário 29 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Inês Fonseca Santos / José Luís Peixoto

Moderação:

(ver+)
Cada autor terá as suas técnicas. Dos que usam intrincados e completos esquemas de trabalho, onde nada fica por planear, aos escritores que simplesmente se sentam e esperam que a inspiração chegue, cada um tem a sua forma de trabalhar, o que se alarga à forma de contar as suas histórias. Afinal, a história é para ser contada do princípio ao fim, ou o seu revés? Quando José Luís Peixoto e Inês Fonseca Santos se sentam para escrever (assumindo que não usam o método de Hemingway que escrevia de pé), já sabem tudo sobre aquelas personagens e aqueles espaços ou escrevem exatamente para saber o que acontecerá? Se já tivessem a data de óbito das personagens, faria sentido continuar? Numa conversa sem guião, apenas com a duração de 50 minutos como limite, estes dois novos autores irão dizer-nos como fazem para que os livros cheguem ao fim sem defraudar os leitores.



12:00H | Quando a poesia muda de pele

Programa Literário 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Inês Fonseca Santos / Rui Cóias

Moderação: Blanca Luz Pulido

(ver+)
É comum dizer-se em Portugal que o horizonte expectável para as vendas de um livro de poesia são 300 exemplares. Será este cenário um exagero ou o retrato de uma triste realidade? Ao longo das últimas décadas, a poesia tem perdido leitores, espaço nas livrarias e atenção por parte das editoras. O que levou a poesia a ficar confinada a um nicho? Será que a sociedade contemporânea não dá o tempo e o silêncio que a leitura de poesia requer? Terão os poetas criado um espaço de metapoesia, onde os leitores têm dificuldade em entrar e reconhecer-se? Terá sido o ensino de literatura e língua portuguesas, de forma árida, que conduziu ao desinteresse das últimas gerações de leitores? Apesar de todas as questões que a agonia da poesia suscita, várias micro editoras têm tentado criar circuitos alternativos para a distribuição das suas edições.



17:30H | Cada geração reinventa o mundo?

Programa Literário 30 novembro

Salão 1 | Conversa |

Convidados: Hélia Correia / João Tordo

Moderação:

(ver+)
Todos nós sabemos que as gerações se vão distinguindo de diversas formas. Em Portugal, uma das diferenças mais marcantes prende-se, provavelmente, com a Revolução de 25 de Abril de 1974. Viver em ditadura é uma experiência demasiado marcante para não influenciar quem conheceu essa realidade na pele. As gerações nascidas depois da Revolução dos Cravos, libertas da opressão da ditadura, conheceram uma experiência muito diferente. Neste encontro de gerações vamos pôr lado a lado Hélia Correia, prémio Camões, e João Tordo, prémio José Saramago. Hélia é uma romancista e poeta enamorada pela geração dos pré-rafaelitas e pela Grécia. João é um escritor marcado pela literatura norte-americana, pelos ambientes negros e cosmopolitas. O que na experiência de ser português ajudou a desenhar os caminhos literários destes dois escritores? Ou será que a literatura está imune ao desenho das fronteiras e o contexto sociocultural tem um papel muito menos decisivo?



18:30H | As mulheres na literatura portuguesa

Programa Literário 1 Dezembro

Salão 1 | Conversa |

Convidados: Inês Fonseca Santos / Isabel Rio Novo

(ver+)
Não conseguimos prometer que o movimento #metoo não venha à baila, mas prometemos que, sob o prisma e do lugar que as mulheres ocupam na literatura portuguesa, olharemos para toda a literatura portuguesa, pelos olhos de duas das grandes escritoras portuguesas. Estarão as mulheres sub-representadas na literatura portuguesa? E de que forma são retratadas nos romances? Estarão as mulheres em igualdade de acesso ao meio editorial e literário ou, na verdade, continua a sociedade a impedir as mulheres de competir em igualdade por um espaço? É verdade que existem grandes personagens femininas que foram desenhadas por mãos masculinas, mas não será menos verdade que as mulheres sempre tiveram dificuldades, ao longo dos séculos, em serem vistas para lá dos papéis e sociais e familiares que ocupavam. Duas escritoras refletem sobre o caminho que falta fazer.