Professor, tradutor, crítico e editor, Jerónimo Pizarro é o responsável pela maior parte das novas edições e novas séries de textos de Fernando Pessoa publicadas em Portugal desde 2006. Professor da Universidade dos Andes, titular da Cátedra de Estudos Portugueses do Instituto Camões na Colômbia e Prémio Eduardo Lourenço (2013), Pizarro voltou a abrir as arcas pessoanas e redescobriu A Biblioteca Particular de Fernando Pessoa, para utilizar o título de um dos livros da sua bibliografia. Foi o comissário da visita de Portugal à Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo) e coordena há vários anos a visita de escritores de língua portuguesa à Colômbia. Coeditor da revista Pessoa Plural – A Journal of Fernando Pessoa Studies, assíduo organizador de colóquios e exposições, dirige atualmente a «Coleção Pessoa» na Tinta-da-china. Também coordena três coleções de autores portugueses publicadas na Colômbia: «Lusitânia», da editora Tragaluz; «Labirinto», de Ediciones Uniandes; e «oUtras Letras», de Taller de Edición Rocca. Esteve duas vezes no júri do Prémio FIL de Literatura en Lenguas Romances (2016 e 2017). Das suas traduções ou cotraduções destacam-se: Fernando Pessoa, Escritos sobre genio y locura (Acantilado, 2013); José Eduardo Agualusa, Catálogo de Luces (Tragaluz, 2013); Carla Maia de Almeida, Hermano Lobo (Rocca, 2014; El Naranjo, 2015); Dulce Maria Cardoso, El retorno (Tragaluz, 2015; La Umbría y la Solana, 2018), VV.AA., Escribiré en el piano – 101 poemas portugueses (Pre-Textos, 2015); Fernando Pessoa, Pessoa Múltiple (FCE, 2016); Valter Hugo Mãe, El hijo de mil hombres (Tragaluz, 2017); Ricardo Araújo Pereira, La enfermedad, el sufrimiento y la muerte entran en un bar (FCE, 2018). Das suas edições convém referir a edição crítica do Livro do Desassossego (INCM, 2010; Tinta-da-china; 2013), traduzida para o espanhol, o italiano e o inglês (Pre-Textos, Einaudi, Mondadori, Serpent’s Tail e New Directions) e as edições críticas das Obras Completas de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, heterónimos de Fernando Pessoa. Do seu trabalho crítico, refira-se: La mediación editorial: sobre la vida póstuma de lo escrito (Iberoamericana / Vervuert Verlag, 2012); Alias Pessoa (Pre-Textos, 2013); Como Fernando Pessoa Pode Mudar a Sua Vida (Tinta-da-china, 2016 [Rio de Janeiro], 2017 [Lisboa]; com Carlos Pittella); e Ler Pessoa (Tinta-da-china, 2018). É membro do conselho estratégico que junta Portugal e Colômbia, um foro consultivo encarregado de fazer recomendações aos respetivos governos.
BIO (1.ª pessoa)
Pediram-me uma biografia na primeira pessoa. Lembrei-me de uns versos atribuídos a Alberto Caeiro: «Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, /Não há nada mais simples. /Tem só duas datas — a da minha nascença e a da minha morte. /Entre uma e outra coisa todos os dias são meus». Entre os dias que têm sido meus, desde 1977, muitos têm sido alheios ou semi-alheios, isto é, dedicados a outros. Entre esses outros, tem um lugar especial Fernando Pessoa, a quem leio desde 1995 e edito desde 2006. Também o tenho estudado, ensinado e traduzido, quer de forma mais académica, como na revista Pessoa Plural, quer de forma mais alargada, como numas sessões recentes intituladas «Pessoa convida pessoas». A minha paixão pela literatura portuguesa tem um nome capital, Pessoa, mas também tem muitos outros, como Agustina Bessa-Luís, Alexandre O’Neill, Dinis Machado, Adília Lopes, entre outros, porque a literatura portuguesa é tanto aquela premiada e mais visível, de Eça de Queirós a Saramago e Lobo Antunes, passando por Sophia, como aquela menos divulgada, de Bocage a Ana Hatherly e Manuel António Pina, passando por Hélia Correia. Falar de mim, na primeira pessoa, é falar de outros e da minha biblioteca. Falar da minha família, dos meus amigos, dos meus professores, das minhas cidades, das minhas paixões, das minhas leituras. No âmbito da Feira Internacional do Livro de Guadalajara lembro apenas algumas leituras, porque poucos dias foram tão meus como aqueles em que li pela primeira vez Alberto Caeiro.
La enfermedad, el sufrimiento y la muerte entran en un bar. Una especie de manual de escritura humorística
Participam: Ricardo Araújo Pereira (autor) e Jerónimo Pizarro (tradutor).
La enfermedad, el sufrimiento y la muerte entran en un bar. Una especie de manual de escritura humorística
Además de humorista, Araújo Pereira puede ser considerado hoy un filósofo del humor, gracias a su best-seller «A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar» (2016), donde el autor dialoga con todas las teorías del humor existente y propone una propia. El humor, o el sentido del humor, es, en realidad, un modo especial de mirar las cosas y de pensar sobre ellas. Es raro, no porque se trate de un don ofrecido solo a algunos escogidos, sino porque ese modo de mirar y de razonar es bastante diferente del convencional (a veces, es precisamente lo opuesto), y la mayor parte de las personas no tienen interés en relacionarse con el mundo de esa forma, o no puede darse a ese lujo. Estamos entrenados para saber lo que las cosas son, no para perder tiempo en investigar lo que parecen, o lo que podrían ser. Este libro busca identificar y discutir algunas características de esa manera de ver y de pensar.
Hace 20 años la Academia Sueca otorgó a José Saramago el Premio Nobel de Literatura. La noticia de que por primera vez un autor de lengua portuguesa alcanzaba el olimpo de las letras contagió de alegría a una legión de personas, no solo en su país, Portugal, y en España, tierra que había elegido para vivir, sino en el universo iberoamericano. Este libro trata de cómo el triunfo de Saramago fue celebrado como una conquista colectiva. Cuenta los días posteriores al anuncio -e incluso trae novedades sobre las horas anteriores a que la noticia fuera pública-, los muchos homenajes hechos al autor, la consagración en Estocolmo y revela los mensajes de felicitación que el escritor portugués recibió de lectores, autores, personalidades públicas y amigos.
Un país levantado en alegría se publica como libro complementario al Cuaderno del año del Nobel en una edición especial para celebrar los 20 años de Nobel, que dan cuenta de los días que por la agitación de los hechos Saramago no consignó, y que Ricardo Viel y la Fundación Saramago afortunadamente han reconstruido para nosotros.
«Me gustaría, cuando ya no esté, que Pilar organizara, para publicarlas, las cartas absolutamente extraordinarias, documentos humanos de una profundidad, belleza y emoción infrecuente, que me llegan de todas partes.» José Saramago
Fernando Pessoa multiplicou-se como ninguém, tal como um dramaturgo, se contarmos como alter-egos de um autor as dramatis personae de algumas peças. Mas Pessoa não foi apenas dramaturgo, e foi fora do âmbito do teatro que inventou pelo menos 136 autores fictícios. Nesta apresentação, dedicada ao prisma-Pessoa, discutir-se-á a multiplicidade da obra do escritor português e procurar-se-á, de forma sintética, dar uma visão de conjunto da mesma. Pessoa disse: «Sejamos múltiplos, mas senhores da nossa multiplicidade». E, de facto, ele próprio foi múltiplo e senhor de um «drama em gente» digno de Pirandello e de outros «senhores da nossa multiplicidade». Conhecer Pessoa começa por conhecer quem foi e quem não foi, personalizado e despersonalizado, existindo e «desexistindo», na realidade e nos sonhos, esse escritor a quem Octavio Paz chamou «el desconocido de sí mismo».
Tabaquería-El marinero, El guardador de rebaños, Mensaje y Teatro Estático
Participan: Diego Alfaro Palma (prologuista de El guardador de rebaños), Eduardo Langagne (traductor), Jerónimo Pizarro (traductor y presentador) e Juan Carlos Villavicencio (traductor y editor de El guardador de rebaños)
El portugués y el español son lenguas cercanas. En estos tiempos hay una mayor población interesada en conocer y hablar razonablemente el portugués, lengua maravillosa y expresiva, por eso creemos importantes estas contribuciones editoriales al diálogo entre ambos idiomas. En México, Tabaquería Libros, publicará Tabaquería-El marinero, de Álvaro de Campos-Fernando Pessoa, traducido por el poeta Eduardo Langagne con una nota introductoria de Jerónimo Pizarro. En Chile, Descontexto editores publicará El guardador de rebaños de Alberto Caeiro, en traducción de Juan Carlos Villavicencio con prólogo del poeta Diego Alfaro Palma. También integran el grupo Tragaluz de Colombia y Bid & Co. de Venezuela, quienes publicarán: Mensaje y Teatro Estático (este en traducción de Ana Lucía De Bastos Herrera). A pesar de haber pasado ya casi sesenta años del primer libro de Fernando Pessoa publicado en América latina, creemos que es valioso sumar más voces y nuevas lecturas materializadas en estas nuevas traducciones.