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Maria do Rosário Pedreira

BIO (3.ª pessoa)

Maria do Rosário Pedreira nasceu em Lisboa em 1959. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Franceses e Ingleses, na Universidade Clássica de Lisboa. Fez ainda o curso de Língua e Cultura do Instituto de Cultura, em Portugal. Como bolseira do governo italiano, frequentou em Perugia um curso de verão.

Depois de uma breve passagem pelo ensino, que a influenciou a escrever para jovens, ingressou na carreira editorial. Como editora, especializou-se em ficção portuguesa, tendo lançado em primeira mão autores como José Luís Peixoto, Valter Hugo Mãe, João Tordo, João Pinto Coelho ou Ana Margarida de Carvalho. Trabalha actualmente no grupo LeYa.

A sua obra literária iniciou-se pela literatura juvenil com duas colecções de cerca de 20 volumes cada — «O Clube das Chaves» (com Maria Teresa Maia Gonzalez) e «Detective Maravilhas» — que, sob a forma de aventuras policiais, procuram transmitir aos leitores mais jovens valores humanos e culturais. Ambas foram adaptadas à televisão e venderam cerca de um milhão de exemplares.

Embora tenha publicado um romance em 1993 e contos dispersos em revistas e antologias, é sobretudo conhecida como poeta, tendo publicado em 1996 A Casa e o Cheiro dos Livros, que venceu o Prémio Poême e o Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho; O Canto do Vento nos Ciprestes, em 2001; Nenhum Nome Depois, em 2004; e A Ideia do Fim, em 2012, ano em que publica igualmente a sua Poesia Reunida, distinguida com o Prémio da Fundação Inês de Castro. A sua poesia, de feição romântica e lírica, usa narrativas curtas, muitas vezes em sequência — como de pequenos romances em verso se tratasse —, e não raro evoca o tema da casa como universo onde perduram as memórias (lidas, escritas ou vividas) depois da experiência da perda. Está traduzida em várias línguas e publicada em volumes independentes, revistas e antologias em diversos países. Tem participado em numerosos encontros de escritores em Portugal e no estrangeiro.

É ainda autora de letras para fado e canções, tendo escrito para artistas como Carlos do Carmo, Aldina Duarte, Salvador Sobral, António Zambujo, Ricardo Ribeiro, Carminho e Ana Moura. Escreveu ainda A Minha Primeira Amália, uma biografia da fadista Amália Rodrigues para crianças.

Tem um blogue sobre livros e edição, Horas Extraordinárias, que alimenta quase diariamente desde 2010.

BIO (1.ª pessoa)

Nasci em Lisboa em 1959. Porque nunca tive talento para nada que não fosse ler e escrever, estudei literatura na Faculdade de Letras (francesa e inglesa) e línguas fora dela (alemão e italiano).

Fui professora durante cinco anos, o que me levou a escrever duas coleções para jovens que tiveram muito êxito e foram adaptadas à televisão. Mas acabei por deixar o ensino em troca daquilo que sempre sonhei fazer: livros! Trabalho na edição desde 1987 e, desde o fim do século passado, especializei-me na procura de jovens escritores — até já me chamaram o Mourinho da edição! Claro que não ganho o que ganha o treinador de futebol Mourinho, mas já tive muitas recompensas com os meus autores, vencedores de prémios importantes em Portugal e no estrangeiro.

Escrevo poesia desde criança, mas só comecei a publicá-la aos 36 anos e, desde então, escrevi quatro livros, agora reunidos num só volume. Também escrevi um romance, contos e artigos para revistas, e alimento um blogue sobre livros e edição quase diariamente desde 2010. Sou ainda autora de letras para fados e canções.

Ver nome do convidado na programação

12:00H | A arte de sofrer

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Maria do Rosário Pedreira / Blanca Luz Pulido

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A arte de sofrer
É comum dizer-se que a escrita, e a poesia por maioria de razão, vive melhor das tristezas do que das alegrias. Em que medida o processo de escrita se nutre da tristeza e das lágrimas do autor, como se tratasse de um castigo semelhante ao de Sísifo: diariamente, e cada novo poema, é uma nova pedra que se carrega montanha acima, numa vã tentativa de expiar tristezas e aspirar a escrever o melhor que o poeta consegue. Maria do Rosário Pedreira, conhecida poeta e colaboradora de alguns dos maiores fadistas, sabe melhor do que ninguém como a poesia se faz dos sentimentos mais tristes: a saudade, o abandono ou o ciúme. Os sentimentos que alicerçam a canção portuguesa, património imaterial da humanidade. Será que é mais fácil fazer poesia num país em que as pessoas se juntam para chorar em grupo nas casas de fado? Baixem as luzes e silêncio que se vai cantar o fado da poesia portuguesa.



17:30H | Os poetas portugueses e o fado

Programa Literário 26 novembro

Salão 1 | Masterclass |

Convidados: Rui Vieira Nery / Maria do Rosário Pedreira

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No fado – a canção que melhor traduz a alma portuguesa – a melodia é indissociável da palavra e, portanto, da poesia. As letras de fado podem ser de temática social, política, amorosa ou outra, e oscilam entre tonalidades trágicas, dramáticas e satíricas. Na presente conferência, o musicólogo e historiador cultural Rui Vieira Nery falará dos poetas populares do fado, desde a lírica improvisada da fase amadora e informal do género, a partir de meados do século XIX, até aos letristas profissionais das décadas de 1920 a 50, e a poetisa e letrista Maria do Rosário Pedreira dedicar-se-á aos poetas ditos eruditos, cujos textos, especialmente a partir dos anos 1950, com a intervenção de Amália Rodrigues – a grande diva do fado – passaram a constituir a base de muitos fados.