Nome Próprio é o título do muito aguardado álbum de estreia de Ana Bacalhau, editado em Outubro de 2017, e assinala, para alegria da sua autêntica legião de fãs, a estreia a solo de uma das mais aclamadas intérpretes portuguesas.
«Tenho bichos carapinteiros. Também são carpinteiros, claro, mas, sobretudo, carapinteiros.» Ana Bacalhau anuncia a sua estreia a solo, após uma década a dar voz às canções da Deolinda. «Quando era miúda, ouvia os graúdos a apontar-me o excesso de energia e inquietação e, sem perceber nada de carpintaria, convenci-me que o que me diagnosticavam era um caso bicudo de bichos que cara-pintavam. (…) Houve um dia que pediram um palco para si», diz Ana Bacalhau sobre o chamamento de se lançar em novas direcções, de dar voz a novos autores e às suas próprias composições.
Criou assim um universo que funde a música tradicional portuguesa com a pop e transporta agora essas canções para palco. A extensa digressão apresenta por todo o país este novo álbum, na voz inconfundível de Ana Bacalhau, a par com a energia e entrega que se lhe conhecem.
Há muito que Ricardo Ribeiro sonhava cantar a Toada de Portalegre, de José Régio, com música original do seu amigo e «mestre» Rabih Abou-Khalil.
Conhecemos há anos o cruzamento que o encontro destes dois músicos criou entre o fado e os ecos da tradição musical libanesa.
A melodia rouca na língua de Camões, no admirável fraseado de Ricardo Ribeiro, mistura-se com os arabescos melódicos e os ritmos compostos de Abou-Khalil.
Acompanhados pelo percussionista norte-americano Jarrod Cagwin e dirigidos por Jan Wierzba, estes contadores de histórias transportam-nos por fabulosas geografias.
Rabih Abou-Khalil
Nasceu no Líbano, em 1957. Tem mais de 20 CD editados em nome próprio e uma série deles como convidado. Já gravou com os maiores nomes do jazz, da música tradicional árabe e do universo da clássica.
Além de ser um dos mais destacados nomes do alaúde árabe, Abou-Khalil é também compositor, tendo escrito para orquestras como a BBC Symphonic Orchestra e a Frankfurt Modern Ensemble.
Em termos autorais, o seu trabalho mistura música tradicional árabe com jazz, rock e música erudita. Além disso, tornou-se famoso pela sua world music muito antes desse termo se tornar um rótulo.
Com Ricardo Ribeiro, Rabih editou Em Português pela prestigiada Enja Records, trabalho que tem marcado presença em vários festivais internacionais desde que foi lançado, em 2008.
Ricardo Ribeiro
Nasceu em Lisboa, em 1981. Participa desde 2001 em festivais nacionais e internacionais de música. Em 2004 lança o primeiro álbum, Ricardo Ribeiro, e participa no Tributo a Amália Rodrigues. Em 2005, integra o espetáculo Cabelo Branco é Saudade e recebe o prémio Revelação Masculina da Fundação Amália Rodrigues.
Em 2008 grava com o alaudista/compositor Libanês Rabih Abou-Khalil o álbum Em Português, eleito Top of the World Album pela revista inglesa SongLines. Em 2013 grava composições deste álbum com a Frankfurt Radio Big Band.
Entra nos filmes Fados, de Carlos Saura, Filme do Desassossego, de João Botelho, Rio Turvo, de Edgar Pêra, e no documentário O Rei sem Coroa, de Diogo Varela Silva. Participou em discos de Rui Veloso, Simone de Oliveira, Pedro Joia, Rão Kyao, João Gil ou Carlos do Carmo.
Em 2010 lança Porta do Coração, álbum disco de Ouro, eleito Top of the World Álbum pela revista britânica Songlines. No ano seguinte recebe o prémio de Melhor Intérprete Masculino, da Fundação Amália Rodrigues. Participa no ciclo de música Luso-Chinesa, com a Orquestra Chinesa de Macau e no Festival International de Musique Andalouse et Musique Ancienne, integrado na Capitale Islamique de la Culture 2011, em Tlemcen, Algéria.
Em 2012 colabora com a cantora Maria Jonas, a violetista Susanne Ansorg e o alaudista Fábio Accurso no concerto de música antiga Lágrimas de Saudade em Bielefeld, Alemanha.
Canta na Bienal de Veneza 2013 no jantar inaugural do pavilhão de Portugal concebido pela artista plástica Joana Vasconcelos.
Em 2013 sai o seu quinto álbum, Largo da Memória, pela antiga EMI, atual Warner, registo que também é Disco de Ouro e pelo qual é nomeado para a categoria de Melhor Artista pela revista de world musicSonglines, no ano de 2015. Neste mesmo ano recebe a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Hoje é assim, amanhã não sei editado em 2016 é apresentado pela primeira vez no Coliseu de Lisboa, e desde então apresentado em várias salas nacionais e festivais portugueses e estrangeiros sempre com as melhores críticas. Em fevereiro de 2017 é editado em França e, em maio do mesmo ano, chega ao mercado inglês, numa edição da Warner UK.
Com este trabalho, Ricardo Ribeiro é nomeado pela segunda vez para Melhor Artista pela revista Songlines e fica pela segunda vez entre os quatro finalistas.
Ainda em 2017, vive uma crescente internacionalização da sua carreira, não só com a edição internacional do seu último disco, mas também com os inúmeros concertos em festivais e salas internacionais. Ricardo Ribeiro é presença habitual em França, Bélgica, Marrocos, Estados Unidos e Canadá, Áustria, Inglaterra ou Rússia. No início de 2018 estreia-se em Teerão, capital do Irão, e vai pela primeira vez às Ilhas Canárias.
Paralelamente, o músico desenvolve outros projetos, continuando a sua bem-sucedida parceria com o alaudista Rabi Abou-Khalil ou aceitando o convite do CCB para a Carta Branca de 2017. Este repto deu origem ao espetáculo de Tributo a José Afonso, no qual o fadista se acerca de músicos de jazz como Mário Delgado (guitarras), Ricardo Toscano (saxofone) ou António Quintino (contrabaixo), e conta ainda com as percussões do americano Jarrod Cagwin (músico de Rabih Abou-Khalil). Filipe Raposo ajudou a construir o espetáculo, fazendo os arranjos dos temas escolhidos, e a direção musical. Este concerto já foi apresentado em Loulé, na véspera do 25 de abril e maio em Coimbra, no Convento de São Francisco.
2017 foi ainda o ano no qual Ricardo Ribeiro recebeu o Prémio Carlos Paredes, atribuído pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e recebeu uma Menção Honrosa no Prémio José Afonso, por parte da Câmara Municipal da Amadora.
Estreou igualmente o videoclipe de Fadinho Alentejano, segundo single do seu disco Hoje é assim, amanhã não sei que conta com a participação do humorista, ator e apresentador César Mourão e a jovem Diana Vilarinho, nos principais papéis. Este bonito videoclipe feito entre o estuário do Tejo e a planície Alentejana tem também a participação do coro de Cante Alentejano Os Ganhões de Castro Verde.
Ricardo Ribeiro continuará em tournée nos próximos meses, tanto em Portugal como no estrangeiro.
Jarrod Cagwin
Nascido em 1974 e criado no interior de Iowa, estado no centro do Estados Unidos, em 1992 recebeu uma bolsa de estudo para frequentar o Berklee College of Music em Boston, no Massachusetts. Jarrod esteve em contato direto com uma atmosfera musical deveras cosmopolita com estudantes vindos de todos os cantos do mundo. Nesta prestigiada instituição, Jarrod estudou percussão com o professor Jamey Haddad, tendo aprendido técnicas rítmicas da Índia, do Médio Oriente, Norte de África e Brasil. Em 1995, recebeu nova bolsa para estudar técnicas de percussão com Trichy Sankaran na Universidade de York em Toronto, Ontário no Canadá.
Depois de terminar o curso, e em 1996, mudou-se para Nova Iorque, onde atuou com várias formações musicais, tanto de pendor tradicional como mais contemporâneo.
Em 1999, Jarrod começou a trabalhar com o grupo de Rabih Abou-Khalil, e passado muito pouco tempo, acabou por se mudar para a Europa, onde desde então vive, ensina e toca. O norte-americano trabalha de perto com Eckermann Drums, em Viena de Áustria, com quem desenha tambores. Presentemente, Jarrod divide o seu tempo entre Istambul e a Europa Ocidental. É percussionista do cantor turco Sezen Aksu, bem como professor residente no Conservatório de Música de Istambul.
Em 2010, viu o seu método de treino rítmico One by One e a composição que o acompanha, 5 vor 7 vor 6, publicado pela Ensemble Modern Media. Jarrod Cagwin já tocou e gravou com músicos como Fahir Atakoğolu, Erkan Oğur, Derya Türkan, Bekir Ünlüataer, Joachim Kühn, Gvork Dabaghyan, Charlie Mariano, Michel Godard, Gabriele Mirabassi, Luciano Biondini, Ricardo Ribeiro, Dusko Goykovich, Mehmet Emin Bitmez, Kudsi Erguner, Jean-Luc Fillion, Dalia Faitelson, Ferenç Snetberger, Dave Bargeron, Antonio Hart, Howard Levy, Joe Beck, & Dave Samuels. É também artista convidado da Ensemble Modern e The Next Step Percussion Group, foi também solista convidado da BBC Orchestra, da Macedonian Symphony Orchestra e Bundesjungendorchester da Alemanha.
Cagwin dirige workshops de treino rítmico para músicos e bailarinos, por toda a Europa.
Jan Wierzba
Nascido em 1985 na Polónia e educado no Porto, Jan Wierzba é um dos mais promissores e versáteis diretores de orquestra da atualidade, destacando-se em repertório diversificado, desde a música antiga até à música contemporânea. Nutrindo interesse por diversas formas de expressão artística, apresentou-se em contexto sinfónico, sinfónico-coral e coral a cappella, trabalhando nas áreas do teatro e da ópera e em inúmeros projetos educativos.
É Director Artístico e Maestro Titular do Ensemble MPMP, da Orquestra Clássica do Centro e da Orquestra de Câmara de Almada, bem como Maestro Assistente da Netherlands Philharmonic Orchestra, em Amesterdão. Projetos recentes e futuros incluem programas com a Netherlands Philharmonic Orchestra, Real Filarmonia de Galicia, Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Netherlands Chamber Orchestra, Orquestra Clássica do Centro, Orquestra Clássica de Espinho e Síntese GMC.
Foi Maestro Residente no Operosa Festival, que teve lugar na Sérvia e em Montenegro, e participou numa série de masterclasses com foco em ópera sob a tutoria de Carlo Rizzi, ao abrigo da rede ENOA (European Network for Opera Academies). Trabalhou com Bernard Haitink no Lucerne Festival Strings e foi Assistente de Maestro de Coro na Ópera Nacional Holandesa. Foi um dos cinco selecionados para a Masterclass em Direção de Orquestra com Mathias Pintscher, durante o Festival de Lucerna, um dos quinze jovens artistas convidados a participar na International Community Arts Academy, organizado em conjunto pela Filarmónica de Berlim, London Sympony Orchestra e Festival d’Aix-en-Provence, tendo também participado no workshop Opera in Creation durante o Festival d’Aix-en-Provence. Trabalhou como assistente de Joana Carneiro, Jac van Steen, Vassily Petrenko, Pedro Carneiro, Marc Tardue, Sir Andrew Davis e Juanjo Mena, tendo ainda trabalhado em masterclass com Neeme Jarvi, Jorma Panula, Juanjo Mena, Nicolas Pasquet, Sir Mark Elder e Paavo Jarvi, entre outros.
Enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, frequentou o grau de Konzertexamen na prestigiada Hochschule fur Musik Franz Liszt em Weimar, tendo estudado com Nicolas Pasquet e Ekhart Wycik, e terminou o Mestrado em Direção na Royal Northern College of Music (RNCM), onde estudou com Clark Rundell e Mark Heron. Licenciou-se em Direção de Orquestra pela Academia Nacional Superior de Orquestra sob a tutoria do Maestro Jean-Marc Burfin. É licenciado em Piano pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo no Porto, na classe de Constantin Sandu, e apresentou-se enquanto solista com orquestra, em recital a solo e em música de câmara.
Foi vencedor do 1.º Prémio em Música de Câmara do Prémio Jovens Músicos, do Mortimer Furber Prize for Conducting, do 3.º Prémio em Direção de Orquestra do Prémio Jovens Músicos e do prémio do Rotary Club da Foz atribuído a três dos melhores licenciados da ESMAE. Foi-lhe ainda atribuída a bolsa da Yamaha Music Foundation for Europe.
Orquesta Filarmonica de Jalisco | Marco Parisotto, Director Titular
La Orquesta Filarmónica de Jalisco es una de las más vibrantes orquestas en el panorama musical de Latinoamérica. Con una larga historia de tradición sinfónica y operística, celebró 100 años de existencia en el año 2015. La OFJ fue fundada en la ciudad de Guadalajara por uno de los más destacados compositores/directores de México, el Mtro. José Rolón. Una nueva y excitante era comenzó en el año 2014 con la nominación del Mtro. Marco Parisotto, uno de los más aclamados y notables directores en la escena mundial.
A lo largo de su célebre historia, la Filarmónica de Jalisco ha sido seleccionada por algunos de los más grandes compositores mexicanos, incluyendo Manuel M. Ponce, José Pablo Moncayo, Silvestre Revueltas, Carlos Chávez, Blas Galindo, Miguel Bernal Jiménez, y Julián Carrillo, para interpretar obras de su propia autoría, mismas que representan la esencia del repertorio sinfónico mexicano.
Afamados solistas y directores huéspedes a través de la ilustre historia de la orquesta, han incluido a luminarias como Claudio Arrau, Henryk Szerying, Mstislav Rostropovich, Jorge Bolet, Nicanor Zabaleta, Arthur Rubinstein, Ruggiero Ricci, Aram Khatchaturian, James Galway, Alfred Brendel,
Jean-Pierre Rampal, Narciso Yepes, Lilya Zilberstein, Neeme Jaarvi, entre otros. Grandes cantantes que han compartido el escenario con la OFJ han incluido voces legendarias como Luciano Pavarotti, Plácido Domingo, Sherrill Milnes, Francisco Araiza, Katia Riciarelli, Rolando Villazón, Jane Eaglen, Juan Diego Florez, Javier Camarena, Kurt Rydl, Ramón Vargas, Anna Netrebko, Michael Chioldi, Alfredo Daza y Elīna Garanča.
En 2015, como parte de la celebración de Centenario de la Tradición Orquestal en Jalisco, la OFJ realiza con gran éxito su primera gira internacional, invitada por el prestigioso Busan Maru International Music Festival. En 2016, la orquesta tuvo el honor de participar como orquesta sede del afamado Concurso Internacional de Canto Operalia, bajo la batuta del Mtro. Plácido Domingo. En ese mismo año, la agrupación fue invitada al prestigiado Festival Internacional Cervantino. En abril de 2017, la OFJ festejó el lanzamiento de su primer CD comercial, bajo el sello SONY Classical, además de realizar una exitosa gira por algunas de las salas de concierto más importantes de Berlín, Múnich, Essen y Viena, bajo la dirección de su Titular, el Mtro. Marco Parisotto, que fue aclamada por la prensa y el público; Asimismo, la OFJ realizó la primera visita en su historia a los Estados Unidos de América, con exitosos conciertos en Los Ángeles (Bovard Auditorium de la Universidad de Southern California) y, en San Francisco (Davies Symphony Hall), en el marco del prestigioso festival MEX AM.
Gil do Carmo e Lila Downs vão protagonizar um encontro entre as raízes tradicionais e os estímulos da modernidade. Os universos sonoros tradicionais de México e Portugal vão encontrar-se com o rock, o pop e o jazz, linguagens que darão uma intensidade distinta da do cancioneiro nacional. Os artistas vão visitar os repertórios alheios, transportando as suas referências para um cenário muito diferente.
Gil do Carmo
Um concerto em que se cruzam várias linguagens musicais e culturais, do fado ao jazz, passando pela MPB.
Filho e neto de fadistas, cresceu no seio de uma família onde a música é um selo de identidade. Gil do Carmo seguiu o seu próprio caminho, conjugando tradição com abordagens menos convencionais e criando um sentido estético singular e pessoal.
Quem ouve Gil do Carmo não fica indiferente ao universo musical que soube construir ao longo dos anos, como é o caso de Pilar del Rio: «te he oído otra vez. Eres festivo, obligas a abrir los ojos, cantas hacia fuera, lo cual es bueno para los momentos de tristeza. Y cuando vamos en el coche y necesitamos circular más aprisa: entonces un tema tuyo ayuda al acelerador del alma.»
Lila Downs
Cantora, interprete, compositora produtora e atriz mexicana, Lila Downs reivindica, com o seu estilo musical, as raízes mexicanas, tendo iniciado a sua carreira nos finais da década de 1980. Cresceu entre Tlaxiaco, Oaxaca e Minnesota, nos EUA. É bicultural e bilíngue.
Gravou 14 discos e várias colaborações em diferentes idiomas e países. O reconhecimento do público surgiu com o álbum La Sandunga.
Lila Downs é atualmente considerada uma das artistas mais importantes do seu género pelo impacto global já alcançado, contando-se entre os artistas mais influentes do mundo.
Pela matriz da sua voz, é considerada uma das melhores vozes do mundo.
José Manuel Neto nasceu em Lisboa a 29 de Outubro de 1972. Começou a tocar guitarra portuguesa com apenas 15 anos e destaca-se, entre os jovens intérpretes, como um dos instrumentistas mais requisitados no acompanhamento de fadistas, em espetáculos e gravações de discos.
Cresceu em ambiente propício ao desenvolvimento do seu talento, tendo como referências os maiores nomes do universo fadista, caso de Carvalhinho, José Nunes, Jaime Santos e Fontes Rocha. Aprendeu ao lado de outros guitarristas e desenvolveu o seu estilo próprio «marcado pela fluidez, versatilidade e simplicidade frásica que caracteriza a melhor música popular.»
José Manuel Neto aprendeu a tocar guitarra portuguesa como autodidata e, na década de 1990, deu início ao seu percurso profissional acompanhando diversos artistas nas casas de fado.
O guitarrista integra-se nesta «nova geração de instrumentistas de Fado com uma formação musical muito ampla, capaz de lhes permitir uma visão alargada do potencial dos seus instrumentos tanto no plano do repertório solístico como no das práticas de acompanhamento.» O domínio musical que caracteriza o seu trabalho é reconhecido. José Manuel Neto demonstra-o em palco e em edições discográficas com os mais diversos artistas, mas é, evidentemente, no fado que as suas prestações são mais numerosas.
Apesar de se ter iniciado no acompanhamento de fadistas, nas casas de fado, a sua colaboração com estes e outros artistas estendeu-se à apresentação em palco, realizando numerosas digressões em território nacional e estrangeiro, em espetáculos de grandes nomes do universo fadista como Carlos do Carmo, Camané, Ana Moura, Aldina Duarte, Cristina Branco ou Mísia.
José Manuel Neto não tem ainda nenhum disco editado em nome próprio, mas em 2009 apresentou no Cinema São Jorge um espectáculo com o título «O Som da Saudade», onde interpretou melodias que tem vindo a compor ao longo dos anos, um conjunto de temas «assente na música de raiz portuguesa, onde se mistura o fado e a música tradicional, enriquecida de uma complexidade harmónica que abre as portas ao improviso e às liberdades poéticas.»
A Fundação Amália Rodrigues distinguiu-o em 2008 com o Prémio Melhor Instrumentista, reconhecendo-o como um dos grandes expoentes da interpretação da Guitarra Portuguesa.
Amor Electro
Os Amor Electro têm um estilo único onde modernidade, tradição, raízes populares e tecnologia convergem para criar um som excecionalmente original, cheio de carisma, emoção e «portugalidade».
Em cerca de dois anos e meio, a banda estabeleceu-se como uma grande referência artística na cena musical portuguesa, alcançando discos de platina, colecionando prémios e diversas distinções.
Os Amor Electro fazem parte da geração que estabeleceu a música moderna portuguesa e que perdeu a vergonha de cantar na língua de Camões. A sua mistura musical de pop-rock, aliada à honestidade da sua performance, liberta espaço para a música respirar e crescer, permitindo a liberdade de movimento combinada com uma vocação íntima, apaixonada e genuína.
Hello Seahorse!
A icónica banda independente Hello Seahorse! (Denise Gutierres, Burgos, Bonny e Joe), regressam aos palcos dois anos depois e passado anos e meio de descanso, em que os seus membros exploraram individualmente diferentes projetos artísticos.
Contam com apresentações em numerosos festivais como Coachella, SXSW’09 em Austin, Texas, no Festival Iberoamericano Vive Latino e Pal Norte, para mencionar alguns.
Nomeados para o Grammy Latino para melhor canção alternativa em 2009, 2010 e 2011, nos prémios IMAS também foram nomeados em várias categorias, e fizeram parte dos prémios MTV Millennial Awards, apresentando La Flotadera.
Hello Seahorse! tem uma trajetória musical e é reconhecida como uma banda icónica independente do rock alternativo.
Emoção. Tradição enriquecida com a dose certa de risco. Versatilidade. Tudo isto faz parte da personalidade artística de Camané.
Camané é indiscutivelmente visto como «a voz» do fado. Demonstrando uma rara sensibilidade musical, Camané continua a afirmar-se como uma voz única na arte de cantar o Fado. É um dos nomes mais incontornáveis e representativos da história do Fado e da música portuguesa. Um dos fadistas mais aclamados a nível nacional e internacional.
É impossível resistir ao sortilégio e à magia de Sei de um Rio, de a Complicadíssima Teia, A Guerra das Rosas, Ela Tinha Uma Amiga ou Senhora do Livramento, entre muitas outras. São fados, canções profundas e intemporais que se ouvem com prazer e emoção vezes e vezes sem conta.
Em Agosto de 2017, Camané foi distinguido com o Prémio Tenco, atribuído também aos italianos Vinicio Campossela e a Massimo Ranieri. Este galardão, atribuído desde 1974 pelo Clube Tenco, em homenagem ao cantautor italiano Luigi Tenco (1939-1967), já distinguiu nomes como Leo Ferré, Jacques Brel, Charles Trenet, Joni Mitchell, Leonard Cohen, Patti Smith, Tom Waits, Caetano Veloso, Chico Buarque, e os portugueses Sérgio Godinho, José Mário Branco e Dulces Pontes, entre outros.
Neste concerto, além do repertório próprio de Capicua e sempre devoto à palavra em português, a artista convida duas mulheres fortes da música lusófona: a luso-caboverdiana Sara Tavares, com décadas de prestígio na mistura da música crioula com a música do mundo, e a luso-angolana Eva RapDiva, rainha do rap angolano, conhecida pela sua atitude aguerrida e pela rima rápida no improviso. O espetáculo será construído na colaboração entre as várias vozes, os vários sotaques e as várias linguagens que se fundem na universalidade da música, da língua portuguesa e dessa riqueza maior que é a mistura. Diversidade, representatividade feminina e lusofonia serão as palavras de ordem. O resto é palco! Capicua convida ainda o artista plástico Vitor Ferreira, que ilustra, desenhando ao vivo e em palco, cada tema que vai sendo interpretado. Em palco com Capicua estão ainda o Dj D-One, Virtus nas programações e a MC M7.
Capicua
Capicua é um nome cimeiro do rap em português e a porta-estandarte do rap no feminino. Neste espectáculo convida duas artistas de universos muito diferentes, a luso-angolana Eva RapDiva e a luso-cabo-verdiana Sara Tavares, apresentando uma plataforma musical lusófona sem paralelo.
Capicua nasceu no Porto, onde aos 15 anos descobre o hip-hop. Conhecida pela sua escrita emotiva e politicamente engajada, pela espontaneidade e por uma clara atitude feminista, conta já com uma longa lista de colaborações, conferências, projetos sociais e workshops, sempre em torno da palavra e da música. De assinalar é também o seu curto, mas marcante, percurso como letrista.
Eva RapDiva
Eva RapDiva é uma das mais importantes vozes do rap em Angola. No início da sua carreira de MC era conhecida pelo seu talento para o rap de improviso, mas foi gradualmente desenvolvendo a escrita e o trabalho de estúdio para combinar o melhor de dois mundos. A sua espontaneidade e espírito combativo são inegáveis.
Sara Tavares
Sara Tavares é uma extraordinária compositora e intérprete, que construiu uma linguagem própria, assente na tradição da música crioula, misturada com referências múltiplas e cosmopolitas. Num percurso ímpar, com mais de 20 anos, tem percorrido o Mundo e colaborado com músicos de renome, de diferentes estilos musicais.
A música dos Dead Combo é o resultado das influências e vivências do grupo. Sem letras nem palavras, o duo composto por Tó Trips e Pedro Gonçalves soa à claridade do Tejo, Lisboa, Portugal e Mediterrâneo, a África e ao deserto dos Estados Unidos, à Itália imaginada nos westerns de Morricone filmada por Wim Wenders e interpretada por Ry Cooder. Para poder representar estas paisagens é necessário encontrar um som: neste caso uma guitarra e um contrabaixo com uma certa bagagem rock’n’roll e de anos dedicados à música atravessando continentes, recolhendo o fado e o blues numa mesma canção. Em 2003, Tó Trips e Pedro Gonçalves conhecem-se graças ao convite de Henrique Amaro (Antena 3) para tocar num álbum de homenagem a Carlos Paredes, uma figura fundamental da guitarra portuguesa. São dois personagens: um gangster e um coveiro que saem de um livro de banda desenhada para dar concertos poderosos e muito impactantes visualmente. Depois de oito álbuns, muitos concertos e aventuras acabam de lançar um novo disco, intitulado Hotel Odeon, produzido por Alain Johannes (Queen Of Stone Age, PJ Harvey, Chris Cornell, etc.). Este é o mais recente capítulo de um dos mais bonitos e singulares projectos musicais nascidos em Portugal na última década.
O concerto de Luís Represas é uma viagem pela música dos países ibero-americanos. Desde a folk de matriz portuguesa, passando pela música brasileira, cubana e africana, Represas faz uma síntese muito singular de todas essas referências.
A Guadalajara trará uma amostra dos seus sucessos que fizeram cantar várias gerações de portugueses. Para esta celebração, decidiu convidar Miguel Inzunza, um músico mexicano que se apresentará em dueto com Luís Represas em temas de ambos.
Luís Represas
Luís Represas é um dos nomes cimeiros da música pop e folk portuguesa. A sua carreira iniciou-se com o Trovante, uma banda que partia do património folk português para lhe dar uma leitura mais atual, isto em meados dos anos 1970. Foram precisos quase duas décadas para que Luís Represas avançasse para uma carreira a solo, levando os seus horizontes musicais até Cuba, onde trabalhou com Pablo Milanés. A Guadalajara, Represas traz um conjunto de músicos cubanos que com ele colaboram, entre eles Miguel Nuñez, exemplificando os muitos diálogos existentes entre a música portuguesa e a música latino-americana.
Servidas por alguns dos melhores poetas portugueses, as suas canções refletem sobre o amor, a perda, a vida quotidiana, e fazem parte do cancioneiro pop português. Na sua passagem pela FIL, vai reunir em palco o melhor de Portugal e da América Latina, contando para isso com a participação de Miguel Inzunza.
Miguel Inzunza
Miguel Inzunza é um compositor, intérprete e produtor da cena musical independente mexicana. Funde géneros e ritmos diversos que apresentam como resultado um som alternativo, fresco e emotivo, em que a canção é o fio condutor e às vezes a protagonista. Comprometido com letras que vão do mais desenfadado ao mais reflexivo, imprimindo sempre frescura e atualidade como características principais.
Os Moonspell, a mais internacional banda portuguesa, regressam ao México para apresentar o seu primeiro disco integralmente em português. 1755 é o novo disco dos Moonspell, sobre o grande terramoto de Lisboa. Uma reflexão poética, musical e filosófica da banda sobre o evento de 1 de Novembro de 1755 em Lisboa e as suas repercussões no mundo civilizado. O novo disco será tocado na íntegra nesta tour, e o alinhamento para estes concertos inclui também temas obscuros da carreira dos Moonspell.
Musicalmente, 1755 é um disco de raiz metal, com riffs vibrantes, orquestrações épicas e vozes e letras que testemunham a agonia daquele dia. A banda preocupou-se também em recriar a época, existindo uma fusão com elementos percussivos e melódicos que remete para os fins do século e para a atmosfera que se vivia na capital portuguesa na altura.
Serão dez temas que na carreira da banda encontram ecos longínquos em discos como Under the Moonspell ou Alpha Noir mas que apresentam, sobretudo, uns Moonspell como nunca os ouviram, a cantar um Portugal e uma Lisboa que não é solarenga, nem turística, nem luminosa.
Apresentação ao vivo a não perder, nesta fase nova da banda, cantando na sua língua num disco a todos os títulos histórico, único e emocionante.
O concerto de Katia Guerreiro é uma incursão pelo que de mais tradicional tem o fado português, com uma atualidade nos temas e na produção que fazem deste espetáculo uma noite memorável. A seu lado, estão os Mariachi Los Tapatíos, mostrando o que de mais universalmente tradicional tem a música mexicana. Ambos os artistas participarão em temas alheios, mas marcantes, quer para o público mexicano, quer para a alma portuguesa.
Katia Guerreiro
Unanimemente reconhecida como uma das mais importantes fadistas do novo milénio, Katia Guerreiro é, acima de tudo, uma das maiores embaixadoras do fado e de Portugal nos mais variados palcos e círculos culturais internacionais.
Com cerca de 18 anos de carreira, o percurso de Katia tem sido feito nos grandes palcos nacionais e internacionais, como o Coliseu dos Recreios, a Ópera de Lyon, Ópera de Rennes, Ópera de Vichy, Ópera de Ancara, no Olympia de Paris, e muitos mais.
Tal trajeto tornou-se fulcral na divulgação e exposição do fado, abrindo caminho para o sucesso luso que hoje registamos nas constantes visitas e digressões de vozes nacionais a palcos e públicos estrangeiros.
Mariachi Los Tapatíos
Los Tapatíos se respalda con la herencia de varias generaciones de músicos, y con la pasión, el orgullo y la inquietud por preservar la tradición de la cultura del mariachi, la cual ha trascendido allende las fronteras. Ha sido escuela para varias generaciones de jóvenes músicos, y se han presentado en diversos escenarios de México y el mundo, acompañando a prestigiados cantantes del género.
Su director, Armando Cervantes, es etnomusicólogo, y ha sido director de los talleres de música del Encuentro Internacional del Mariachi y la Charrería por catorce años consecutivos, y maestro de ejecución de instrumentos en el mismo. Ha sido director musical del Encuentro Nacional de Mariachi Tradicional de la Secretaria de Cultura Jalisco, y también director del Programa de Mariachi de la Universidad Autónoma de Guadalajara por diez años, entre otros cargos. Contribuyó para que el mariachi fuera incluido en la lista representativa de Patrimonio Cultural Inmaterial de la Humanidad ante la Organización de las Naciones Unidas para la Educación y la Cultura (UNESCO).
El Mariachi Los Tapatíos vestirá el espectáculo de canciones tradicionales emblemáticas de este género, en la FIL 2018. Los intérpretes serán los cantantes mexicanos Paloma del Río, (cantante solista de mariachi), Ugo Rodríguez (Azul Violeta, Mariachi Rock-O) y Pascual Reyes (San Pascualito Rey).