Programa Literário 1 Dezembro
Pavilhão de Portugal | Entrevista
Convidados: João Pinto Coelho
Moderação: Luísa Mellid Franco
(ver+)
Uma entrevista de vida a Entrevista a João Pinto Coelho, com registo informal.
João Pinto Coelho nasceu em Londres em 1967. Frequentou Belas-Artes e licenciou-se em Arquitetura, tendo passado algumas temporadas nos EUA, onde chegou a trabalhar num teatro profissional perto de Nova Iorque. Viveu a maior parte da sua vida em Lisboa, residindo atualmente numa aldeia do norte de Portugal.
Em 2017, venceu o Prémio LeYa com o romance Os Loucos da Rua Mazur. A narrativa parte de um acontecimento verídico ocorrido na Polónia ocupada por soviéticos e nazis, ao descrever o massacre da comunidade judaica de Jedwabne. Por altura da sua publicação, o romance e o seu autor foram alvos de um ataque violento por parte da imprensa polaca, por ter sugerido o envolvimento de cidadãos desse país na perseguição aos judeus durante o período do Holocausto. Motivou igualmente uma carta aberta do Embaixador da República da Polónia em Lisboa, na qual as opiniões públicas do autor sobre o assunto voltam a ser contestadas. Na resposta, Pinto Coelho reafirmou aquilo que disse e escreveu, e, apesar da crescente polémica, continua a bater-se contra o revisionismo e institucionalização da verdade histórica que se verifica na Polónia e que deu origem à recente lei que criminaliza qualquer um — nacional ou estrangeiro — que proponha versões divergentes à versão oficial da História.
O interesse de João Pinto Coelho pelo tema do extermínio dos judeus na Europa tem mais de trinta anos. Em 2009 e 2011 integrou duas ações do Conselho da Europa em Auschwitz (Oswiécim), trabalhando de perto com diversos investigadores do Holocausto e tendo realizado várias intervenções públicas sobre a matéria. Nesse mesmo período, concebeu e implementou o projecto Auschwitz in 1st Person / A Letter to Meir Berkovich, que juntou jovens portugueses e polacos e o levou de novo à Polónia, às ruas de Oswiécim e aos campos de concentração e de extermínio. É nesse ambiente que decorre o seu primeiro romance, Perguntem a Sarah Gross, finalista do Prémio LeYa em 2014, nomeado para Melhor Livro de Ficção Narrativa em 2015 pela Sociedade Portuguesa de Autores e escolhido para representar Portugal, em 2016, no Festival do Primeiro Romance de Chambéry. Nesse livro, Pinto Coelho conta a história de Oswiécim no período entre guerras, e de como se transforma uma cidade feliz no símbolo material mais eloquente do Holocausto nazi: Auschwitz.
Desde 2015, o autor tem percorrido dezenas de escolas de norte a sul do país para falar desta temática e da forma como a ficção literária se situa perante o grande desastre humano.
Uma entrevista de vida a Entrevista a João Pinto Coelho, com registo informal.
João Pinto Coelho nasceu em Londres em 1967. Frequentou Belas-Artes e licenciou-se em Arquitetura, tendo passado algumas temporadas nos EUA, onde chegou a trabalhar num teatro profissional perto de Nova Iorque. Viveu a maior parte da sua vida em Lisboa, residindo atualmente numa aldeia do norte de Portugal.
Em 2017, venceu o Prémio LeYa com o romance Os Loucos da Rua Mazur. A narrativa parte de um acontecimento verídico ocorrido na Polónia ocupada por soviéticos e nazis, ao descrever o massacre da comunidade judaica de Jedwabne. Por altura da sua publicação, o romance e o seu autor foram alvos de um ataque violento por parte da imprensa polaca, por ter sugerido o envolvimento de cidadãos desse país na perseguição aos judeus durante o período do Holocausto. Motivou igualmente uma carta aberta do Embaixador da República da Polónia em Lisboa, na qual as opiniões públicas do autor sobre o assunto voltam a ser contestadas. Na resposta, Pinto Coelho reafirmou aquilo que disse e escreveu, e, apesar da crescente polémica, continua a bater-se contra o revisionismo e institucionalização da verdade histórica que se verifica na Polónia e que deu origem à recente lei que criminaliza qualquer um — nacional ou estrangeiro — que proponha versões divergentes à versão oficial da História.
O interesse de João Pinto Coelho pelo tema do extermínio dos judeus na Europa tem mais de trinta anos. Em 2009 e 2011 integrou duas ações do Conselho da Europa em Auschwitz (Oswiécim), trabalhando de perto com diversos investigadores do Holocausto e tendo realizado várias intervenções públicas sobre a matéria. Nesse mesmo período, concebeu e implementou o projecto Auschwitz in 1st Person / A Letter to Meir Berkovich, que juntou jovens portugueses e polacos e o levou de novo à Polónia, às ruas de Oswiécim e aos campos de concentração e de extermínio. É nesse ambiente que decorre o seu primeiro romance, Perguntem a Sarah Gross, finalista do Prémio LeYa em 2014, nomeado para Melhor Livro de Ficção Narrativa em 2015 pela Sociedade Portuguesa de Autores e escolhido para representar Portugal, em 2016, no Festival do Primeiro Romance de Chambéry. Nesse livro, Pinto Coelho conta a história de Oswiécim no período entre guerras, e de como se transforma uma cidade feliz no símbolo material mais eloquente do Holocausto nazi: Auschwitz.
Desde 2015, o autor tem percorrido dezenas de escolas de norte a sul do país para falar desta temática e da forma como a ficção literária se situa perante o grande desastre humano.