É comum dizer-se em Portugal que o horizonte expectável para as vendas de um livro de poesia são 300 exemplares. Será este cenário um exagero ou o retrato de uma triste realidade? Ao longo das últimas décadas, a poesia tem perdido leitores, espaço nas livrarias e atenção por parte das editoras. O que levou a poesia a ficar confinada a um nicho? Será que a sociedade contemporânea não dá o tempo e o silêncio que a leitura de poesia requer? Terão os poetas criado um espaço de metapoesia, onde os leitores têm dificuldade em entrar e reconhecer-se? Terá sido o ensino de literatura e língua portuguesas, de forma árida, que conduziu ao desinteresse das últimas gerações de leitores? Apesar de todas as questões que a agonia da poesia suscita, várias micro editoras têm tentado criar circuitos alternativos para a distribuição das suas edições.