© Vera Carmo

Isabel Rio Novo

BIO (3.ª pessoa)

Isabel Rio Novo nasceu e cresceu no Porto, onde fez um mestrado em História da Cultura Portuguesa e se doutorou em Literatura Comparada. Ao longo do seu percurso académico, recebeu bolsas da Fundação para a Ciência e Tecnologia, do Instituto Camões, da Fundação Engenheiro António de Almeida e da Fundação Calouste Gulbenkian.

É docente de escrita criativa no ensino superior, estudos literários e outras disciplinas nas áreas da literatura, história, estética, cinema e outras artes. É autora de várias publicações académicas e marcou presença nas comissões organizadoras e científicas de diversos encontros internacionais sobre esses temas, que, não raras vezes, se manifestam na sua criação literária.

Enquanto ficcionista, está representada em várias antologias de contos, com destaque para a primeira coletânea do Centro Mário Cláudio (O País Escondido, 2016), e na coleção de inéditos do jornal Expresso (2018). Colabora com ensaios e ficções curtas nas revistas Granta, Egoísta, LER e Colóquio/Letras.  Considera-se, aliás, uma contista que aprendeu a usar os pontos fortes para escrever romances.

É autora da narrativa fantástica O Diabo Tranquilo (2004), a partir de poemas de Daniel Maia-Pinto Rodrigues, da novela A Caridade (2005, Prémio Literário Manuel Teixeira Gomes), do livro de contos Histórias com Santos (2014) e dos romances Rio do Esquecimento (2016, finalista do Prémio LeYa e semifinalista do Prémio Oceanos), Madalena (ainda inédito, Prémio Literário João Gaspar Simões) e A Febre das Almas Sensíveis (2018, finalista do Prémio LeYa). Depois deste que é o seu segundo romance publicado, tem sido apontada como uma das mais interessantes e promissoras vozes da ficção portuguesa contemporânea, combinando o impulso histórico com a tentação do fantástico, explorando o apagamento de fronteiras entre romance e ensaio e jogando com os limites da ficção e da não ficção.

Beneficiou recentemente de uma Bolsa de Criação Literária atribuída pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), de que resultou a escrita do seu quarto romance, uma história que estabelece pontes com a pintura e que será, provavelmente, o seu romance mais pessoal até agora.

Atualmente, encontra-se a preparar uma biografia da escritora Agustina Bessa-Luís, sobre cuja obra se vem debruçando desde o início do milénio.

BIO (1.ª pessoa)

Nasci e cresci no Porto, sem irmãos, mas rodeada de livros. Comecei a ler muito cedo, um desejo voraz estimulado pelas circunstâncias. Depressa percebi que queria escrever, queria para mim essa forma de estar no mundo.

Por isso, escolhi um trabalho que me permitisse lidar com livros. Doutorei-me em literatura; dou aulas de escrita criativa; pelo meio, escrevo. Contos, uma novela, quatro romances. Todos os que já vieram a lume foram bem acolhidos. Durante muito tempo, pensei que escrevia por mera necessidade pessoal, um puro impulso estético. Descobrir que conseguia emocionar os leitores, transportá-los numa viagem comigo, fez-me e faz-me feliz.

Quando escrevo, sinto que estou a ser fiel à minha natureza, que estou no tempo certo, no lugar certo. Em momentos raros, tudo parece justificado: o ar que respiro, as horas que passo a escrever, as escolhas de vida que faço.

Sou tudo menos uma escritora atormentada. Claro que o escritor é alguém que se confronta com a natureza humana, a começar pela que em si próprio se manifesta. E ninguém pode enfrentar-se na sua realidade sem se deixar tomar por uma certa melancolia. Mas a consciência da minha natureza está na base de uma alegria, consciente mas nem por isso menos verdadeira, voluntária mas nem por isso menos esplêndida.

Ver nome do convidado na programação

18:30H | As mulheres na literatura portuguesa

Programa Literário 1 Dezembro

Salão 1 | Conversa |

Convidados: Inês Fonseca Santos / Isabel Rio Novo

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Não conseguimos prometer que o movimento #metoo não venha à baila, mas prometemos que, sob o prisma e do lugar que as mulheres ocupam na literatura portuguesa, olharemos para toda a literatura portuguesa, pelos olhos de duas das grandes escritoras portuguesas. Estarão as mulheres sub-representadas na literatura portuguesa? E de que forma são retratadas nos romances? Estarão as mulheres em igualdade de acesso ao meio editorial e literário ou, na verdade, continua a sociedade a impedir as mulheres de competir em igualdade por um espaço? É verdade que existem grandes personagens femininas que foram desenhadas por mãos masculinas, mas não será menos verdade que as mulheres sempre tiveram dificuldades, ao longo dos séculos, em serem vistas para lá dos papéis e sociais e familiares que ocupavam. Duas escritoras refletem sobre o caminho que falta fazer.



13:00H | S.O.S. literatura

Programa Literário 2 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Isabel Rio Novo

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Se decidirmos contar com a literatura para nos salvarmos, o mais certo será morrermos afogados. Ou queimados. Ou irritados, pela pouca clareza da resposta. Como explicou Pedro Mexia, um dos grandes intelectuais portugueses, «Uma pessoa que confunda a literatura com a vida tem uma patologia», logo, diríamos nós, alguém que confunda uma caixa de comprimidos com um livro de poemas, também. No entanto, a biblioterapia está aí, cheia de pujança, garantido que podemos deixar de lado as drogas, pois depressão, mal-estar e dores de cabeça podem ser resolvidos com o poema certo, com o romance que sempre ignorámos. Não importando para a discussão, ou talvez sim, a enorme responsabilidade de que os livros poderão salvar o mundo, talvez possamos admitir que mesmo que não consigam chegar a esse ponto, pelo menos tornam-no bem melhor. Já recorreu à literatura para atenuar a dor que teve no pé?