João Tordo
BIO (3.ª pessoa)
João Tordo nasceu em Lisboa em 1975. Licenciou-se em Filosofia e estudou Jornalismo e Escrita Literária em Londres e Nova Iorque. Em 2001, venceu o Prémio Jovens Criadores na categoria de Literatura. Trabalhou como jornalista e editor durante alguns anos, tendo escrito para publicações como O Independente, ELLE, Jornal de Letras, Diário de Notícias e Jornal de Letras. Em 2004, publicou o romance O Livro dos Homens sem Luz (2004), que teve excelente receção crítica em Portugal. Seguiram-se Hotel Memória (2007) e As Três Vidas (2008), que recebeu, no ano seguinte, o Prémio Literário José Saramago e cuja edição brasileira foi, em 2011, finalista do Prémio Portugal Telecom; O Bom Inverno (2010) foi finalista do Prémio Melhor Livro de Ficção Narrativa da Sociedade Portuguesa de Autores e do Prémio Literário Fernando Namora, cuja tradução francesa foi selecionada para a 6.ª edição do Prémio Literário Europeu. Os seus livros começaram a ser traduzidos no estrangeiro, primeiro em França, pela editora Actes Sud, e pouco mais tarde em Itália, Alemanha, Croácia, Hungria, Sérvia, Brasil, Espanha e outros países. Anatomia dos Mártires, publicado em 2011, foi finalista do Prémio Literário Fernando Namora; O Ano Sabático (2013) e Biografia Involuntária dos Amantes (2014) foram finalistas do Prémio Fernando Namora e do Prémio Melhor Livro de Ficção Narrativa da Sociedade Portuguesa de Autores; e, mais recentemente, O Luto de Elias Gro (2015), que foi traduzido em Espanhol pela editora Volcano, de Madrid; O Paraíso segundo Lars D. (2015) e O Deslumbre de Cecilia Fluss (2017) são os volumes que fecham a Trilogia dos Lugares sem Nome. Para além de romancista, João Tordo trabalha como guionista em séries de ficção e filmes. Escreveu três longas-metragens – que incluem O Segredo de Miguel Zuzarte (RTP) – e trabalhou nas séries País Irmão, Os Filhos do Rock, Cidade Despida e Terapia, entre outras. Como tradutor, encarregou-se, nos últimos anos, das obras de Raymond Carver e de Geoff Dyer, tendo também traduzido autores como Denis Johnson. Fez residências literárias em vários países, e foi escolhido para bolseiro da Ledig House (Nova Iorque), Siena Art Institute (Itália), Shanghai Literary Program (China), Conseil des Arts de Montréal (Canadá) e Sangham House (Índia). O seu mais recente romance é Ensina-me a Voar sobre os Telhados (2018), que foi um sucesso comercial e crítico em Portugal. Durante a Feira de Guadalajara, será publicado o livro As Três Vidas no México e América Latina.
BIO (1.ª pessoa)
Dizem que pertenço à «nova geração» de autores portugueses, embora tenha começado a escrever as primeiras histórias aos 6 anos — há trinta e sete anos, portanto. Sinto-me, por isso, parte de uma velha geração, daquelas que começam demasiado cedo. Durante vinte e oito anos não publiquei uma linha, embora sentisse que, um dia, podia vir a ser escritor. Aconteceu então, com o meu primeiro livro, escrito entre Londres e Nova Iorque. E o segundo, e o terceiro. Quando fiz 33 anos, essa idade célebre, recebi o Prémio José Saramago e tive o prazer de passar o dia com o único Prémio Nobel de língua portuguesa. Foi um enorme incentivo para continuar a escrever, e um dedo na ferida: algum dia eu estaria à altura de um génio? Descobri que não: que, para o resto da vida, serei apenas eu — alguém que escreve romances como respira, que traz para o mundo um mundo interior, por vezes negro, noutras vezes cheio de luz. Publiquei onze romances; este ano, O Luto de Elias Gro foi traduzido em Espanhol, bem como As Três Vidas. No meu último livro, Ensina-me a Voar Sobre os Telhados, há um japonês que quer voar e um português que quer reconciliar-se com um filho surdo. É assim a minha ficção: mistura tempos e geografias, à procura de qualquer coisa eterna e indizível. Tenho 43 anos e chamo-me João.
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17:30H | Cada geração reinventa o mundo?
Programa Literário 30 novembro
Salão 1 | Conversa |
Convidados: Hélia Correia / João Tordo
Moderação:
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Todos nós sabemos que as gerações se vão distinguindo de diversas formas. Em Portugal, uma das diferenças mais marcantes prende-se, provavelmente, com a Revolução de 25 de Abril de 1974. Viver em ditadura é uma experiência demasiado marcante para não influenciar quem conheceu essa realidade na pele. As gerações nascidas depois da Revolução dos Cravos, libertas da opressão da ditadura, conheceram uma experiência muito diferente. Neste encontro de gerações vamos pôr lado a lado Hélia Correia, prémio Camões, e João Tordo, prémio José Saramago. Hélia é uma romancista e poeta enamorada pela geração dos pré-rafaelitas e pela Grécia. João é um escritor marcado pela literatura norte-americana, pelos ambientes negros e cosmopolitas. O que na experiência de ser português ajudou a desenhar os caminhos literários destes dois escritores? Ou será que a literatura está imune ao desenho das fronteiras e o contexto sociocultural tem um papel muito menos decisivo?
13:00H | E o vencedor é…, o papel dos prémios literários
Programa Literário 1 Dezembro
Pavilhão de Portugal | Conversa
Convidados: Ana Margarida de Carvalho / João Tordo
Moderação:
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Fala-se de prémios literários e uma onda de perguntas, e suspeições, surge na cabeça de vencedores, preteridos e de quem está a assistir. O que podem os prémios fazer pela carreira de um escritor e o que significam? Serão os prémios uma questão de qualidade ou popularidade? Escreve-se para ser lido, para vender livros ou para ganhar prémios? É possível conciliar todos os prismas? Quem fica de fora é tão bom como o vencedor? Dependerá a vitória do júri, da atualidade política e social, dos humores e amores de quem decide? Ao longo de cerca de uma hora, o vencedor do prémio José Saramago pelo romance As três vidas, e Ana Margarida Carvalho, vencedora por duas vezes do Grande Prémio de Romance e Novela Associação Portuguesa de Escritores, dão-nos a sua perspetiva, sem deixar de falar do seu caso particular.
18:00H | Leitura por João Tordo
Programa Literário Dia 1 dezembro
Pavilhão de Portugal | Leitura |
Convidados: João Tordo
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A força de um texto na respiração, tempo e voz de João Tordo.
Dizem que pertenço à «nova geração» de autores portugueses, embora tenha começado a escrever as primeiras histórias aos 6 anos — há trinta e sete anos, portanto. Sinto-me, por isso, parte de uma velha geração, daquelas que começam demasiado cedo. Durante vinte e oito anos não publiquei uma linha, embora sentisse que, um dia, podia vir a ser escritor. Aconteceu então, com o meu primeiro livro, escrito entre Londres e Nova Iorque. E o segundo, e o terceiro. Quando fiz 33 anos, essa idade célebre, recebi o Prémio José Saramago e tive o prazer de passar o dia com o único Prémio Nobel de língua portuguesa. Foi um enorme incentivo para continuar a escrever, e um dedo na ferida: algum dia eu estaria à altura de um génio? Descobri que não: que, para o resto da vida, serei apenas eu — alguém que escreve romances como respira, que traz para o mundo um mundo interior, por vezes negro, noutras vezes cheio de luz. Publiquei onze romances; este ano, O Luto de Elias Gro foi traduzido em Espanhol, bem como As Três Vidas. No meu último livro, Ensina-me a Voar Sobre os Telhados, há um japonês que quer voar e um português que quer reconciliar-se com um filho surdo. É assim a minha ficção: mistura tempos e geografias, à procura de qualquer coisa eterna e indizível. Tenho 43 anos e chamo-me João.
16:00H | Apresentação de livros de João Tordo e Street Art Lisboa
Programa Literário Dia 2 Dezembro
Pavilhão de Portugal | Apresentação |
Convidados: João Tordo