© Direitos Reservados

Rui Cóias

BIO (3.ª pessoa)

Nasceu em Lisboa, em 1966, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, é pós-graduado em Ciências Jurídicas, e estudou algum tempo Filosofia (Universidade Nova, Lisboa), tendo interrompido os estudos.

É autor dos livros A Função do Geógrafo, A Ordem do Mundo (Quasi Edições) e Europa (Edições Tinta da China), os quais traçam uma linha muito própria na poesia portuguesa dos últimos anos, consubstanciada no desenvolvimento de um projeto pessoal de entendimento do mundo, uma espécie de raciocínio para a origem e estrutura das imagens enraizadas em lugares concretos reproduzidos pela memória, a natureza e os caminhos cruzados do conhecimento e no tempo. Tem colaborado ainda em publicações literárias e antologias em Portugal e é colaborador periódico da revista Relâmpago.

O seu trabalho tem recebido também atenção internacional. A sua poesia encontra-se traduzida para inglês, francês, espanhol, holandês, croata e esloveno, figurando ainda em antologias literárias em França, entre as quais a Anthologie de La Jeune Poésie Portugaise (Maison De La Poésie Rhône-Alpes), na Macedónia, Itália e Brasil.

Foram publicados no estrangeiro alguns dos seus livros, em edição bilingue, como Laat de Stilte, na Holanda (Uitgeverij Vleugels), com tradução de Harrie Lemmens, Las Márgenes Sombrías, no México (El Errante Editorial), traduzido por Blanca Luz Pulido,  L’Ordre du Monde, França (L’Harmattan éditions) e La nature de la vie na Bélgica (Orfeu Edições), ambos com tradução para o francês de Marie Claire Vromans.

Rui Cóias tem participado em festivais internacionais de poesia e literatura, nomeadamente em França, Nicarágua, Macedónia, Eslováquia e Índia.

De entre alguns de outros projetos em que figura encontram-se a inclusão no livro Moments of Writing, portefólio fotográfico sobre escritores, de Alexandra Cool, cuja fotografia esteve aliás exposta no FoMu, Museu da Fotografia de Antuérpia (2011), e a participação com textos seus nas exposições Voyage en Mediterranee (Paris, 2015) e no European Day of Languages na Galerie Anspach, em Bruxelas (2014).

Em 2015 recebeu uma bolsa do Ministério da Cultura e Comunicação francês que contribuiu para a investigação e finalização do seu livro Europa.

É ainda autor escolhido para representar Portugal nas comunidades web Poetry International (Holanda), Poems from the Portuguese (Portugal) e Lyricline (Alemanha).

Tem ainda um blogue sobre viagens e literatura, vive em Lisboa, é casado e tem 2 filhos.

BIO (1.ª pessoa)

Procuro no que escrevo tecer um fundo em que o tempo, os lugares onde deixamos a memória, as suas intermitências e imagens, as vidas certas ou incertas sejam um pouco como o trabalho do jurista pensando chegar a uma solução que não pode ser elencada em absoluto mas evocada por ténues provas; uma abordagem mais meditativa, se calhar por via dos estudos de Filosofia que sempre quis seguir, em contraponto com a minha formação académica em Direito. É isso que tenho abordado nos meus livros e ensaios — A Função do Geógrafo, A Ordem do Mundo e Europa, e nas versões publicadas na Holanda, França e Bélgica. O mesmo acontece no livro que apresento agora no México, Las Márgenes Sombrías, que explora essa afinidade cujas linhas enquadram o mundo num sistema em que as interrogações e os limites do tempo e do espaço, da História e do conhecimento cedem mais perante a sua representação que pela realidade, se tornam mais um alvo de desgaste, uma construção mental, uma lembrança ou um regresso, um território de perda mas também de beleza. Esta questão surge ainda na linha da contemplação da paisagem humana e natural como um ponto na consciência, um silêncio — longe da aceleração do processo social — em que tudo elipticamente se encontra ligado. Foi neste contexto que escrevi Europa, que deu origem a Las Márgenes Sombrías — como se em torno de um conceito físico e simbólico cruzássemos mais as correntes das paisagens e das estações que a sucessão fática dos acontecimentos, como se os intervalos constituíssem um lapso através de que podemos alcançar as imagens mais remotas.

Ver nome do convidado na programação

12:00H | Quando a poesia muda de pele

Programa Literário 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Inês Fonseca Santos / Rui Cóias

Moderação: Blanca Luz Pulido

(ver+)
É comum dizer-se em Portugal que o horizonte expectável para as vendas de um livro de poesia são 300 exemplares. Será este cenário um exagero ou o retrato de uma triste realidade? Ao longo das últimas décadas, a poesia tem perdido leitores, espaço nas livrarias e atenção por parte das editoras. O que levou a poesia a ficar confinada a um nicho? Será que a sociedade contemporânea não dá o tempo e o silêncio que a leitura de poesia requer? Terão os poetas criado um espaço de metapoesia, onde os leitores têm dificuldade em entrar e reconhecer-se? Terá sido o ensino de literatura e língua portuguesas, de forma árida, que conduziu ao desinteresse das últimas gerações de leitores? Apesar de todas as questões que a agonia da poesia suscita, várias micro editoras têm tentado criar circuitos alternativos para a distribuição das suas edições.