PROGRAMA LITERÁRIO

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16:00H | Apresentação de livro de Ricardo Araújo Pereira

Programa Literário Dia 24 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados: Ricardo Araújo Pereira / Jerónimo Pizarro

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La enfermedad, el sufrimiento y la muerte entran en un bar. Una especie de manual de escritura humorística
Participam: Ricardo Araújo Pereira (autor) e Jerónimo Pizarro (tradutor).
La enfermedad, el sufrimiento y la muerte entran en un bar. Una especie de manual de escritura humorística
Además de humorista, Araújo Pereira puede ser considerado hoy un filósofo del humor, gracias a su best-seller «A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar» (2016), donde el autor dialoga con todas las teorías del humor existente y propone una propia. El humor, o el sentido del humor, es, en realidad, un modo especial de mirar las cosas y de pensar sobre ellas. Es raro, no porque se trate de un don ofrecido solo a algunos escogidos, sino porque ese modo de mirar y de razonar es bastante diferente del convencional (a veces, es precisamente lo opuesto), y la mayor parte de las personas no tienen interés en relacionarse con el mundo de esa forma, o no puede darse a ese lujo. Estamos entrenados para saber lo que las cosas son, no para perder tiempo en investigar lo que parecen, o lo que podrían ser. Este libro busca identificar y discutir algunas características de esa manera de ver y de pensar.



17:00H | Apresentação de livro de Manuel Alegre

Programa Literário Dia 24 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados: Manuel Alegre / Blanca Luz Pulido / Eduardo Langagne

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Todos los poemas son de amor

Participam: Manuel Alegre (autor), Blanca Luz Pulido (tradutora) e Eduardo Langagne (apresentador)

La antología Todos los poemas son de amor, de Manuel Alegre, seleccionada por Cecília Andrade con prólogo de João de Melo, es una reunión que abarca alrededor de 70 poemas, todos unidos por el hilo conductor de la pasión o el recuerdo amorosos. El amor, con todas sus luces e intensidades, el amor militante, el amor pasional, el amor enamorado de sí mismo, pero sobre todo, el amor transformado en gran poesía, es el protagonista absoluto de estas páginas. La antología está basada en veinte publicaciones de este gran poeta, que van desde 1960 hasta 2015. Entre ellas podemos citar las siguientes: O Canto e as Armas (1967), Coisa Amar (1976), Chegar Aqui (1984), Sonetos do Obscuro Quê (1993), Senhora das Tempestades (1998), Sete Sonetos e Um Quarto (2005), Nada Está Escrito (2012) y Bairro Ocidental (2015). La antología incluye también nueve poemas inéditos del autor



18:00H | Entrevista a Gonçalo M. Tavares

Programa Literário Dia 24 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados: Gonçalo M. Tavares

Moderação: Ingrid Bejerman

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Gonçalo M. Tavares nasceu em 1970. Desde 2001 publicou livros em diferentes géneros literários, traduzidos em mais de 50 países. Os seus livros receberam vários prémios em Portugal e no estrangeiro.

Com Aprender a Rezar na Era da Técnica recebeu o Prix du Meilleur Livre Étranger 2010 (França), prémio atribuído antes a Robert Musil, Orhan Pamuk, John Updike, Philip Roth, Gabriel García Márquez, Salman Rushdie, Elias Canetti, entre outros.

Alguns outros prémios internacionais: Prémio Portugal Telecom 2007 e 2011 (Brasil), Prémio Internazionale Trieste 2008 (Itália), Prémio Belgrado 2009 (Sérvia), Grand Prix Littéraire du Web – Culture 2010 (França), Prix Littéraire Européen 2011 (França).

Foi por diferentes vezes finalista do Prix Médicis e Prix Femina.

Uma Viagem à Índia recebeu, entre outros, o Grande Prémio de Romance e Novela APE 2011.

Os seus livros deram origem, em diferentes países, a peças de teatro, dança, peças radiofónicas, curtas-metragens e objetos de artes plásticas, dança, vídeos de arte, ópera, performances, projetos de arquitetura, teses acadêmicas, etc. – bem como a inúmeras traduções.



19:30H | A noite e o riso

Programa Literário Dia 24

Pavilhão de Portugal | Masterclass |

Convidados: Ricardo Araújo Pereira

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A noite e o riso

«Esta é a minha hipótese: humor, ou sentido de humor, é, na verdade, um modo especial de olhar para as coisas e de pensar sobre elas. É raro, não porque se trate de um dom oferecido apenas a alguns escolhidos, mas porque esse modo de olhar e de raciocinar é bastante diferente do convencional (às vezes, é precisamente o oposto), e a maior parte das pessoas não tem interesse em relacionar-se com o mundo dessa forma, ou não pode dar-se a esse luxo.

Somos treinados para saber o que as coisas são, não para perder tempo a investigar o que parecem, ou o que poderiam ser.»



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11:00H | Entrevista a Nuno Júdice

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Nuno Júdice

Moderação: Mariana Bernárdez

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Uma entrevista de vida a Nuno Júdice, com registo informal.



12:00H | A arte de sofrer

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Maria do Rosário Pedreira / Blanca Luz Pulido

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A arte de sofrer
É comum dizer-se que a escrita, e a poesia por maioria de razão, vive melhor das tristezas do que das alegrias. Em que medida o processo de escrita se nutre da tristeza e das lágrimas do autor, como se se tratasse de um castigo semelhante ao de Sísifo: diariamente, e cada novo poema, é uma nova pedra que se carrega montanha acima, numa vã tentativa de expiar tristezas e aspirar a escrever o melhor que o poeta consegue. Maria do Rosário Pedreira, conhecida poeta e colaboradora de alguns dos maiores fadistas, sabe melhor do que ninguém como a poesia se faz dos sentimentos mais tristes: a saudade, o abandono ou o ciúme. Os sentimentos que alicerçam a canção portuguesa, património imaterial da humanidade. Será que é mais fácil fazer poesia num país em que as pessoas se juntam para chorar em grupo nas casas de fado? Baixem as luzes e silêncio que se vai cantar o fado da poesia portuguesa.



13:00H | Portugal, país de campeões

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa |

Convidados: Manuel Alegre, Ricardo Araújo Pereira

Moderação: Pablo Raphaël

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O futebol é o desporto-rei. Pelos olhos de duas grandes figuras intelectuais portuguesas, que são, simultaneamente, dois grandes adeptos de futebol, veremos de que forma a euforia de um desporto influi nos hábitos e na estrutura de costumes de um povo de cerca de 15 milhões de adeptos e com quase 900 anos, onde a literatura não fica de fora: as crónicas de futebol e do seu Benfica de Araújo Pereira são uma peça literária que vale por um romance inteiro; o poema que há anos Alegre dedicou a Luís Figo merece o estatuto de uma epopeia. Em fora de jogo, mas dentro das quatro linhas, de pé em riste, à defesa e ao ataque, estas duas figuras vão falar de futebol e de literatura, das maiores personagens, dos episódios mestres da nossa história, sem deixar de lado a participação de Portugal no Mundial de Futebol de 1986, no México



15:00H | Apresentação de livro de Mário de Sá-Carneiro

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação |

Convidados: Nicolás Barbosa / Ricardo Vasconcelos

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Un poco más de azul: antología literaria

Participam: Ricardo Vasconcelos (editor) e Nicolás Barbosa (tradutor).

Apresentação da primeira antologia em espanhol com uma seleção da poesia, narrativa e correspondência de Mário de Sá-Carneiro, uma das figuras centrais do Modernismo português no início do século XX. A obra de Sá-Carneiro é testemunho da conjuntura literária que, a partir de uma primeira influência pós-simbolista, adotou características próprias do discurso das vanguardas europeias.



18:00H | Leitura por Dulce Maria Cardoso

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Leitura

Convidados: Dulce Maria Cardoso

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A força de um texto na respiração, tempo e voz de Dulce Maria Cardoso.
Não me lembro da viagem de barco para Luanda, quando tinha seis meses. Lembro-me da outra, a de avião, que me trouxe de volta a Portugal, dez anos depois. Não mais regressei a África, ainda que nunca tenha chegado bem a sair de lá. Vim aquando da descolonização, na ponte aérea, fui uma entre o meio milhão de pessoas que retornaram. Mas este meu encontro com a História maiúscula não me marcou mais do que outros encontros que fui tendo com histórias minúsculas. Encontros e desencontros. Como os três desencontros com a minha morte. Ou os encontros com pessoas extraordinárias: a Teresa do 8.º ano, o sr. Manuel do 2.º andar, a madame Bovary e… Nos livros descobri mundos por vezes mais reais do que aquele a que o meu corpo me condena. Encontros e desencontros. Com amores, loucuras, doenças, felicidadezinhas, sofrimentos, paixões, mortes. Encontros e desencontros que me trouxeram até aqui, marcada, acima de tudo, pelas tantas outras vidas que poderiam ter sido minhas.
Ah, esta solidão de sentir-me tão diferente dos outros e ao mesmo tempo tão igual a eles. Ligada, mas desatada. E o engano de que as palavras nos atarão. Engano, não, esperança.



19:30H | A literatura continua (O mundo depois de Saramago)

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Gonçalo M. Tavares / Ondjaki / Pilar del Rio / Jorge Volpi

Moderação:

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Vinte anos volvidos sobre a atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, olhemos para a vida e obra de um dos mais talentosos escritores de língua portuguesa de sempre. José Saramago é um construtor de parábolas do seu e do nosso tempo, um inquietador de consciências que nos alertou para vários dos problemas da sociedade contemporânea através dos seus romances: a desagregação da Europa, na Jangada de pedra; as catedrais do consumismo, na Caverna; o enfraquecimento da democracia, no Ensaio sobre a lucidez, entre muitos outros. Nunca se mostrou alheado do mundo que o rodeava e manteve uma participação cívica muito ativa e interventiva. O seu legado e património são agora cuidados pela Fundação José Saramago (FJS), um espaço de literatura e ideias. Sob condução de Pilar del Río, a FJS tem-se afirmado como um dos pólos mais importantes da cultura portuguesa contemporânea, seja através das suas exposições, conferências, debates ou da revista digital, Blimunda.



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16:00H | Apresentação de livros de Gonçalo M. Tavares

Programa Literário Dia 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados: Gonçalo M. Tavares / Gerardo González / Gustavo Cruz Cerna / Maria Alzira Brum / Paula Abramo

Moderação:

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Una niña está perdida en su siglo en busca de su padre, Atlas del cuerpo y la imaginación y Enciclopedia II. Breves notas sobre música. Breves notas sobre literatura-Bloom

Participam: Gonçalo M. Tavares (autor), Gerardo González (editor Matadero Editorial), Gustavo Cruz Cerna (editor Almadía), Maria Alzira Brum (traductora) y Paula Abramo (traductora).

El de Gonçalo M. Tavares es uno de los proyectos de escritura más ambicioso y coherentes de la actualidad. Compuesto por una constelación de numerosas obras — algunas de ellas emparentadas desde su concepción como serie, mientras otras relumbran en su singularidad —, este vasto corpus evidencia tanto el vasto conocimiento de una tradición que tiende a lo universal, como la potencia disruptiva de la experimentación y la vanguardia.

Convencidos de la relevancia de la obra de Tavares, Editorial Almadía y Matadero presentan en esta FIL las ediciones mexicanas de las obras Una niña está perdida en su siglo en busca de su padre, Atlas del cuerpo y la imaginación y Enciclopedia II. Breves notas sobre música. Breves notas sobre literatura-Bloom.



17:00H | O último leitor, o futuro da literatura

Programa Literário 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: João de Melo / Rui Zink

Moderação: Luísa Mellid Franco

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E se no dia seguinte só restasse um leitor? A interrogação poderia ser o enredo de um dos romances destes dois narradores de mão-cheia, mas enquanto esse dia não chega, desafiamos os dois autores a falar sobre o fim dos leitores como os conhecemos, ou melhor ainda, sobre o fim dos leitores. O que aconteceria aos milhões de páginas de todas as bibliotecas do mundo se, de um dia para outro, apenas um leitor permanecesse à face da terra para as ler? E a que se dedicariam os escritores? Continuariam a escrever porque não sabem fazer mais nada ou, por outro lado, iriam reinventar-se, pois o diálogo fora interrompido? Neste debate, vamos pedir aos autores que entrem connosco nesta realidade paralela, mas ao mesmo tempo que nos digam o que deveremos fazer para que esta interrogação nunca se torne uma realidade. Afinal de contas, sem leitores, estaríamos agora em Guadalajara?



17:30H | Os poetas portugueses e o fado

Programa Literário 26 novembro

Salão 1 | Masterclass |

Convidados: Rui Vieira Nery / Maria do Rosário Pedreira

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No fado — a canção que melhor traduz a alma portuguesa — a melodia é indissociável da palavra e, portanto, da poesia. As letras de fado podem ser de temática social, política, amorosa ou outra, e oscilam entre tonalidades trágicas, dramáticas e satíricas. Na presente conferência, o musicólogo e historiador cultural Rui Vieira Nery falará dos poetas populares do fado, desde a lírica improvisada da fase amadora e informal do género, a partir de meados do século XIX, até aos letristas profissionais das décadas de 1920 a 50, e a poetisa e letrista Maria do Rosário Pedreira dedicar-se-á aos poetas ditos eruditos, cujos textos, especialmente a partir dos anos 1950, com a intervenção de Amália  Rodrigues — a grande diva do fado — passaram a constituir a base de muitos fados



18:00H | Entrevista a Afonso Cruz

Programa Literário 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista

Convidados: Afonso Cruz

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Una entrevista de vida a Afonso Cruz, en un tono informal.

Nació en 1971 en Figueira da Foz y, años más tarde, habría de ser estudiante de artes y viajar a cerca de 80 países. Además de escritor es también ilustrador, músico y cineasta. Desde 2008, año en que empezó a escribir, ha publicado más de veinte libros. Se estrenó con la novela A Carne de Deus, a la que seguiría, en 2009, Enciclopedia de Historia Universal, galardonada con el Gran Premio del Cuento Camilo Castelo Branco. En 2011 publicó Los Libros que devoraron a mi padre (Premio Literario Maria Rosa Colaço, Finalista del Premio Fundación Cuatro Gatos 2016, con el de sello «Altamente Recomendados 2017» de la Fundación para el Fomento de la Lectura, Fundalectura, en Colombia y selección para el catálogo IBBY México 2017), La contradicción humana (Premio Autores SPA / RTP, selección White Ravens 2011, mención especial del Premio Nacional de Ilustración, Lista de Honor del IBBY y Premio LER / Booktailors en la categoría Mejor Ilustración Original) y El pintor debajo del lavaplatos que fue distinguido en 2016 con el Sello Cátedra 10 de la UNESCO y con el Premio FNLIJ (Fundación Nacional del Libro Infantil y Juvenil de Brasil).

En 2012 fue distinguido con el Premio de Literatura de la Unión Europea por el libro La Muñeca de Kokoschka, publicando también ese año Enciclopedia de Historia Universal: Recolha de Alexandria y la novela Jesucristo bebía cerveza, que fue distinguida con el Premio Time Out – Libro del Año, y considerado el Mejor Libro del Año por los lectores del periódico Público. En 2013 publicó Enciclopedia Historia Universal: Arquivos de Dresner, O Livro do Ano, O Cultivo de Flores de Plástico (teatro) y Dónde están los paraguas (vencedor del Premio Autores para Mejor Libro de Ficción Narrativa y finalista de Gran Premio de Novela y Novela Corta de la Asociación Portuguesa Escritores y del Premio Literario Fernando Namora) y Así, pero sin ser así.

Alfonso Cruz fue el vencedor del Premio Nacional de Ilustración 2014 por la obra Capital (Pato Lógico, 2014), en el mismo año en que publicó Enciclopedia de Historia Universal: Mar. Siguieron Flores, vencedor del Premio Literario Fernando Namora 2016, A Cruzada das Crianças, Barafunda, Enciclopedia de Historia Universal: As Reencarnações de Pitágoras, la novela juvenil Vamos Comprar um Poeta, la novela Nem Todas as Baleias Voam, finalista del Premio Océanos, y Enciclopedia de Historia Universal: Mil Anos de Esquecimento.

En los últimos dos años, publicó el libro de no ficción Jalan, Jalan: Uma Leitura do Mundo y el séptimo volumen de Enciclopedia de Historia Universal: Biblioteca de Brasov.

Los derechos de sus libros se han vendido a diversos países.



19:30H | Poesia portuguesa contemporânea na América Latina

Programa Literário Dia 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Masterclass

Convidados: António Carlos Cortez

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Poesia portuguesa, já!

Identificar as principais linhas de força da poesia portuguesa atual (de Luís Quintais a Rui Cóias, de Margarida Vale de Gato a Golgona Anghel, de João Luís Barreto Guimarães a Vasco Gato), articulando recentes conquistas expressivas com a herança dos anos 60 a 80 — da «Poesia 61» a Nuno Júdice, de Luís Miguel Nava a Manuel Gusmão, Inês Lourenço, ou Paulo Teixeira —, pretende-se dar a ler as vozes mais representativas, tanto quanto possível, dessa constelação de obras ou propostas que urge conhecer.

Para o leitor mexicano de poesia, talvez se justifique lembrar Octavio Paz e o que escreveu em Libertad bajo Palabra: «Te llevo un objecto pertenecente a otra edad» — o poema escrito em português, ansioso de mostrar as suas múltiplas moradas. Nesta masterclass, o poeta, professor e ensaísta português António Carlos Cortez mostra-nos a poesia portuguesa de agora.



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15:00H | Apresentação de livro de Maria do Rosário Pedreira

Programa Literário Dia 27 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados: Maria do Rosário Pedreira

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Antología personal

Participan: Maria do Rosário Pedreira, Nicolás Barbosa, Pedro Rapoula

Maria do Rosário Pedreira é uma das mais importantes vozes poéticas da sua geração. A sua poesia transporta-nos para uma intimidade pontuada por ausências, desencontros e lugares vazios onde o amor é o combustível e a razão de ser. Nesta sessão será apresentada uma antologia pessoal da autora, que escolheu, em toda a sua obra, os poemas que, por razões pessoais, lhe pareceram mais significativos. Antologia Pessoal reúne poemas dos livros A Casa e o Cheiro dos Livros (1996), O Canto do Vento nos Ciprestes (2001), Nenhum Nome Depois (2004) e A Ideia do Fim (2012). O livro, do selo editorial colombiano Puro Pássaro, conta ainda com alguns inéditos. Maria do Rosário Pedreira estará acompanhada dos seus tradutores, Nicolás Barbosa e Pedro Rapoula.



16:00H | O Portugal futuro, traduzido e por traduzir, com apresentação de livros de Gastão Cruz e Ruy Belo

Programa Literário Dia 27 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados: António Carlos Cortez / Nuno Júdice / Pedro Mexia / Blanca Luz Pulido

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A partir do lançamento de duas obras de poesia de Ruy Belo e Gastão Cruz, e tendo como mote um conhecido poema de Belo, os nossos convidados (poetas, professores, opinion-makers) discutirão de que forma a poesia pode ajudar a criar a identidade e o imaginário comum de um país. Numa desesperada tentativa de dar sentido à vida através da poesia, Cortez, Júdice e Mexia dir-nos-ão se, como reza o adágio popular, Portugal é um país de poetas, ao mesmo tempo que nos falarão da importância de grandes nomes da poesia portuguesa para a construção da identidade poética e cultural portuguesa. Este diálogo reunirá dois poetas portugueses já traduzidos no México, António Carlos Cortez e Nuno Júdice, com um jovem poeta a descobrir, Pedro Mexia. Conhecido pela sua melancolia, pela diarística, que desenvolve em blogues, pelas crónicas que publica em publicações de referência e, mais recentemente, pela coordenação de uma importante colecção de poesia, na Tinta da China.



16:00H | O Portugal futuro, traduzido e por traduzir

Programa Literário Dia 27 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados: António Carlos Cortez / Nuno Júdice / Pedro Mexia

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A partir do lançamento de duas obras de poesia de Ruy Belo e Gastão Cruz, e tendo como mote um conhecido poema de Belo, os nossos convidados (poetas, professores, opinion-makers) discutirão de que forma a poesia pode ajudar a criar a identidade e o imaginário comum de um país. Numa desesperada tentativa de dar sentido à vida através da poesia, Cortez, Júdice e Mexia dir-nos-ão se, como reza o adágio popular, Portugal é um país de poetas, ao mesmo tempo que nos falarão da importância de grandes nomes da poesia portuguesa para a construção da identidade poética e cultural portuguesa. Este diálogo reunirá dois poetas portugueses já traduzidos no México, António Carlos Cortes e Nuno Júdice, com um jovem poeta a descobrir, Pedro Mexia. Conhecido pela sua melancolia, pela diarística, que desenvolve em blogues, pelas crónica sque publica em publicações de referência e, mais recentemente, pela coordenação de uma importante colecção de poesia, na Tinta-da-China.



17:00H | Entrevista a Lídia Jorge

Programa Literário Dia 27 novembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidado: Lídia Jorge

Convidado: Pablo Raphaël

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Lídia Jorge é uma escritora representativa da geração da Literatura Portuguesa surgida depois da Revolução. Tendo vivido os períodos da repressão e da Guerra Colonial, bem como os anos da integração europeia, a sua obra é fortemente marcada pelas mudanças sociais e políticas do país, a que associa uma escrita de forte acento psicológico e poético. O seu primeiro livro, publicado em 1980, Dia dos Prodígios, marcou, com outros editados no mesmo ano, uma viragem na forma de narrar na literatura portuguesa. Depois desse livro de estreia, sucederam-se outros títulos, mas seria com A Costa dos Murmúrios (1988), romance que dá eco da sua vivência da guerra em África, que Lídia Jorge se tornaria reconhecida internacionalmente. Dos romances que se seguiram, destacam-se O Vale da Paixão (1998), O Vento Assobiando nas Gruas (2002), Combateremos a Sombra (2007) e A Noite das Mulheres Cantoras (2011). Em 2014 publicou Os Memoráveis, uma revisitação aos tempos da Revolução dos Cravos, considerada uma obra emblemática no género, pelo poder efabulador sobre um momento histórico recente. Já o seu último romance, Estuário (2018), um livro sobre a vulnerabilidade de uma família, interpela o sentido da civilização e do futuro.
Além de romance, Lídia Jorge tem publicado ensaio, crónica, teatro, vários volumes de contos e livros para a infância. A sua obra tem sido objeto de encenações teatrais, e o romance A Costa dos Murmúrios foi adaptado para cinema pela realizadora Margarida Cardoso em 2004. Tem recebido diversos prémios. Entre outros, o Prémio Cidade de Lisboa, o Prémio Dom Dinis, o Prémio Ficção do Pen Club, o Prémio Correntes d’Escritas, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, ou o Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores Millennium BCP pelo conjunto da sua obra. Recebeu o Prémio Vergílio Ferreira e o Prémio Urbano Tavares Rodrigues na sequência da publicação de Os Memoráveis. O Prémio Jean Monet de Literatura Europeia — Escritor Europeu do Ano 2000, e a primeira edição do Prémio ALABATROS da Fundação Günter Grass, em 2006. Em 2015 foi-lhe atribuído o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura. Os seus livros encontram-se traduzidos em vinte línguas. Em língua espanhola, Lídia Jorge está publicada pelas Ediciones Alfaguara, Seix Barral, La Umbria & La Solana e Ediciones Uniandes. Em 2013, Le Magazine Littéraire incluiu-a entre as «dez grandes vozes da literatura estrangeira».



17:30H | Nascidos para derrubar muros

Programa Literário 27 novembro

Salão 1 | Conversa

Convidados: Dulce Maria Cardoso / José Eduardo Agualusa

Moderação: Ingrid Bejerman

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Há uma geração de escritores portugueses que viveram alguns dos momentos mais decisivos rumo à construção de uma sociedade mais livre e paritária. São escritores que viram cair muros dentro e fora de portas, avanços civilizacionais como não se imaginava, mas que continuam a fazer por derrubar os muros que resistem. Dulce Maria Cardoso e José Eduardo Agualusa são dessa geração que assistiu tanto ao fim do regime ditatorial português, como à queda do muro de Berlim. Autores que se envolvem na luta por um mundo menos injusto e mais sustentável. Autores que enfrentam com coragem alguns dos temas mais sensíveis do nosso tempo, como o repatriamento de quase meio milhão de pessoas das ex-colónias africanas para Portugal ou a dificuldade na consolidação de regimes democráticos. Resta saber que força ainda resta aos escritores para derrubar os muros que faltam, como o da intolerância, da segregação, da corrupção, da falta de paridade entre homens e mulheres ou da violência doméstica.



18:00H | Entrevista a António Lobo Antunes, com leituras de Juan Rulfo

Programa Literário Dia 27 novembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista

Convidado: António Lobo Antunes

Moderação: Jerónimo Pizarro

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Uma entrevista de vida a António Lobo Antunes, com registo informal.

António Lobo Antunes nació en Lisboa en 1942. Estudió en la Facultad de Medicina de Lisboa y se especializó en Psiquiatría. Durante varios años ejerció la profesión de médico psiquiatra. En 1970 fue llamado al servicio militar. En 1979 publicó sus primeros libros, Memoria de elefante y En el culo del mundo, y, a continuación, en 1980, Conocimiento del infierno. Estos primeros libros lo transformaron inmediatamente en uno de los autores contemporáneos más leídos y discutidos en el ámbito nacional e internacional. A lo largo de los años todo su trabajo literario ha sido objeto de los más diversos estudios, académicos o no, y de los más importantes Premios, nacionales e internacionales. Su obra se ha traducido en numerosos países.

Obras publicadas: Memoria de Elefante, 1979; En el culo del mundo, 1979, Conocimiento del infierno, 1980; Explicação dos Pássaros, 1981; Fado Alejandrino, 1983; Auto de los condenados, 1985; Las Naves, 1988; Tratado de las pasiones del alma, 1990; El orden natural de las cosas, 1992; La muerte de Carlos Gardel, 1994; Libro de crónicas, 1995; Manual de los inquisidores, 1996; El esplendor de Portugal; 1997; Exhortación a los cocodrilos, 1999; No entres tan deprisa en esta noche oscura, 2000; ¿Qué haré cuando todo arde?, 2001; Segundo Livro de Crónicas, 2002; Buenas tarde a las cosas aquí abajo, 2003; Yo he de amar una piedra, 2004; Ayer no te vi en Babilonia, 2006; Terceiro Livro de Crónicas, 2006; Mi nombre es legión, 2007; El archipiélago del insomnio, 2008; ¿Qué caballos son aquellos que hacen sombra en el mar?, 2009; Sobre los ríos que van, 2010; Quarto Livro de Crónicas, 2011; Comisión de las lágrimas,  2011;  No es medianoche quien quiere, 2012; Quinto Livro de Crónicas, 2013; Caminho como uma Casa em Chamas, 2014; Da Natureza dos Deuses, 2015; Para Aquela Que Está Sentada no Escuro à Minha Espera, 2016; Até Que as Pedras se Tornem Mais Leves Que a Água, 2017.

Premios y distinciones: 1985 — Gran Premio de Romance y Novela de la Asociación Portuguesa de Escritores, por Auto de los condenados; 1996 — Premio  France Culture de Literatura Extranjera por La muerte de Carlos Gardel; 1997 — Premio para Mejor Libro Extranjero, Francia, por Manual de los inquisidores; 1999 — Premio de la Asociación Portuguesa de Escritores por Exhortación a los cocodrilos; 1999 — Premio D. Dinis da Fundación de la Casa de Mateus por Exhortación a los cocodrilos; 2001 — Premio Europeo de Literatura, Austria, por Exhortación a los cocodrilos; 2001 — Premio Rosalía de Castro ; 2003 — Premio Ovídio, Roménia; 2003 — Premio Unión Latina; 2004 — Premio Fernando Namora por Buenas tarde a las cosas aquí abajo; 2005 — Premio Jerusalén; 2006 — Premio Iberoamericano de Letras de Chile (Premio José Donoso); 2007 — Premio Camões, por Mi nombre es legión; 2008 — Premio FIL de Literatura en Lenguas Romances de México (Premio Juan Rulfo); 2008 — Premio Terenci Moix en su IV Edición de los Premios Internacionales; 2008 — Premio Clube Literário do Porto; 2009 – Premio Extremadura a la Creación; 2010 — Premio Sociedad Portuguesa de Autores, mejor ficción narrativa por ¿Qué caballos son aquellos que hacen sombra en el mar?; 2014 — Premio  Nonino, Itália; 2014 — Premio Europa de la Universidad de Bari Aldo Moro, Italia; 2014 — Premio de Excelencia del Festival de Transilvania; 2018 — Gran Premio del Centenario de la Reunificación de Rumanía; 2018 — Premio Fundación Bottari Lattes Grinzane, VIII edición.

Condecoraciones: Gran Cruz de la Orden de Santiago da Espada (2004); Commandeur des Arts et des Lettres (2008).

Doctorados honoris causa: Universidad de Constanza, Rumanía; Universidad de Trás-os-Montes e Alto Minho, Portugal; Universidad de Lisboa (2011), Portugal; Universidad Babes-Bolyai de Cluj (2014), Rumanía.

Otras distinciones: Invitado de Honor del Festival de Música de Salzburgo; entre enero y junio de 2011, su obra fue objeto de diversas representaciones teatrales en el Thêatre de Bobigny, en París; ciudadano honorario de la ciudad de Buenos Aires; profesor invitado de la Universidad de Buenos Aires; cátedra António Lobo Antunes en la Universidad de Milán.

Coloquios: coloquio internacional «A Escrita e o Mundo em António Lobo Antunes», Universidad de Évora, 2002, organización de Eunice Cabral, Carlos J. F. Jorge, Christine Zurbach, y comisión de honor con Cleonice Berardinelli (Rio de Janeiro), Gerald Gillespie (Stanford), Reginald Amoono (Harare), Yves Chevrel (Paris IV Sorbonne), Anthony Disney (Melbourne), Eugene Eoyoung (Hong Kong, Bloomington, Indiana), Óscar Lopes (Porto); coloquio internacional «António Lobo Antunes et le livre total: voies d’approche», 5 e 6 de abril de 2007, Université de la Sorbonne Nouvelle, con dirección científica de Catherine Dumas; coloquio internacional «António Lobo Antunes: A arte do romance», Universidad de Lisboa, 30 de junio de 2009, organización del Centro de Estudios Comparativos de la Facultad de Letras de la Universidad de Lisboa; «Facts and Fictions of António Lobo Antunes», Center for Portuguese Studies and Culture, University of Massachusetts, Dartmouth, USA, 2011, organización de Victor K. Mendes.



18:30H | Deus é redondo e Herrera seu pastor (Portugal e México através do futebol)

Programa Literário Dia 27

Salão 1 | Masterclass |

Convidados: Francisco José Viegas

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A relação futebolística entre Portugal e México tem pergaminhos, seja ao nível dos clubes (vários mexicanos, de que Herrera é apenas um exemplo, fizeram sucesso no campeonato português), seja ao nível de seleções (a participação portuguesa no Mundial de 1986 é ainda hoje falada em Portugal, nem sempre pelas melhores razões). Mas mais importante que o resultado final do jogo, e todos sabemos que no final ganha sempre a Alemanha, convém perceber que estranhas dinâmicas tem o desporto-rei: mais do que um jogo, o futebol é palco para o conhecimento mútuo, aquele estilete que quebra o gelo entre desconhecidos. De que falamos quando falamos de futebol — que liturgia é esta que aproxima velhos e novos, mulheres e homens, até que os 90 minutos os separem? O que leva Javier Marías, Galeano, ou o próprio conferencista deste encontro, a driblar entre a alta literatura e o futebol?



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17:00H | Apresentação de livro de Mário Soares

Programa Literário Dia 28 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados: José Manuel Cortês / Martha Esperanza

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 A vida de Mário Soares, relembrada na obra Mário Soares o la lucha por la democracia, foi uma vida de militância desinteressada, com uma linha de orientação coerente, embora com ajustes, ruturas e adaptações às realidades mutáveis da Europa e do Mundo. «Vivi e acompanhei intensamente quase todo o contraditório e complexo século XX e este começo incerto e tão problemático do atual. É uma reflexão sobre esse longo e conturbado caminho, com altos e baixos, acertos e desacertos, vitórias e derrotas, ao serviço do Povo Português, a que me honro pertencer, que vos ofereço neste livro: uma espécie de autobiografia política e ideológica, orientada por valores humanistas e princípios éticos e políticos, que nunca abandonei.»



17:30H | Literatura e cinema, quando as palavras se fazem imagens

Programa Literário 28 novembro

Salão 1 | Conversa

Convidados: João Botelho / Lídia Jorge

Moderação: Igor Lozada

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Um dos maiores lugares comuns nas discussões entre amigos é se uma determinada obra é melhor em livro ou no cinema. Nunca ninguém conseguirá travar esta discussão bizantina, mas há margem para conquistar novos defensores para esta afirmação: os livros e os filmes não se opõem, completam-se. Como olhará um escritor para a sua obra traduzida em celulóide? Como se lida com a materialização das personagens ou a recriação de espaços e ambientes? Lídia Jorge é um dos expoentes máximos da literatura portuguesa contemporânea e viu o seu romance A costa dos murmúrios adaptado ao cinema — como terá sido esse processo? Como se transformam palavras em imagens, como se lida com a mudança da estrutura da história? Há diálogos com argumentistas e realizadores? Ou, por outro lado, o escritor é capaz de se distanciar do processo e encarar a adaptação como uma outra coisa completamente diferente?



18:30H | Uma viagem pela literatura portuguesa: vozes, tempos e espaços

Programa Literário Dia 28

Salão 1 | Masterclass

Convidados: Carlos Reis

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Empreende-se nesta aula uma digressão por tempos literários representativos da história cultural portuguesa, privilegiando-se momentos que merecem ser evidenciados: o século XVI e a ligação da literatura à viagem e ao conhecimento do mundo; o século XIX e a formação de movimentos em diálogo com fluxos literários europeus; a modernidade e a dinâmica de inovação e de rutura das primeiras décadas do século XX; o tempo literário contemporâneo e os impulsos de descanonização e de recanonização  inspirados pela pós-modernidade. A fim de ilustrar tendências dominantes, serão convocados autores e textos que vão da Idade Média ao início do século XXI, com destaque para, entre outros, Gil Vicente e Camões, Almeida Garrett e Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós e Cesário Verde, Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, Carlos de Oliveira e Sophia de Mello Breyner Andresen, Vergílio Ferreira e José Cardoso Pires, Agustina Bessa-Luís e Lídia Jorge, José Saramago e António Lobo Antunes.



19:30H | Pessoa 136 vezes

Programa Literário Dia 28

Pavilhão de Portugal | Masterclass |

Convidados: Jerónimo Pizarro

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Fernando Pessoa multiplicou-se como ninguém, tal como um dramaturgo, se contarmos como alter-egos de um autor as dramatis personae de algumas peças. Mas Pessoa não foi apenas dramaturgo, e foi fora do âmbito do teatro que inventou pelo menos 136 autores fictícios. Nesta apresentação, dedicada ao prisma-Pessoa, discutir-se-á a multiplicidade da obra do escritor português e procurar-se-á, de forma sintética, dar uma visão de conjunto da mesma. Pessoa disse: «Sejamos múltiplos, mas senhores da nossa multiplicidade». E, de facto, ele próprio foi múltiplo e senhor de um «drama em gente» digno de Pirandello e de outros «senhores da nossa multiplicidade». Conhecer Pessoa começa por conhecer quem foi e quem não foi, personalizado e despersonalizado, existindo e «desexistindo», na realidade e nos sonhos, esse escritor a quem Octavio Paz chamou «el desconocido de sí mismo».



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11:00H | Entrevista a Hélia Correia

Programa Literário 29 novembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Hélia Correia

Moderação: Silvia Castillero

(ver+)
Uma entrevista de vida a Hélia Correia, com registo informal.
Hélia Correio
Licenciada em Filologia Românica, foi professora do ensino secundário, dedicando-se atualmente à tradução e à escrita. Foi uma das colaboradoras mais activas do suplemento «Juvenil» do Diário de Lisboa. Sendo também poetisa e dramaturga, foi enquanto ficcionista que Hélia Correia se revelou como um dos nomes mais importantes e originais da década de oitenta, ao publicar, em 1981, O Número dos Vivos.
Autora de uma obra de características muito próprias, quer pela qualidade melódica da sua escrita, onde se deteta uma sensível contaminação poética, quer pelo universo nela criado, de características originais e inquietantes, Hélia Correia cria uma linguagem narrativa onde o ordinário e o extraordinário ultrapassam por vezes as fronteiras estabelecidas.
Esta espécie de subversão dos limites revela-se nos seus livros, ora criando rupturas num quotidiano convencional e burguês (como em Soma ou A Fenda Erótica), ora denunciando a corrupção das formas de vida mais tradicionais e ligadas à terra dos camponeses e aldeões da nossa época (como em Montedemo ou Insânia, onde a tonalidade finissecular da narrativa é sensível na espécie de veneno que se insinua em toda a narrativa, contaminando todas as condições de sobrevivência humana).
Lillias Fraser recupera o género do romance histórico-fantástico, onde se revisita exemplarmente a História e a Literatura, que se desfiam e desdobram em acontecimentos e personagens que influenciam o decurso da vida de Lillias. Desde a Escócia da Batalha de Culloden até à Lisboa do terramoto de 1755, assim vai crescendo Lillias no meio das guerras e das ruínas de um mundo em mudança.
Participou em 10 Poemas para Che Guevara, Porto: Ed. O Oiro do Dia, 1980; e em Vozes e Olhares no Feminino, Porto: Edições Afrontamento, 2001.
A sua escrita para teatro tem sido levada à cena por várias companhias de Lisboa: Montedemo, numa adaptação, pelo grupo de teatro «O Bando» em 1987, e, já na década de 90, Perdição, Exercício sobre Antígona pelo grupo «A Comuna» e Florbela, pelo grupo «Maizum».



12:00H | Saramago para jovens

Programa Literário 29 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Inês Fonseca Santos / José Luís Peixoto

Moderação: Pablo Raphaël

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Cada autor terá as suas técnicas. Dos que usam intrincados e completos esquemas de trabalho, onde nada fica por planear, aos escritores que simplesmente se sentam e esperam que a inspiração chegue, cada um tem a sua forma de trabalhar, o que se alarga à forma de contar as suas histórias. Afinal, a história é para ser contada do princípio ao fim, ou o seu revés? Quando José Luís Peixoto e Inês Fonseca Santos se sentam para escrever (assumindo que não usam o método de Hemingway que escrevia de pé), já sabem tudo sobre aquelas personagens e aqueles espaços ou escrevem exatamente para saber o que acontecerá? Se já tivessem a data de óbito das personagens, faria sentido continuar? Numa conversa sem guião, apenas com a duração de 50 minutos como limite, estes dois novos autores irão dizer-nos como fazem para que os livros cheguem ao fim sem defraudar os leitores.



13:00H | Santa muerte e o país dos suicidas

Programa Literário 29 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Nuno Júdice / Luis Armenta Malpica

Moderação:

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Miguel de Unamuno caracterizava Portugal desta forma: «Portugal é um povo triste, e é-o até quando sorri. A sua literatura, incluindo a sua literatura cómica e jocosa, é uma literatura triste. Portugal é um povo de suicidas, talvez um povo suicida. A vida não tem para ele sentido transcendente. Desejam talvez viver, sim, mas para quê…». Em que medida esta afirmação de Unamuno não é um enorme exagero ou a fixação de um tempo muito determinado? O Portugal contemporâneo ainda padece dos mesmos males ou já se livrou dos xailes negros? O País parece ter encontrado no fado a sua forma mais singular de lidar com a perda, com a dor. Os mexicanos resolveram essa questão através de manifestações e celebrações sincréticas, com raízes pré-colombianas. Num país em que a morte é venerada, será que nos sentimos mais em casa? Que relação é esta com a morte em Portugal e no México?



17:00H | Desde as duas margens de África

Programa Literário 29 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Germano Almeida / Mia Couto

Moderação: José Manuel Fajardo

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Imaginar que uma língua que é falada em quatro continentes poderia ser igual em todos eles é de uma enorme ingenuidade. Existem várias literaturas lusófonas, cada uma delas marcada por um património comum, mas declinado de diferentes formas na Europa, em África ou na América do Sul. Como é que Moçambique e Cabo Verde se apropriaram da língua portuguesa e do património literário até então construído, para edificarem as suas próprias literaturas? Já se pode, hoje, falar numa literatura moçambicana ou numa literatura cabo-verdiana? E de que características ou elementos fundadores se fazem estas literaturas? A geografia e dimensão dos próprios países condiciona a literatura? Terá Moçambique uma maior influência asiática, por partilhar o Índico? A maior proximidade a Portugal e França influenciaram de alguma forma a literatura cabo-verdiana? Como é que dois dos maiores escritores de língua portuguesa olham para estas questões?



17:30H | Crónica, como contar o século XXI

Programa Literário 29 novembro

Salão 1 | Conversa

Convidados: Alexandra Lucas Coelho / Rui Cardoso Martins

Moderação: Ingrid Bejerman

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É um dos géneros mais nobres do jornalismo e que seduziu grandes escritores em todo o mundo. Em Portugal, António Lobo Antunes é provavelmente o expoente máximo dos escritores seduzidos pela crónica. Mas há também muitos grandes jornalistas que encontraram na crónica e na reportagem a oficina perfeita para saltarem do jornalismo literário para o romance. Alexandra Lucas Coelho e Rui Cardoso Martins são o exemplo de grandes jornalistas que se tornaram enormes escritores. Há vários anos que Alexandra nos vai contando o mundo que trilha, seja o México de norte a sul, em Viva México, ou o Brasil, em Vai, Brasil. Rui escolheu as salas e sessões públicas de tribunal para fazer um retrato de Portugal partindo de pequenos crimes e grandes histórias. Pegando na ideia de Tolstoi («as famílias infelizes são infelizes cada uma à sua maneira»), Rui Cardoso Martins cartografa um Portugal que escapa aos meios de comunicação social de massas.



18:00H | Leitura por Filipa Leal

Programa Literário Dia 29 novembro

Pavilhão de Portugal | Leitura |

Convidados: Filipa Leal

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A força de um texto na respiração, tempo e voz de Filipa Leal.
Quando eu era pequenina queria ser cientista, ou palhaço. Tinha, como se calcula, a mania das grandezas. O primeiro poema que escrevi não era um poema. Era uma folha de Outono que apanhei do chão e que pedi à minha avó Isabel para enviar para uma tia dela muito querida que vivia em Lisboa, a tia Zélia. Esta é das poucas histórias que me contaram da minha infância, por isso imagino que tenha sido uma criança bastante discreta. Lembro-me de brincar sozinha muitas vezes, é certo, mas tenho pensado se não seria já este meu lado de querer controlar tudo — assim, quem mandava na brincadeira era eu.
O meu pai esteve dois anos na guerra, na Guiné. Um dia contou-me que na camarata onde dormia havia uma frase que nunca esqueceu. Dizia: «Devemos ousar». Como também eu queria ousar, fui para Londres estudar Jornalismo, onde vivi três anos. Lá aprendi a amar melhor a família, a estar um pouco mais calada, e a dizer «Olá, eu sou a Filipa» em japonês. Especializei-me em imprensa, apaixonei-me por rádio e odiei televisão. A minha mãe também costumava citar uma frase que nunca esquecerei: «A vida é aquilo que acontece enquanto nós fazemos outros planos». Como se calcula, acabei a trabalhar em televisão.
Tenho um defeito de rotação no rim esquerdo, e também no direito, embora mais ligeiro. Tenho outros defeitos, mas nenhum deles de nome tão pomposo. O resto são pormenores: chamo-me Filipa Leal, tenho 39 anos, e publiquei alguns livros de poesia.



18:30H | Do Índico ao Atlântico, uma viagem de ida e volta

Programa Literário 29 novembro

Salão 1 | Conversa |

Convidados: Isabela Figueiredo / Lídia Jorge

Moderação: Pedro Serra

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É controversa a relação de Portugal com o seu passado e, sobretudo, com a colonização e descolonização. Por muitos atos de contrição que se façam, já ninguém reescreve a história ou corta os laços entre Portugal, Angola, Moçambique, Brasil ou Timor-Leste. Como terá a literatura lidado com este passado e com o espaço lusófono global? Na última década têm sido publicados vários romances que evocam de forma algo saudosa os tempos coloniais, mas continuam a ser raros os romances que reflitam sobre a relação de Portugal com as suas ex-colónias e as guerras de independência em África. Lídia Jorge e Isabela Figueiredo são duas autoras que escreveram sobre um tempo em que se dizia que Portugal ia de Lisboa a Timor. Lídia explora o ambiente militar em Moçambique ainda antes da descolonização. Isabela parte da sua experiência pessoal e civil para reconstruir o ambiente da colonização portuguesa em Moçambique



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11:00H | Entrevista a Mia Couto

Programa Literário 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Mia Couto

Moderação: Jerónimo Pizarro

(ver+)
Uma entrevista de vida a Mia Couto, com registo informal
Mia Couto nasceu em 1955 na cidade da Beira, província de Sofala. Viveu nessa cidade até aos 17 anos, altura em que foi para Lourenço Marques para estudar Medicina. Interrompeu o curso em 1974 para se juntar à Frente de Libertação de Moçambique e iniciar a carreira de jornalista. Desempenhou cargos de direção em vários jornais e revistas moçambicanas. Foi diretor do jornal Notícias até 1985.
Por sua iniciativa regressou à Universidade para estudar Biologia, tendo terminado o curso em 1989. Foi professor na Universidade Eduardo Mondlane durante cinco anos. Depois formou uma empresa de estudos de impacto ambiental onde trabalha como diretor até ao momento. Como biólogo percorreu a savana e a floresta do seu país e manteve intensos e prolongados contactos com os povos e as culturais rurais de Moçambique.
Publicou mais de 30 livros que estão traduzidos e editados em outros tantos países. Os seus livros cobrem diversos géneros desde o romance, à poesia, desde os contos ao livro infantil. Recebeu dezenas de prémios na sua carreira, incluindo — por duas vezes — o Prémio Nacional de Literatura, o prémio Camões e o prémio Neustad, considerado o prémio Nobel norte-americano. O ano passado foi finalista de um dos mais prestigiados galardões internacionais, o Man Booker Prize. O seu romance Terra Sonâmbula foi considerado por um júri internacional reunido no Zimbabwe como um dos 10 melhores livros africanos do século xx. É membro da Academia Brasileira de Letras.
Em 2017 foi agraciado em Maputo com o título Doutor Honoris Causa. Desde 1987 colabora com grupos de teatro, havendo múltiplas adaptações de contos e romances para teatro e cinema tanto em Moçambique como no estrangeiro. Foi um dos criadores do primeiro grupo de teatro profissional em Moçambique, o Mutumbela Gogo.
Juntamente com os seus dois irmãos criou, em 2015, uma associação cultural, a Fundação Fernando Leite Couto, em homenagem ao seu pai, que foi um poeta de renome em Moçambique e dedicou toda a sua vida à promoção da escrita e da leitura entre os jovens moçambicanos.
É casado com a médica Patrícia Silva e tem três filhos, todos eles vivendo e trabalhando em Maputo.



12:00H | Quando a poesia muda de pele

Programa Literário 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Inês Fonseca Santos / Rui Cóias

Moderação: Blanca Luz Pulido

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É comum dizer-se em Portugal que o horizonte expectável para as vendas de um livro de poesia são 300 exemplares. Será este cenário um exagero ou o retrato de uma triste realidade? Ao longo das últimas décadas, a poesia tem perdido leitores, espaço nas livrarias e atenção por parte das editoras. O que levou a poesia a ficar confinada a um nicho? Será que a sociedade contemporânea não dá o tempo e o silêncio que a leitura de poesia requer? Terão os poetas criado um espaço de metapoesia, onde os leitores têm dificuldade em entrar e reconhecer-se? Terá sido o ensino de literatura e língua portuguesas, de forma árida, que conduziu ao desinteresse das últimas gerações de leitores? Apesar de todas as questões que a agonia da poesia suscita, várias micro editoras têm tentado criar circuitos alternativos para a distribuição das suas edições.



13:00H | Ópio, desejo ou vontade?

Programa Literário 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Masterclass |

Convidados: Fernando Ribeiro

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«Foi numa simples carteira de Escola que eu e muitos alunos Portugueses contactámos com a obra do Pessoa. Felizmente, não estava distraído e deixei-me levar pela bruma do tédio do progresso, do spleen das viagens. Antes de uma descoberta mais plena da multiplicação Pessoana, arrisquei, em 1996, fazer um tema que citaria uma quadra de Pessoa (Opiário, Álvaro de Campos). Essa canção, a que chamei Opium, versava a influência e presença das substâncias proibidas na criação do Romantismo poético. Tornou-se, talvez, a maior canção de sempre dos Moonspell.
É desse ainda outro Pessoa, do prestígio das suas palavras, lunares, que venho aqui prestar culto e testemunho. O Português é, por excelência, um desassossegado, um otimista melancólico que escreve sobre as profundezas mas sorri à mesa. É dessa viagem inesperada de Moonspell com Pessoa, a bordo do vapor da música Metal/Gótica que vos venho falar.»



16:00H | A obra de Fernando Pessoa ao alcance da mão, apresentação de cinco livros do autor e de Orpheu. Revista de literatura, codirigida pelo autor

Programa Literário 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados: Diego Alfaro Palma / Eduardo Langagne / Jerónimo Pizarro / Juan Carlos Villavicencio

Moderação: Blanca Luz Pulido

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Tabaquería-El marinero, El guardador de rebaños, Mensaje y Teatro Estático

Participan: Diego Alfaro Palma (prologuista de El guardador de rebaños), Eduardo Langagne (traductor), Jerónimo Pizarro (traductor y presentador) e Juan Carlos Villavicencio (traductor y editor de El guardador de rebaños)

El portugués y el español son lenguas cercanas. En estos tiempos hay una mayor población interesada en conocer y hablar razonablemente el portugués, lengua maravillosa y expresiva, por eso creemos importantes estas contribuciones editoriales al diálogo entre ambos idiomas. En México, Tabaquería Libros, publicará Tabaquería-El marinero, de Álvaro de Campos-Fernando Pessoa, traducido por el poeta Eduardo Langagne con una nota introductoria de Jerónimo Pizarro. En Chile, Descontexto editores publicará El guardador de rebaños de Alberto Caeiro, en traducción de Juan Carlos Villavicencio con prólogo del poeta Diego Alfaro Palma. También integran el grupo Tragaluz de Colombia y Bid & Co. de Venezuela, quienes publicarán: Mensaje y Teatro Estático (este en traducción de Ana Lucía De Bastos Herrera). A pesar de haber pasado ya casi sesenta años del primer libro de Fernando Pessoa publicado en América latina, creemos que es valioso sumar más voces y nuevas lecturas materializadas en estas nuevas traducciones.



17:00H | Uma poesia sem qualidades

Programa Literário 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Ana Luísa Amaral / Vasco Gato

Moderação: Silvia Castillero

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Quais devem ser as qualidades da poesia? É suposto a poesia ter determinadas qualidades? No início deste século foi publicada em Portugal a antologia Poetas sem qualidades, um manifesto em defesa do regresso ao real e ao quotidiano na poesia, com um ataque ao que se supõe ser um statu quo poético nacional, uma obra que permitiu, de resto, que se voltassem a assistir a polémicas literárias como o país já não via há muito. No universo literário português é a poesia que alimenta as mais belicosas e virulentas discussões. Cavam-se trincheiras, afiam-se manifestos e as editoras nascem e morrem de acordo com o resultado dessas batalhas, deserções e traições. Mas onde fica a poesia no meio de todas estas polémicas? O que fica deste empenho quase programático? Ou, por outro lado, a melhor poesia portuguesa continua a ser feita longe destes debates e questiúnculas?



17:30H | Cada geração reinventa o mundo?

Programa Literário 30 novembro

Salão 1 | Conversa |

Convidados: Hélia Correia / João Tordo

Moderação: Elmer Mendoza

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Todos nós sabemos que as gerações se vão distinguindo de diversas formas. Em Portugal, uma das diferenças mais marcantes prende-se, provavelmente, com a Revolução de 25 de Abril de 1974. Viver em ditadura é uma experiência demasiado marcante para não influenciar quem conheceu essa realidade na pele. As gerações nascidas depois da Revolução dos Cravos, libertas da opressão da ditadura, conheceram uma experiência muito diferente. Neste encontro de gerações vamos pôr lado a lado Hélia Correia, prémio Camões, e João Tordo, prémio José Saramago. Hélia é uma romancista e poeta enamorada pela geração dos pré-rafaelitas e pela Grécia. João é um escritor marcado pela literatura norte-americana, pelos ambientes negros e cosmopolitas. O que na experiência de ser português ajudou a desenhar os caminhos literários destes dois escritores? Ou será que a literatura está imune ao desenho das fronteiras e o contexto sociocultural tem um papel muito menos decisivo?



18:00H | Leitura por Ana Margarida de Carvalho, com participação de Luísa Mellid Franco

Programa Literário Dia 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Leitura

Convidado: Ana Margarida de Carvalho
Moderação: Luísa Mellid Franco

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A força de um texto na respiração, tempo e voz de Ana Margarida de Carvalho
Faço parte do clube dos que acreditam que a palavra tem a valência de mil imagens. Faço parte do clube que considera que a ficção não é um refúgio. Pelo contrário, a realidade é que é um refúgio para quem não tem imaginação. Como diria o poeta Carlos Queirós, em forma de oração: «Livrai-me também /De quem me detém /E graça não tem, /E mais de quem não/ Possui nem um grão/ De imaginação». Durante 25 anos fui jornalista, levei o jornalismo demasiado a sério, quando ele não queria ser levado a sério. Embora tenha tido sempre um pé na ficção, através dos guiões de cinema que escrevi, das crónicas e das críticas cinematográficas, comecei a escrever tarde. Talvez demasiado tarde. Dois romances, um livro infantil, um livro de contos, um novo romance a caminho… Continuo a gostar de escrever sobre sítios onde nunca estive, em continentes que não me pertencem, em tempos que nunca vivi, em perspetivas masculinas, de gente do campo, sendo mulher e citadina. Prefiro escrever sobre o que nada sei, e conseguir a assombrar-me com o que de mais banal existe na vida. E também encontrar o que não conhecia de mim nas leituras que faço. Penso que se trata de uma forma de consolidar a rutura com a realidade. Sempre acreditando que, como dizia Saramago, o caos é uma ordem por decifrar.



18:30H | Literatura ambulante: letras portuguesas no México e países da América Latina

Programa Literário 26 novembro

Salão 1 | Masterclass |

Convidado: Pedro Serra

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Modalidade temporal que determina quer uma vivência quer um pensamento do moderno, o instante subitâneo proporciona-nos uma possível figura do contacto de diferentes poetas latino-americanos de língua espanhola com textos de Pessoa e Camões. Neste sentido, a minha conferência visa interrogar as valências heurísticas e hermenêuticas do acontecimento estético para a conformação de um arquivo futuro das margens de uma modernidade tardia.



19:30H | Viva México

Programa Literário 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Masterclass

Convidado: Alexandra Lucas Coelho

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«Viva México é o livro que resultou de uma viagem transformadora, em 2010, da Cidade do México a Juárez, das montanhas de Chiapas ao Iucatán, de Oaxaca a Montálban, de Ixtipec a Juchitán. Foi o meu encontro com o mundo indígena das Américas. O meu primeiro contacto com o colonialismo espanhol. E uma experiência decisiva para logo depois ir morar para o Brasil, o maior território colonizado por portugueses.
No México estive com operárias de “maquilas” e migrantes em fuga. Sobreviventes dos cartéis e freiras. Rappers feministas e “muxes”. Crentes da Senhora de Guadalupe e zapatistas. Vendedores de Tepito e botânicos. Arqueólogos e mágicos. Nunca tinha visto o tempo abrir-se e ser passado, presente e futuro. Nenhum país me comoveu assim, desde a primeira manhã, quando fui levada pela enxurrada do metro do DF, à hora de ponta. Se é possível amar países, é um amor para sempre.»



21:00H | Apresentação da biografia de Moonspell

Programa Literário Dia 30 novembro

Salão 4 | Apresentação

Convidados: Fernando Ribeiro / José Luís Peixoto / Ricardo S. Amorim

(ver+)

Lobos Que Fueron Hombres

Participan: Fernando Ribeiro, José Luís Peixoto e Ricardo S Amorim

Con más de veinticinco años de carrera, Moonspell es la banda portuguesa más internacional de siempre, y toda su historia es ahora contada por primera vez. Más que una simple biografía de banda, Lobos Que Fueron Hombres es la disección de una carrera hecha de riesgos y conquistas, y en la que se revelan hechos hasta aquí enteramente desconocidos por el público.

Con testimonios de todos sus actuales y antiguos miembros, así como de diversos colaboradores y miembros de otras bandas de referencia, ésta es una historia contada sin filtros, con todos los huesos expuestos. Accediendo al círculo íntimo de Moonspell, el autor explora sus éxitos y tribulaciones, pero con el foco dirigido para el lado personal y humano de sus relaciones, que no siempre fueron fáciles, convirtiendo a Lobos Que Fueron Hombres en un retrato esencial para comprender el fenómeno Moonspell.



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11:00H | Entrevista a Teolinda Gersão

Programa Literário 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Teolinda Gersão

Moderação: Pedro Serra

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Uma entrevista de vida a Teolinda Gersão, com registo informal.
Teolinda Gersão nasceu em Coimbra, estudou Germanística, Romanística e Anglística nas Universidades de Coimbra, Tübingen e Berlim, foi Leitora de Português na Universidade Técnica de Berlim, assistente na Faculdade de Letras de Lisboa e, depois de provas académicas, professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa, onde ensinou Literatura Alemã e Literatura Comparada.
Além da permanência de três anos na Alemanha, viveu dois anos em São Paulo, Brasil, e conheceu Moçambique, onde decorre o romance de 1997 A Árvore das Palavras.
Autora sobretudo de romances, publicou coletâneas de contos (Histórias de Ver e Andar, A Mulher Que Prendeu a Chuva e Prantos, Amores e Outros Desvarios).
Quatro dos seus textos foram adaptados ao teatro e encenados em Portugal, Alemanha e Roménia.
Três dos contos deram origem a curtas metragens (por Simão Cayatte e Pedro Sarrazina).
Recebeu alguns dos mais importantes prémios literários do seu país (entre os quais, por duas vezes, o Prémio de Ficção do Pen Club, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco, o Prémio Máxima de Literatura, os Prémios de Ficção das Fundações Inês de Castro e António Quadros, o Prémio Fernando Namora e o Prémio Vergílio Ferreira; foi ainda finalista do Prémio Europeu de Romance Aristeion e recebeu o Marquis Lifetime Achievement Award).
Foi escritora-residente na Universidade de Berkeley em 2004.
Está traduzida em catorze países e representada nas antologias: New Sudden Fiction — Best Short Stories from America and Beyond; Take Six, Portuguese short-stories; Gendaikikakushitsu Publishers, 2018; Lisbon Tales; Best European Fiction. Está presente em dicionários como: Dicionário de Literatura Portuguesa; BIBLOS, Enciclopédia Verbo de Literaturas de Língua Portuguesa; Dicionário de Literatura; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. III; Chronology of Portuguese Literature 1128-2000; Guide to Women’s Literature Throughout the World, 2000 Outstanding Writers of the 20th Century; International Authors and Writers Who’s Who, 17th; Marquis Who’s Who in the World; Dictionary of Literary Biography – Portuguese Writers, vol. 287.



12:00H | A via paralela

Programa Literário 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: José Javier Villarreall / Margarida Vale de Gato

Moderação: Blanca Luz Pulido

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Há muito que, por questões de mercado, as grandes editoras abrandaram na edição de livros de poesia. Salvaguardado algumas, poucas, honrosas excepções, a poesia não é uma prioridade e cinge-se muitas vezes à produção de antologias e obras completas de autores consagrados. Quando se reduz a margem de publicação, são os jovens poetas que mais sofrem, sendo quase impossível a entrada numa editora estabelecida. Haverá um caminho alternativo para os poetas? Portugal não está sozinho neste processo e vários países europeus constituíram redes de microeditoras e distribuição alternativa em livrarias independentes. É este o futuro, ou melhor, o presente da poesia? Estão os poetas condenados a criar a sua própria editora, com grupos de autores capazes de construir um catálogo e uma rede de distribuição nacional? Como estão os poetas a ver estas alterações na forma de editar poesia?



13:00H | E o vencedor é…, o papel dos prémios literários

Programa Literário 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Ana Margarida de Carvalho / João Tordo

Moderação: Luísa Mellid Franco

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Fala-se de prémios literários e uma onda de perguntas, e suspeições, surge na cabeça de vencedores, preteridos e de quem está a assistir. O que podem os prémios fazer pela carreira de um escritor e o que significam? Serão os prémios uma questão de qualidade ou popularidade? Escreve-se para ser lido, para vender livros ou para ganhar prémios? É possível conciliar todos os prismas? Quem fica de fora é tão bom como o vencedor? Dependerá a vitória do júri, da atualidade política e social, dos humores e amores de quem decide? Ao longo de cerca de uma hora, o vencedor do prémio José Saramago pelo romance As três vidas, e Ana Margarida Carvalho, vencedora por duas vezes do Grande Prémio de Romance e Novela Associação Portuguesa de Escritores, dão-nos a sua perspetiva, sem deixar de falar do seu caso particular.



15:00H | Apresentação de antologia de poesia

Programa Literário Dia 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados: Ricardo Venegas / Sandra Santos / Tania Jasso / Jorge Souza

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Presentamos en la FIL 2018 las antologías binacionales Poesía del ahora. Poetas de Portugal y México y Mujeres poetas. Voces de Portugal y México, antologías bilingües con autores de Portugal y México.

Se trata de un proyecto realizado por Ediciones Eternos Malabares, editorial independiente mexicana que tradujo con el apoyo de DGLAB la obra de importantes autores portugueses y mexicanos.

Se trata de dos compilaciones bilingües que muestran la riqueza de dos tradiciones literarias que se complementan.

Los antologadores Ricardo Venegas, Sandra Santos y Tania Jasso, junto con algunos autores incluidos en estas compilaciones, se darán cita para hablar de dos libros que reflejan los panoramas de la poesía que se escribe en Portugal y México.

30 autores portugueses y 30 mexicanos se congregan en el uso de la voz y nos convocan a leerlos y escucharlos.



16:00H | Entrevista a Germano Almeida

Programa Literário 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Germano Almeida

Moderação: Luis Armenta Malpica

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Uma entrevista de vida a Germano Almeida, com registo informal.
Germano Almeida nasceu na Ilha da Boavista em 1945. Licenciou-se em Direito na Universidade Clássica de Lisboa. Vive em S. Vicente, onde exerce a profissão de advogado.
Publica as primeiras Estórias na Revista Ponto & Vírgula, assinadas com o pseudónimo Romualdo Cruz. Estas estórias, depois de revistas e reescritas, às quais se acrescentaram algumas inéditas, foram publicadas em 1994 com o título A Ilha Fantástica, que, juntamente com A Família Trago, em 1998, recriam os anos de infância e o ambiente social e familiar na ilha da Boavista. Mas o primeiro romance publicado por Germano Almeida foi O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo, em 1989, que marca a rutura, não só com os tradicionais temas cabo-verdianos da fome, da emigração, e do eterno dilema dos ilhéus, dilacerados entre o partir e o ficar, mas também com uma narrativa excessivamente descritiva, linear e sisuda.
O Meu Poeta (1990), Estórias de Dentro de Casa (1996), A Morte do Meu Poeta (1998) e As Memórias de um Espírito (2001) formam o que se pode considerar o ciclo mindelense da obra do autor. Em traços gerais, podemos dizer que o primeiro e segundo títulos retratam a vida pública e política de Mindelo, enquanto as Estórias nos remetem para a esfera do doméstico e as Memórias para a esfera da vida íntima. A ideia de ciclo é ainda reforçada pelo facto de muitas das personagens circularem com maior à-vontade por estes quatro livros.
O Dia das Calças Roladas (1992) e Os Dois Irmãos (1995) são estórias que têm por base episódios reais, no ambiente rural de Santo Antão e Santiago, respetivamente, e em que, na qualidade de advogado, tomou parte. Estóreas Contadas, de 1998, (55 crónicas selecionadas de entre as publicadas no jornal Público) e Dona Pura e os Camaradas de Abril, 1999, o mais pícaro dos seus romances, Viagem pela História das Ilhas, de 2003, o O Mar na Lajinha, 2004, EVA, 2006, completam a obra publicada pelo autor até o momento e todas os seus livros o título que desde sempre reclamou, o de contador de estórias. De facto, a presença ativa e manipuladora do narrador, é uma das características mais marcantes da sua escrita. Irónico e trocista, é capaz de manter o tom coloquial de quem conta uma estória, domina perfeitamente o tempo narrativo, mesmo quando os acontecimentos são contados do fim para o princípio em permanentes e inesperados saltos. Antecipa-se para nos surpreender, outras vezes recua para nos fornecer pormenores necessários à compreensão dos factos. Manipula a realidade e a ficção, como se de infindável jogo de espelhos se tratasse, fundindo, distorcendo, recriando.



17:00H | Entrevista a João Pinto Coelho

Programa Literário 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: João Pinto Coelho

Moderação: Luísa Mellid Franco

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Uma entrevista de vida a Entrevista a João Pinto Coelho, com registo informal.
João Pinto Coelho nasceu em Londres em 1967. Frequentou Belas-Artes e licenciou-se em Arquitetura, tendo passado algumas temporadas nos EUA, onde chegou a trabalhar num teatro profissional perto de Nova Iorque. Viveu a maior parte da sua vida em Lisboa, residindo atualmente numa aldeia do norte de Portugal.
Em 2017, venceu o Prémio LeYa com o romance Os Loucos da Rua Mazur. A narrativa parte de um acontecimento verídico ocorrido na Polónia ocupada por soviéticos e nazis, ao descrever o massacre da comunidade judaica de Jedwabne. Por altura da sua publicação, o romance e o seu autor foram alvos de um ataque violento por parte da imprensa polaca, por ter sugerido o envolvimento de cidadãos desse país na perseguição aos judeus durante o período do Holocausto. Motivou igualmente uma carta aberta do Embaixador da República da Polónia em Lisboa, na qual as opiniões públicas do autor sobre o assunto voltam a ser contestadas. Na resposta, Pinto Coelho reafirmou aquilo que disse e escreveu, e, apesar da crescente polémica, continua a bater-se contra o revisionismo e institucionalização da verdade histórica que se verifica na Polónia e que deu origem à recente lei que criminaliza qualquer um — nacional ou estrangeiro — que proponha versões divergentes à versão oficial da História.
O interesse de João Pinto Coelho pelo tema do extermínio dos judeus na Europa tem mais de trinta anos. Em 2009 e 2011 integrou duas ações do Conselho da Europa em Auschwitz (Oswiécim), trabalhando de perto com diversos investigadores do Holocausto e tendo realizado várias intervenções públicas sobre a matéria. Nesse mesmo período, concebeu e implementou o projecto Auschwitz in 1st Person / A Letter to Meir Berkovich, que juntou jovens portugueses e polacos e o levou de novo à Polónia, às ruas de Oswiécim e aos campos de concentração e de extermínio. É nesse ambiente que decorre o seu primeiro romance, Perguntem a Sarah Gross, finalista do Prémio LeYa em 2014, nomeado para Melhor Livro de Ficção Narrativa em 2015 pela Sociedade Portuguesa de Autores e escolhido para representar Portugal, em 2016, no Festival do Primeiro Romance de Chambéry. Nesse livro, Pinto Coelho conta a história de Oswiécim no período entre guerras, e de como se transforma uma cidade feliz no símbolo material mais eloquente do Holocausto nazi: Auschwitz.
Desde 2015, o autor tem percorrido dezenas de escolas de norte a sul do país para falar desta temática e da forma como a ficção literária se situa perante o grande desastre humano.



17:30H | Todas as histórias

Programa Literário 1 Dezembro

Salão 1 | Conversa

Convidados: Mia Couto / Antonio Ortuño

Moderação:

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Somos conscientemente enganados e abnegadamente gostamos de passar pela experiência. Uma e outra vez. Mitómanos, mentirosos, falsos, num jogo de enganos e espelhos, os escritores urdem a armadilha e nós deixamo-nos conduzir pela imaginação do escritor. Um engodo que conhecemos, e com o qual evoluímos desde o início dos tempos, e que continua a ser o motor de toda a ficção. Ao mesmo tempo há um discurso dos autores em nome de uma verdade literária, de uma autenticidade da autoria, de um regresso do quotidiano à literatura (na poesia, nos diários em forma de romance). Em que ficamos? O romance é a casa dos fingidores, ou, pelo contrário, é um espaço onde só a verdade garante uma relação forte com o leitor?
Como um monumento que se constrói ao longo de muitos anos, os escritores vão delineando, página a página, a sua teia de intrigas.



18:00H | Leitura por João Tordo

Programa Literário Dia 1 dezembro

Pavilhão de Portugal | Leitura |

Convidados: João Tordo

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A força de um texto na respiração, tempo e voz de João Tordo.
Dizem que pertenço à «nova geração» de autores portugueses, embora tenha começado a escrever as primeiras histórias aos 6 anos — há trinta e sete anos, portanto. Sinto-me, por isso, parte de uma velha geração, daquelas que começam demasiado cedo. Durante vinte e oito anos não publiquei uma linha, embora sentisse que, um dia, podia vir a ser escritor. Aconteceu então, com o meu primeiro livro, escrito entre Londres e Nova Iorque. E o segundo, e o terceiro. Quando fiz 33 anos, essa idade célebre, recebi o Prémio José Saramago e tive o prazer de passar o dia com o único Prémio Nobel de língua portuguesa. Foi um enorme incentivo para continuar a escrever, e um dedo na ferida: algum dia eu estaria à altura de um génio? Descobri que não: que, para o resto da vida, serei apenas eu — alguém que escreve romances como respira, que traz para o mundo um mundo interior, por vezes negro, noutras vezes cheio de luz. Publiquei onze romances; este ano, O Luto de Elias Gro foi traduzido em Espanhol, bem como As Três Vidas. No meu último livro, Ensina-me a Voar Sobre os Telhados, há um japonês que quer voar e um português que quer reconciliar-se com um filho surdo. É assim a minha ficção: mistura tempos e geografias, à procura de qualquer coisa eterna e indizível. Tenho 43 anos e chamo-me João.



18:30H | As mulheres na literatura portuguesa

Programa Literário 1 Dezembro

Salão 1 | Conversa

Convidados: Inês Fonseca Santos / Isabel Rio Novo

Moderação: Silvia Castillero

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Não conseguimos prometer que o movimento #metoo não venha à baila, mas prometemos que, sob o prisma e do lugar que as mulheres ocupam na literatura portuguesa, olharemos para toda a literatura portuguesa, pelos olhos de duas das grandes escritoras portuguesas. Estarão as mulheres sub-representadas na literatura portuguesa? E de que forma são retratadas nos romances? Estarão as mulheres em igualdade de acesso ao meio editorial e literário ou, na verdade, continua a sociedade a impedir as mulheres de competir em igualdade por um espaço? É verdade que existem grandes personagens femininas que foram desenhadas por mãos masculinas, mas não será menos verdade que as mulheres sempre tiveram dificuldades, ao longo dos séculos, em serem vistas para lá dos papéis e sociais e familiares que ocupavam. Duas escritoras refletem sobre o caminho que falta fazer.



19:30H | Entrevista a Valter Hugo Mãe

Programa Literário 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Valter Hugo Mãe

Moderação: Pablo Raphaël

(ver+)
Uma entrevista de vida a Valter Hugo Mãe, com registo informal.



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12:00H | A poesia é para preguiçosos

Programa Literário 2 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: João Luís Barreto Guimarães / José Javier Villarreal

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Há quem defenda que a poesia será o grande esforço de condensação, uma espécie de singularidade plena de energia que espoleta o big-bang literário, criando o nosso universo e de caminho toda a literatura. Está lá tudo e nada mais é necessário. Outros, por seu lado, consideram a poesia uma coisa meio preguiçosa, como se os poetas não passassem de gente pachorrenta que não quer perder tempo a escrever muitas páginas. Mas será assim tão garantido que é mais rápido escrever um poema do que escrever um romance? Serão os poetas uns diligentes preguiçosos e os romancistas uns aturados trabalhadores, ou estes últimos só escrevem muito porque não foram bafejados pela síntese e pela concisão? O premiado João Luís Barreto Guimarães, considerado pelos leitores, pela crítica e pelos pares uma das grandes vozes poéticas portugueses da atualidade, estará à conversa com o também poeta e ensaísta José Javier Villarreal.



18:00H | Leitura por Rui Cardoso Martins

Programa Literário Dia 2 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Leitura |

Convidados: Rui Cardoso Martins

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A força de um texto na respiração, tempo e voz de Rui Cardoso Martins.
Sou o que se chama em português, num ramo mais manual, um «faz-tudo». Escrevo romances, contos, crónicas, reportagem, teatro, cinema, televisão, comédias e tragédias. Apesar das diferenças de código e de grau de realidade, desde que a verdade seja expressa o espírito é comum. Por exemplo, há muito que quero conhecer Guadalajara porque há vinte anos estive na Fiesta de Los Muertos (Morelia, Oaxaca, Janítzio, Sierra Mazateca) e numa praça da Ciudad de México fui cercado por centenas de mariachis disputando-me, com alguma violência, para uma canção de amor… Escrevo contra a maldade e a ignorância que estão dentro de mim. Escrevo também a favor delas, são adversários magníficos a quem foram dados muitos anos de avanço. Escrevo porque me pediram para escrever e porque me pediram para não escrever. Escrevo porque tenho muitos amigos e alguns deles são um pouco malucos. E tenho filhos e pais e irmãs e mulher. Escrevo porque viajei e vi injustiça e sofrimento. Não serve de nada escrever sobre desgraças, mas algum nada temos de fazer. Muito do sofrimento que vi é meu e português e mundial. Também faz rir, mas acredito que o humor é aprofundar, não aligeirar. Escrevo contra as pessoas parvas. E pelos vivos e pelos mortos, as pessoas vivem e de repente morrem-nos. E o mar tem peixes e os bosques pássaros e os esgotos ratos. Escrevo porque é uma profissão interessante, há de certeza melhores, mas não me calharam nem podia ser.



13:00H | S.O.S. literatura

Programa Literário 2 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Isabel Rio Novo / Fabrizio Mejía

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Se decidirmos contar com a literatura para nos salvarmos, o mais certo será morrermos afogados. Ou queimados. Ou irritados, pela pouca clareza da resposta. Como explicou Pedro Mexia, um dos grandes intelectuais portugueses, «Uma pessoa que confunda a literatura com a vida tem uma patologia», logo, diríamos nós, alguém que confunda uma caixa de comprimidos com um livro de poemas, também. No entanto, a biblioterapia está aí, cheia de pujança, garantido que podemos deixar de lado as drogas, pois depressão, mal-estar e dores de cabeça podem ser resolvidos com o poema certo, com o romance que sempre ignorámos. Não importando para a discussão, ou talvez sim, a enorme responsabilidade de que os livros poderão salvar o mundo, talvez possamos admitir que mesmo que não consigam chegar a esse ponto, pelo menos tornam-no bem melhor. Já recorreu à literatura para atenuar a dor que teve no pé?



17:00H | O romance criminoso

Programa Literário 2 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Elmer Mendonza / Miguel Miranda

Moderação: Fabrizio Mejía

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Os portugueses gostam de se apresentar como um povo de brandos costumes (embora haja o mito de que a nossa história teve como base um caso de violência doméstica entre mãe e filho, rainha e rei). Um povo hospitaleiro e tranquilo. Uma realidade que está por provar mas que acaba por parecer ditar um desinteresse dos escritores pelo policial. Ainda que sejam muitos os leitores de policiais, novelas negras e thrillers, não são muitos os autores a adoptar este género maldito. À semelhança do que acontece nos óscares, onde os dramas parecem ter prioridade sobre as comédias, na literatura o romance policial continua a ser percecionado como um género menor e não há Chandler, Hammet ou Le Carré que o salvem. O que leva um escritor a optar por um género de má fama e como se destrói esse estigma? Um debate intrigante e que exige a utilização das celulazinhas cinzentas. Elementar.