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Jorge Volpi

BIO (3.ª pessoa)

(México, 1968). Es licenciado en Derecho y maestro en Letras Mexicanas por la UNAM y doctor en Filología Hispánica por la Universidad de Salamanca. Ha sido profesor en las universidades de Emory, Las Américas de Puebla, Cornell, Católica de Chile, Princeton y, desde 2008, imparte una de las Cátedras del Exilio Español en la Facultad de Filosofía y Letras de la UNAM. Es autor de numerosas novelas, entre las que destaca la “Tetralogía del Poder”, formada por En busca de Klingsor, El fin de la locura, Tiempo de cenizas y Memorial del engaño y los ensayos Mentiras contagiosas, El insomnio de Bolívar, Leer la mente y Examen de mi padre. Sus libros han sido traducidos a 30 idiomas. Ha obtenido los premios Biblioteca Breve, Deux Océans-Grinzane Cavour, Nacional de Cuento San Luis Potosí, Debate de Ensayo y Planeta-Casamérica de Novela y ha sido becario de la Fundación Guggenheim y del Sistema Nacional de Creadores. En 2009 recibió el Premio José Donoso de Chile al conjunto de su obra. Ha sido condecorado como Caballero de la Orden de Artes y Letras de Francia y con la Orden de Isabel la Católica de España. Fue director del Instituto de México en París y del Canal 22 y, desde 2012, del Festival Internacional Cervantino.

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Entrevista Antena 2

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Manuela Júdice, Comissária para a participação portuguesa na FIL Guadalajara, Francisco José Viegas, escritor e editor, e Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell, estiveram à conversa com Paulo Alves Guerra, na manhã da Antena 2.
Na entrevista, falou-se do programa oficial que Portugal levará ao México e que inclui literatura, cinema, teatro, bailado ou música, e também houve tempo para leituras.
Quer Francisco José Viegas quer o vocalista dos Moonspell leram poemas de sua autoria.

 


 


20:00H | 23 Nov 2018 a 04 Fev 2019 O que dizem as paredes: Almada Negreiros e a pintura mural

Programa Artes Visuais de 23 novembro 2018 a 4 de fevereiro de 2019

Instituto Cultural Cabañas | Exposição |

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Apresentação
José de Almada Negreiros (1893-1970) foi um artista que se desdobrou pela escrita, pelas artes performativas e pelas artes plásticas. Da poesia à dança, das artes gráficas à lanterna mágica, experimentou variadas linguagens e marcou a vanguarda e a modernidade em Portugal, bem como em Madrid, onde viveu e trabalhou cinco anos. A partir de 1933, a ditadura do Estado Novo passou a controlar de forma mais intensa e programática a produção cultural. Os artistas modernistas que se tinham destacado nos anos anteriores respondem a encomendas estatais, de que dependem economicamente, sobretudo para trabalhar na decoração de edifícios e obras públicas. Almada Negreiros fará azulejos, vitrais e pintura mural. Os seus murais impressionam pela dimensão e pelo tratamento dos temas, e embora obedeçam aos constrangimentos e orientações obrigados pela encomenda, mostram por vezes humor e irreverência. As pinturas murais que fez nos anos de 1940 para duas Gares Marítimas são contemporâneas da emergência de um movimento artístico de oposição ao regime, o neorrealismo, protagonizado por jovens artistas antagónicos dos modernistas, que abraçaram entusiasticamente o modelo dos muralistas mexicanos e a quem Almada Negreiros não deixou de estar atento. Esta exposição dá a conhecer os murais deste pintor português, em particular nas duas Gares Marítimas, importantes pela sua extensão, o seu conteúdo político — causador de uma polémica que quase levou à sua destruição pelo governo de Salazar — e testemunhos de um possível diálogo com a pintura mural da América Latina.



17:00H | 24 nov 2018 a 4 fev 2019 Variações sobre uma tradição: dos lenços de amor aos bordados com poesia

Programa Artes Visuais de 24 novembro 2018 a 4 fevereiro 2019

Museo Regional de Guadalajara | Exposição |

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Apresentação
No ano em que Portugal é o convidado de honra da Feira do Livro de Guadalajara e no âmbito da programação paralela a este evento, entendeu-se promover uma exposição que parte de um objeto tradicional português – o lenço de amor – através do qual as mensagens de amor foram sendo transmitidas ao longos dos tempos.
Atendendo à sua função atual, essencialmente a decorativa, o enquadramento desta exposição e o processo de revitalização das atividades tradicionais num mundo em mudança, entendeu-se promover uma mostra com tripla dimensão:
– A Tradição
– Os Bordados com Poesia
– A Contemporaneidade
O primeiro momento remete-nos para os modelos tradicionais, diferentes tipologias de bordados e representações, de acordo com as classes sociais e as dinâmicas locais.
Partindo desta tradição foram selecionados três excertos de autores portugueses contemporâneos, bordados segundo a tradição de cada uma das localidades, subordinados a uma temática comum – A Paz.
Finalmente a contemporaneidade. De que forma se recupera a tradição nos diferentes locais. Novo design, novos modelos, novas soluções.



20:00H | 24 nov 2018 a 4 fev 2019 Ana Hatherly e o Barroco: num jardim feito de tinta

Programa Artes Visuais de 24 novembro 2018 a 4 fevereiro 2019

MUSA | Exposição |

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Apresentação
Artista plástica, realizadora, tradutora, escritora, Ana Hatherly (Porto,1929 – Lisboa, 2015) foi também professora catedrática de literatura barroca. Com a sua investigação revalorizou esse período histórico, revelando uma profunda afinidade entre os experimentalistas do século XX, de que fazia parte, e os seus antecessores dos séculos XVII e XVIII. Esta exposição-ensaio procura mostrar essa relação de familiaridade – no entanto, numa inversão temporal de sabor seiscentista, como num mundo ao invés, não mostramos apenas a influência do Barroco na obra da artista, mas como ela o influenciou, como o reinventou, afastando-se do formalismo superficial, que definia o Barroco como excesso decorativo, dirigindo-se à alma barroca, ao seu modo de ver e de se orientar no mundo.
Foi nos ensaios de Ana Hatherly que encontrámos o fio que nos guia nesta exposição, as categorias da mundivisão barroca que se revelam também na obra plástica e poética da artista: o Labirinto e as suas dobras sobre dobras; o Tempo, e a consequente aposta paradoxal no Jogo e na Morte; a Alegoria, e a folia da interpretação que promove; a Metamorfose entre pintura e poesia, entre desenho e escrita. São estes os caminhos que continuamente se bifurcam neste «jardim feito de tinta».



16:00H | Apresentação de livro de Ricardo Araújo Pereira

Programa Literário Dia 24 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação |

Convidados: Ricardo Araújo Pereira / Jerónimo Pizarro

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Ricardo Araújo Pereira nasceu em Lisboa, em 1974. Licenciado em Comunicação Social pela Universidade Católica, começou a sua carreira como jornalista no Jornal de Letras. É guionista desde 1998. Em 2003, com Miguel Góis, Zé Diogo Quintela e Tiago Dores, formou o grupo humorístico Gato Fedorento. Escreve semanalmente na revista Visão (Portugal) e no jornal Folha de S. Paulo (Brasil) e é um dos elementos do programa da TSF/TVI24 «Governo Sombra».
Com a Tinta-da-china, publicou cinco livros de crónicas — Boca do Inferno (2007), Novas Crónicas da Boca do Inferno (Grande Prémio de Crónica APE), A Chama Imensa (2010) e Novíssimas Crónicas da Boca do Inferno (2013) e Reaccionário com Dois Cês (2017) —, além de Mixórdia de Temáticas (2012) e Mixórdia de Temáticas — Série Miranda (2014), que reúnem os guiões do programa radiofónico, e um ensaio: A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar (2016, também publicado no Brasil). No Brasil está ainda publicada a coletânea de crónicas Se não entenderes eu conto de novo, pá (Tinta-da-china, 2012).
Coordena a colecção de Literatura de Humor, que integra autores como Charles Dickens, Denis Diderot e Jaroslav Hasek.
É o sócio n.º 12 049 do Sport Lisboa e Benfica.



17:00H | Apresentação de livro de Manuel Alegre

Programa Literário Dia 24 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação |

Convidados: Manuel Alegre

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Manuel Alegre (Águeda, 1936) estudou na Universidade de Coimbra, onde foi dirigente estudantil e fundador do CITAC – Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra.
A sua posição face à ditadura e à guerra colonial levou o regime de Salazar a chamá-lo para o serviço militar, sendo colocado nos Açores (1961) e mais tarde em Angola, onde dirige uma tentativa pioneira de revolta militar e é preso pela PIDE (1963). Colocado depois com residência fixa em Coimbra, passa à clandestinidade e sai para o exílio em 1964.
Em Argel, onde vive dez anos, é dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional e na emissora A Voz da Liberdade a sua voz é um símbolo da resistência e da liberdade.
Os seus primeiros livros, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967) são apreendidos pela censura, mas passam de mão em mão em cópias manuscritas ou dactilografadas. Os seus poemas cantados tornam-se emblemáticos da luta pela liberdade.
Regressa a Portugal em 1974, entra no Partido Socialista com Mário Soares e participa no I Governo Constitucional. Fez parte do Conselho de Estado. Em 2006 e em 2011, foi candidato independente a Presidente da República.
É sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa.
Em Abril de 2010, a Universidade de Pádua inaugurou a Cátedra Manuel Alegre, destinada ao estudo da Língua, Literatura e Cultura Portuguesas e, em 2017, concedeu-lhe o Doutoramento Honoris Causa, e realizou o Congresso Internacional «Manuel Alegre, Poeta della Libertà».
O ensaísta Eduardo Lourenço considera a sua poesia uma «nostalgia da epopeia» que «sugere espontaneamente aos ouvidos (…) a forma, entre todas arquétipa, da viagem, do viajante ou, talvez melhor, peregrinante».
O livro Senhora das Tempestades (1998) – premiado com o Grande Prémio de Poesia da APE e com o Prémio da Crítica da A.I.C.L. – foi considerado, por Vítor Aguiar e Silva, «uma das mais belas odes escritas na língua portuguesa».
Publicou romances, contos, ensaios, mas sobretudo poesia. Recebeu os mais importantes prémios literários de Portugal: o Pessoa (1999), pela Obra Poética, o Dom Dinis, com Doze Naus (2007), o Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (2016), o de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores (2016) e o Guerra Junqueiro (2017). E as duas mais importantes condecorações do estado português: a Grã Cruz da Ordem da Liberdade e a Grã Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Em 2017 recebeu a maior distinção da língua portuguesa, o Prémio Camões.



19:30H | A noite e o riso

Programa Literário Dia 24

Pavilhão de Portugal | Masterclass |

Convidados: Ricardo Araújo Pereira

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A noite e o riso
«Esta é a minha hipótese: humor, ou sentido de humor, é, na verdade, um modo especial de olhar para as coisas e de pensar sobre elas. É raro, não porque se trate de um dom oferecido apenas a alguns escolhidos, mas porque esse modo de olhar e de raciocinar é bastante diferente do convencional (às vezes, é precisamente o oposto), e a maior parte das pessoas não tem interesse em relacionar-se com o mundo dessa forma, ou não pode dar-se a esse luxo.
Somos treinados para saber o que as coisas são, não para perder tempo a investigar o que parecem, ou o que poderiam ser.»



20:00 | Uma abelha na chuva, de Fernando Lopes

Programa Ciclo de Cinema Dia 24 novembro

Cineforo | Cinema

Uma abelha na chuva, de Fernando Lopes

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Uma abelha na chuva / Título ES / Título EN
Sinopse
Um universo rural imobilista e opressivo, quebrado por ausências, desencontros ou silêncios, incidindo sobre um casal (Maria dos Prazeres, Álvaro Silvestre) socialmente dominante — relação conjugal de compromisso, que é estilhaçada pelo conflito latente de paixões, fraquezas e desejos recalcados…(O Cais do Olhar).
Ficha Técnica
Portugal, 1972, 65’
Realização | Fernando Lopes
Produção | Média Filmes
Produtor executivo | Faria Aboim, Alfredo Tropa
Director de produção | Fernando Matos Silva
Chefe de produção | José Luís Vasconcelos
Assistente de produção | Angelo Sajara, Simão Santiago, Jorge Galamba, Américo Oliveira
Argumento | Fernando Lopes
Obra original | Uma abelha na chuva, de Carlos de Oliveira
Adaptação | Fernando Lopes
Diálogos | Fernando Lopes
Fotografia Manuel Costa e Silva
Operador imagem | Mário Pereira
Assistente imagem | Carlos Ferreiro, António Vasconcelos
Iluminação | Manuel Carlos da Silva, Carlos Manuel da Silva, João Silva
Música | Manuel Jorge Veloso, Giuseppe Verdi
Montagem | Fernando Lopes
Assistente montagem | Maria Beatriz
Direcção som | Alexandre Gonçalves
Cenários | Maria Helena Matos
Vestuário | Maria Helena Matos
Laboratório | Tobis Portuguesa (imagem), Madrid Filmes (imagem), Valentim de Carvalho (som)
Assistente realização | João Matos Silva, Jorge Paixão
Genérico | Panorâmica 35
Anotação | Teresa Olga
Distribuição | Média Filmes
Data e local de estreia: 13 abril 1972, Estúdio (Lisboa)



21:00H | Ana Bacalhau

Programa Foro FIL Dia 24 novembro

Foro FIL | Concerto |

Convidados: Ana Bacalhau

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Nome Próprio é o título do muito aguardado álbum de estreia de Ana Bacalhau, editado em Outubro de 2017, e assinala, para alegria da sua autêntica legião de fãs, a estreia a solo de uma das mais aclamadas intérpretes portuguesas.

«Tenho bichos carapinteiros. Também são carpinteiros, claro, mas, sobretudo, carapinteiros.» Ana Bacalhau anuncia a sua estreia a solo, após uma década a dar voz às canções da Deolinda. «Quando era miúda, ouvia os graúdos a apontar-me o excesso de energia e inquietação e, sem perceber nada de carpintaria, convenci-me que o que me diagnosticavam era um caso bicudo de bichos que cara-pintavam. (…) Houve um dia que pediram um palco para si», diz Ana Bacalhau sobre o chamamento de se lançar em novas direcções, de dar voz a novos autores e às suas próprias composições.

Criou assim um universo que funde a música tradicional portuguesa com a pop e transporta agora essas canções para palco. A extensa digressão apresenta por todo o país este novo álbum, na voz inconfundível de Ana Bacalhau, a par com a energia e entrega que se lhe conhecem.



11:00H | Entrevista a Nuno Júdice

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Nuno Júdice

Moderação: Mariana Bernárdez

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Uma entrevista de vida a Nuno Júdice, com registo informal.



12:00H | O Telhado do Mundo

Programa Fil Niños Dia 25 novembro

Fil Niños | Espectáculo |
Convidados: António Jorge Gonçalves, Ondjaki, Filipe Raposo

(ver+)
Literatura, música e desenho improvisados em tempo real. Este espetáculo é o encontro de três linguagens que se entrelaçam para nos contar uma estória.
Construção em tempo real de uma narrativa desdobrada em 3 dimensões — escrita, desenhada e tocada — seguindo uma estrutura prévia mas aberta a todas as ocorrências no seu desenrolar. Jogo de tema e variação, contraponto e cumplicidade.
Uma reunião de três criadores premiados, e só a título de exemplo, Ondjaki foi vencedor do Prémio Literário José Saramago em 2013, com Os Transparentes; Filipe Raposo recebeu o Prémio Fundação
Amália Rodrigues para o seu primeiro disco First Falls; e António Jorge Gonçalves, Prémio Nacional de Ilustração 2014 com o livro Uma Escuridão Bonita.
O espetáculo estreou no FOLIO — Festival Literário Internacional de Óbidos (2015) e no São Luiz Teatro Municipal (Lisboa).



12:00H | A arte de sofrer

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa |

Convidados: Maria do Rosário Pedreira

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A arte de sofrer
É comum dizer-se que a escrita, e a poesia por maioria de razão, vive melhor das tristezas do que das alegrias. Em que medida o processo de escrita se nutre da tristeza e das lágrimas do autor, como se tratasse de um castigo semelhante ao de Sísifo: diariamente, e cada novo poema, é uma nova pedra que se carrega montanha acima, numa vã tentativa de expiar tristezas e aspirar a escrever o melhor que o poeta consegue. Maria do Rosário Pedreira, conhecida poeta e colaboradora de alguns dos maiores fadistas, sabe melhor do que ninguém como a poesia se faz dos sentimentos mais tristes: a saudade, o abandono ou o ciúme. Os sentimentos que alicerçam a canção portuguesa, património imaterial da humanidade. Será que é mais fácil fazer poesia num país em que as pessoas se juntam para chorar em grupo nas casas de fado? Baixem as luzes e silêncio que se vai cantar o fado da poesia portuguesa.



13:00H | Portugal, país de campeões

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa |

Convidados: Manuel Alegre, Ricardo Araújo Pereira

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Portugal, país de campeões
O futebol é o desporto-rei. Pelos olhos de duas grandes figuras intelectuais portuguesas, que são, simultaneamente, dois grandes adeptos de futebol, veremos de que forma a euforia de um desporto influi nos hábitos e na estrutura de costumes de um povo de cerca de 15 milhões de adeptos e com quase 900 anos, onde a literatura não fica de fora: as crónicas de futebol e do seu Benfica de Araújo Pereira são uma peça literária que vale por um romance inteiro; o poema que há anos Alegre dedicou a Luís Figo, merece o estatuto de uma epopeia. Em fora de jogo, mas dentro das quatro linhas, de pé em riste, à defesa e ao ataque, estas duas figuras vão falar de futebol e de literatura, das maiores personagens, dos episódios mestres da nossa história, sem deixar de lado a participação de Portugal no Mundial de Futebol de 1986, no México.



15:00H | Apresentação de Antologia de Mário de Sá-Carneiro

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação |

Convidados: Nicolás Barbosa / Ricardo Vasconcelos

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Antología de Mário de Sá-Carneiro
Un poco más de azul: antología literaria
Participam: Ricardo Vasconcelos (edição); Nicolás Barbosa (tradução).
Apresentação da primeira antologia em espanhol com uma seleção da poesia, narrativa e correspondência de Mário de Sá-Carneiro, uma das figuras centrais do Modernismo português no início do século XX. A obra de Sá-Carneiro é testemunho da conjuntura literária que, a partir de uma primeira influencia pós-simbolista, adotou características próprias do discurso das vanguardas europeias.



16:00 | 18:00 | Altas cidades de ossadas, de João Salavisa

Programa Ciclo de Cinema Dia 25 novembro

Cineforo | Cinema

Sessões 16:00 | 18:00

(ver+)
Sinopse
Karlon, nascido na Pedreira dos Húngaros e pioneiro do rap crioulo, fugiu do bairro onde foi realojado.
Noites de vigília, sob um febril calor tropical. Entre as canas de açúcar, um rumor. Karlon não parou de cantar. Altas cidades de ossadas é um tateio inquisitivo e imaginativo às suas memórias,ao cerco institucional,e às histórias submersas de um tempo sombrio.

Ficha Técnica
Ficção, 18’, HD, Portugal, 2017, DCP, DigitalFile, Blu-Ray, DVD
Cast & Crew | Carlos Furtado “KarlonKrioulo”, Manuel Cabral “Xama”, Maria do Céu Magalhães, Leonor Ferreira
Realizador | João Salaviza
Argumento | João Salaviza, Renée Nader Messora, Carlos Furtado“KarlonKrioulo”
Imagem | Vasco Viana
Montagem | João Salaviza, Edgar Feldman
Som | Rafael Cardoso
Mistura de som | Xavier Thieulin
Produtor | Pedro Pinho, João Matos, Leonor Noivo, Luísa Homem, Susana Nobre, Tiago Hespanha
Produção | Terratreme Filmes
Língua | Crioulo Cabo Verde ano e Português / CapeVerdean Creole and Portuguese
Legendas | Português e Inglês
Link



16:00 | 18:00 | A balada de um batráquio, de Leonor Telles

Programa Ciclo de Cinema Dia 25 novembro

Cineforo | Cinema

A balada de um batráquio, de Leonor Telles

Sessões 16: 00 | 18:00

(ver+)
Sinopse
«Simultaneamente estranhos e familiares, distantes e próximos, inquietantes e sedutores, marginais e cosmopolitas, os ciganos apresentam-se envoltos numa aura de ambiguidade. Não se pode dizer que sejam invisíveis, pois dificilmente passam despercebidos.» Daniel Seabra Lopes
Tal como os ciganos, os sapos de loiça não passam despercebidos a um olhar mais atento. Balada de um batráquio surge assim num contexto ambíguo. Um filme que intervém no espaço real do quotidiano português como forma de fabular sobre um comportamento xenófobo.

Ficha Técnica
Documentário, 2016, Portugal, 11’
Realização | Leonor Teles
Argumento | Leonor Teles
Fotografia | Leonor Teles
Som | Bernardo Theriaga
Montagem de Som | Joana Niza Braga
Mistura de Som | Branko Neskov
Colorista | Andreia Bertini
Montagem | Leonor Teles
Produção | Filipa Reis, João Miller Guerra / Uma Pedra no Sapato
Link



16:00 | 18:00 | O pesadelo de João, de Francisco Botelho

Programa Ciclo de Cinema Dia 25 novembro

Cineforo | Cinema

O pesadelo de João, de Francisco Botelho

Sessões 16:00 | 18:00

(ver+)
Sinopse
João ainda vive em casa dos pais. Distante de qualquer ideia para a sua vida, afasta-se do centro da cidade e encontra refúgio na periferia. A fábrica abandonada onde passa o dia é o eco residual de um passado melhor. O que está para vir parece pior e confronta João com o falhanço da juventude.

Ficha Técnica
Portugal, 2014, 22’
Título original | O pesadelo de João
Realização | Francisco Botelho
Produção | Maria João Mayer e François D’Artemare
Género: Drama



18:00H | Leitura por Dulce Maria Cardoso

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Leitura |

Convidados: Dulce Maria Cardoso

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A força de um texto na respiração, tempo e voz de Dulce Maria Cardoso.
Não me lembro da viagem de barco para Luanda, quando tinha seis meses. Lembro-me da outra, a de avião, que me trouxe de volta a Portugal, dez anos depois. Não mais regressei a África, ainda que nunca tenha chegado bem a sair de lá. Vim aquando da descolonização, na ponte aérea, fui uma entre o meio milhão de pessoas que retornaram. Mas este meu encontro com a História maiúscula não me marcou mais do que outros encontros que fui tendo com histórias minúsculas. Encontros e desencontros. Como os três desencontros com a minha morte. Ou os encontros com pessoas extraordinárias: a Teresa do 8.º ano, o sr. Manuel do 2.º andar, a madame Bovary e… Nos livros descobri mundos por vezes mais reais do que aquele a que o meu corpo me condena. Encontros e desencontros. Com amores, loucuras, doenças, felicidadezinhas, sofrimentos, paixões, mortes. Encontros e desencontros que me trouxeram até aqui, marcada, acima de tudo, pelas tantas outras vidas que poderiam ter sido minhas.
Ah, esta solidão de sentir-me tão diferente dos outros e ao mesmo tempo tão igual a eles. Ligada, mas desatada. E o engano de que as palavras nos atarão. Engano, não, esperança.



19:00 | Vale Abraão, de Manoel de Oliveira

Programa Ciclo de Cinema Dia 25 novembro

Cineforo | Cinema

Vale Abraão, de Manoel de Oliveira

(ver+)
Sinopse
No Vale do Douro, Ema vive com o pai e é educada numa atmosfera de grande sensibilidade poética. Torna-se numa mulher bela e sensual com um irresistível gosto pelas ficções românticas, que acaba por nunca conseguir encontrar plena satisfação junto dos homens, desde logo casando com um médico que nunca amou. Na sequência de uma intensa vida social, Ema, vai envolver-se com três homens sempre numa constante busca de paixões, luxo e desafios, cuja beleza e espírito provocatório lhe vão valer o epíteto de «Bovarinha», uma versão moderna e portuguesa da Bovary de Flaubert. Por fim, desiludida e frustrada, Ema morre afogada no Douro num dia de sol radioso, depois de se ter vestido como se fosse para ir a um baile, sem nunca se chegar a perceber se foi acidente ou suicídio.

Ficha Técnica
Portugal, França, Suíça, 1993
Duracão: 187 Minutos
Realizador | Manoel de Oliveira
Diretor de Fotografia | Mário Barroso
Montagem | Manoel de Oliveira y Valerie Loiseleux
Som | Henry Maikoff
Cenografia | Maria José Branco
Guarda-roupa | Isabel Branco
Assistente de direção | José Maria Vaz da Silva
Diretor de Produção | Alexandre Barradas
Guião e Diálogos | Manoel de Oliveira
Adaptado da obra homónima de | Agustina Bessa-Luís
Produtora Associada | Patricia Plattner
Produtor | Paulo Branco
Música | Beethoven, Chopin, Debussy, Fauré, Coleman y Hawkins
Uma coprodução | MADRAGOA FILMES (Portugal), GEMINI FILMS (França), LIGHT NIGHT PRODUCTION (Suíça)



19:30H | O Mundo depois de Saramago

Programa Literário Dia 25 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Gonçalo M. Tavares / Ondjaki / Pilar del Rio

Moderação:

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Vinte anos volvidos sobre a atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, olhemos para a vida e obra de um dos mais talentosos escritores de língua portuguesa de sempre. José Saramago é um construtor de parábolas do seu e do nosso tempo, um inquietador de consciências que nos alertou para vários dos problemas da sociedade contemporânea através dos seus romances: a desagregação da Europa, na Jangada de pedra; as catedrais do consumismo, na Caverna; o enfraquecimento da democracia, no Ensaio sobre a lucidez, entre muitos outros. Nunca se mostrou alheado do mundo que o rodeava e manteve uma participação cívica muito ativa e interventiva. O seu legado e património são agora cuidados pela Fundação José Saramago (FJS), um espaço de literatura e ideias. Sob condução de Pilar del Rio, a FJS tem-se afirmado como um dos pólos mais importantes da cultura portuguesa contemporânea, seja através das suas exposições, conferências, debates ou da revista digital, Blimunda.



21:00H | Gil do Carmo e Lila Downs

Programa Foro FIL Dia 25 novembro

Foro FIL | Concerto |

Convidados: Gil do Carmo e Lila Downs

(ver+)
Gil do Carmo
Um concerto em que se cruzam várias linguagens musicais e culturais, do fado ao jazz, passando pela MPB.
Filho e neto de fadistas, cresceu no seio de uma família onde a música é um selo de identidade. Gil do Carmo seguiu o seu próprio caminho, conjugando tradição com abordagens menos convencionais e criando um sentido estético singular e pessoal.
Quem ouve Gil do Carmo não fica indiferente ao universo musical que soube construir ao longo dos anos, como é o caso de Pilar del Rio: «te he oído otra vez. Eres festivo, obligas a abrir los ojos, cantas hacia fuera, lo cual es bueno para los momentos de tristeza. Y cuando vamos en el coche y necesitamos circular más aprisa: entonces un tema tuyo ayuda al acelerador del alma.»

Lila Downs
Cantora, interprete, compositora produtora e atriz mexicana, Lila Downs reivindica, com o seu estilo musical, as raízes mexicanas, tendo iniciado a sua carreira nos finais da década de 1980. Cresceu entre Tlaxiaco, Oaxaca e Minnesota, nos EUA. É bicultural e bilíngue.
Gravou 14 discos e várias colaborações em diferentes idiomas e países. O reconhecimento do público surgiu com o álbum La Sandunga.
Lila Downs é atualmente considerada uma das artistas mais importantes do seu género pelo impacto global já alcançado, contando-se entre os artistas mais influentes do mundo.
Pela matriz da sua voz, é considerada uma das melhores vozes do mundo.



09:00H | Portugal: que oportunidades? Como fazer negócios?

Programa Empresarial Dia 26 novembro

Jaltrade (Instituto de Fomento al Comercio Exterior del Estado de Jalisco) | Seminário | Sujeita a convite

(ver+)
A AICEP, em estreita articulação com a JALTRADE, realiza um seminário destinado às empresas do Estado de Jalisco, dedicado à apresentação dos setores mais competitivos da economia portuguesa, à apresentação das oportunidades de cooperação com as empresas desse Estado e à divulgação da forma de fazer negócios em Portugal.
O Estado de Jalisco, cuja capital, Guadalajara, é a segunda maior cidade do México, é um dos mais prósperos do país, e a sua economia a quarta maior do México.
De entre os múltiplos setores de atividade de Jalisco, destacam-se o setor das tecnologias de informação, comunicação e electrónica (Jalisco tem a principal concentração desse sector no México), os setores da moda e do calçado, os setores alimentar e da indústria agroalimentar e o setor do turismo.
A JALTRADE é um organismo público dependente do Governo de Jalisco, responsável pela promoção das exportações do Estado e pela atração do investimento estrangeiro ao Estado.
Prevê-se que o seminário seja presidido por um membro do governo português e por um membro do Governo de Jalisco.



11:00H | Apresentação do Plano Nacional de Leitura de Portugal

Programa profissional Dia 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação
Convidado: Teresa Calçada

(ver+)
A nova etapa do PNL para 2017-2027 (PNL 2027) pretende apoiar e fomentar programas especialmente vocacionados para favorecer a integração social através da leitura, em diferentes suportes; a formação dos diferentes segmentos da população — crianças, jovens e adultos; a inclusão de pessoas com necessidades específicas; o desenvolvimento articulado de uma cultura científica, literária e artística; e, ainda, o acesso ao saber e à cultura com recurso às tecnologias de informação e comunicação. No âmbito das suas atribuições compete às áreas das autarquias locais, da cultura, da ciência, tecnologia e ensino superior e da educação, o desenvolvimento de uma política integrada de promoção da leitura e da escrita e das múltiplas literacias, nomeadamente, a cultural, a científica e a digital. Para este fim, concorrem diretamente o Programa de Promoção da Leitura, a Rede de Centros de Ciência Viva, a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, a Rede de Bibliotecas Escolares e as bibliotecas das instituições do ensino superior.



12:00H | Editar poesia em terra de poetas

Programa profissional Dia 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa
Convidados: Bárbara Bulhosa / Pedro Mexia

Moderador:

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Pedro Mexia é um dos mais importantes poetas e diaristas portugueses (além de cronista, crítico literário, opinion-maker). De há uns anos a esta parte, é também editor da coleção de poesia da Tinta da China, editora fundada há mais de uma década por Bárbara Bulhosa. Numa área com fama de pé frio, no seio do mercado editorial, esta coleção de poesia tem-se destacado pela diferença e qualidade no mercado editorial português. Com um aparato gráfico e bom gosto irrepreensível, uma das imagens de marca da editora, esta coleção já revelou novos nomes, apostou em vozes consagradas e, espante-se, conseguiu o quase inédito fenómeno da reimpressão. Quais são os critérios de escolha de Pedro Mexia? O que levou Bárbara Bulhosa a criar uma colecção de um género em que as tiragens raramente passam dos três dígitos, mesmo quando estamos a falar de vozes consagradas?



13:00H | El valor de la lengua como activo economico y cultural

Programa profissional Dia 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação
Convidados: Luís Faro Ramos

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Apresentação da língua portuguesa enquanto língua pluricêntrica, multicultural e ativo económico.
Apresentação dos fatores que potenciam o valor de uma língua, nomeadamente: (i) o número de falantes; (ii) o lugar que o(s) país(es) que fala(m) uma determinada língua ocupa(m) no ranking da economia mundial; (iii) a imagem, as oportunidades de negócio geradas no âmbito da cooperação, da internacionalização, do investimento e trabalho; (iv) a ciência e a inovação tecnológicas desenvolvidas por esses países; (v) a representação que uma determinada língua tem em organismos internacionais; (vi) a presença na internet; (vii) a representação sociocultural que os outros têm dessa língua, o poder de atração das culturas por ela veiculadas; (vii) o poder de influência (soft power), expressão das suas culturas e (viii) o papel da economia, universidades e outros agentes económicos na promoção concertada da língua portuguesa.



14:00 | 18:00 | Farpões baldios, de Marta Mateus

Programa Ciclo de Cinema Dia 26 novembro

Cineforo | Cinema

Farpões baldios, de Marta Mateus

Sessões 14:00 | 18:00

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Sinopse
No final do século XIX, os trabalhadores rurais em Portugal iniciaram uma corajosa luta por melhores condições de trabalho. Depois de gerações de miséria e fome, a Revolução de Abril semeou a promessa de uma Reforma Agrária. Na região do Alentejo, estes camponeses ocuparam grandes propriedades onde antes eram submetidos ao poder dos seus patrões.
Diz-se no Alentejo que quando se perde alguma coisa, quem procura deverá começar a andar para trás e voltar ao princípio. Reza-se e pede-se a Santa Luzia que nos cure dos olhos, para que possamos olhar melhor e ver.
Os protagonistas deste filme, resistentes desta velha luta, a quem foi roubada a infância e a escolaridade, contam a sua história às gerações de hoje, nas suas próprias palavras.

Ficha Técnica
Ficção, Documentário, 2017, Portugal, 25’
Realização | Marta Mateus
Argumento | Marta Mateus
Fotografia | Hugo Azevedo
Som | Olivier Blanc, Hugo Leitão
Montagem | Marta Mateus
Produção | Joana Ferreira, Isabel Machado / C.R.I.M.
Coprodução | Abel Ribeiro Chaves / OPTEC
Elenco | Maria Clara Madeira, Gonçalo Prudêncio, Maria Catarina Sapata, José Codices, Francisco Barbeiro, Lúcia Canhoto, Mariana Nunes, Tatiana Prudêncio, João Neves, António Prudêncio, Rodrigo Rosas, Tobias Liliu, Joaquim Prudêncio, Augusto Frade, Paula Pelado
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14:00 | 18:00 | Coelho mau, de Carlos Conceição

Programa Ciclo de Cinema Dia 26 novembro

Cineforo | Cinema

Coelho mau, de Carlos Conceição

Sessões 14:00 | 18:00

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Sinopse
Rapaz tímido domina o amante da mãe. A beleza e o horror trocam carícias. Deuses adolescentes desafiam morais convencionais. A morte prostitui­-se vestida de criança.

Ficha Técnica
Portugal/France, 2017, FIC, HD, Cor, 30′, Stereo, 4:3
Realizador | Carlos Conceição
Produtor | Joana Gusmão, Pedro Fernandes Duarte, PRIMEIRA IDADE, Corentin Sénéchal, Daniel Chabannes de Sars
Argumento | Carlos Conceição
Fotografia | Vasco Viana
Montagem | António Gonçalves
Som | Rafael Gonçalves Cardoso, Xavier Thieulin
Actores | Principais: Carla Maciel, João Arrais, Julia Palha, Matthieu Charneau
Idioma Original | Francês, Português
Legendas | Inglês
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16:00H | Apresentação de livros de Gonçalo M. Tavares

Programa Literário Dia 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação |

Convidados: Gonçalo M. Tavares / Gerardo González / Gustavo Cruz Cerna / Maria Alzira Brum / Paula Abramo

Moderação:

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El de Gonçalo M. Tavares es uno de los proyectos de escritura más ambicioso y coherentes de la actualidad. Compuesto por una constelación de numerosas obras — algunas de ellas emparentadas desde su concepción como serie, mientras otras relumbran en su singularidad —, este vasto corpus evidencia tanto el vasto conocimiento de una tradición que tiende a lo universal, como la potencia disruptiva de la experimentación y la vanguardia.
Convencidos de la relevancia de la obra de Tavares, Editorial Almadía y Matadero presentan en esta FIL las ediciones mexicanas de las obras Una niña está perdida en su siglo en busca de su padre, Atlas del cuerpo y la imaginación y Enciclopedia II. Breves notas sobre música. Breves notas sobre literatura-Bloom.



16:00 | 20:00 | A costa dos murmúrios, de Margarida Cardoso

Programa Ciclo de Cinema Dia 26 novembro

Cineforo | Cinema

A costa dos murmúrios, de Margarida Cardoso

Sessões 16:00 | 20:00

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Sinopse
No final dos anos 1960, Evita (Beatriz Batarda) chega a Moçambique para casar com Luís, um estudante de matemática que ali cumpre o serviço militar. Evita rapidamente se apercebe que Luís já não é o mesmo e que, perturbado pela guerra, se transformou num triste imitador do seu capitão, Forza Leal. Quando os homens partem para uma grande operação militar no Norte, Evita fica sozinha e, no desespero de tentar
compreender o que modificou Luís, procura a companhia de Helena, a mulher de Forza Leal. Submissa e humilhada, Helena é prisioneira na sua casa, onde cumpre uma promessa. É ela quem revela a Evita o lado negro de Luís. Perdida num mundo que não é o seu, Evita apercebe-se da violência de um tempo colonial à beira do fim.
A costa dos murmúrios, realizado por Margarida Cardoso, é uma adaptação do romance homónimo de Lídia Jorge, a sua obra mais célebre, que aborda um momento ainda doloroso e com muitas feridas abertas da História de Portugal.

Ficha Técnica
Portugal, 2004, 120’
Realização | Margarida Cardoso
Elenco | Beatriz Batarda, Carla Bolito, Monica Calle, Sandra Faleiro, Custódia Galego, Adriano Luz
Produção | Maria João Mayer
Autoria | Cedric Basso, Margarida Cardoso
Música | Bernardo Sassetti
Ano | 2004
Duração | 115 minutos



17:00H | O último leitor, o futuro da literatura

Programa Literário 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: João de Melo / Rui Zink

Moderação: Luísa Mellid Franco

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E se no dia seguinte só restasse um leitor? A interrogação poderia ser o plot de um dos romances destes dois narradores de mão-cheia, mas enquanto esse dia não chega, desafiamos os dois autores a falar sobre o fim dos leitores como os conhecemos, ou melhor ainda, sobre o fim dos leitores. O que aconteceria aos milhões de páginas de todas as bibliotecas do mundo se, de um dia para outro, apenas um leitor permanecesse à face da terra para as ler? E a que se dedicariam os escritores? Continuariam a escrever porque não sabem fazer mais nada ou, por outro lado, iriam reinventar-se pois o diálogo fora interrompido? Neste debate, vamos pedir aos autores que entrem connosco nesta realidade paralela, mas ao mesmo tempo que nos digam o que deveremos fazer para que esta interrogação nunca se torne uma realidade. Afinal de contas, sem leitores, estaríamos agora em Guadalajara?



17:30H | Os poetas portugueses e o fado

Programa Literário 26 novembro

Salão 1 | Masterclass |

Convidados: Rui Vieira Nery / Maria do Rosário Pedreira

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No fado – a canção que melhor traduz a alma portuguesa – a melodia é indissociável da palavra e, portanto, da poesia. As letras de fado podem ser de temática social, política, amorosa ou outra, e oscilam entre tonalidades trágicas, dramáticas e satíricas. Na presente conferência, o musicólogo e historiador cultural Rui Vieira Nery falará dos poetas populares do fado, desde a lírica improvisada da fase amadora e informal do género, a partir de meados do século XIX, até aos letristas profissionais das décadas de 1920 a 50, e a poetisa e letrista Maria do Rosário Pedreira dedicar-se-á aos poetas ditos eruditos, cujos textos, especialmente a partir dos anos 1950, com a intervenção de Amália Rodrigues – a grande diva do fado – passaram a constituir a base de muitos fados.



19:30H | Poesia portuguesa contemporânea na América Latina

Programa Literário Dia 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Masterclass

Convidados: António Carlos Cortez

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Poesia portuguesa, já!
Identificar as principais linhas de força da poesia portuguesa atual (de Luís Quintais a Rui Cóias, de Margarida Vale de Gato a Golgona Anghel, de João Luís Barreto Guimarães a Vasco Gato), articulando recentes conquistas expressivas com a herança dos anos 60 a 80 — da «Poesia 61» a Nuno Júdice, de Luís Miguel Nava a Manuel Gusmão, Inês Lourenço, ou Paulo Teixeira —, pretende-se dar a ler as vozes mais representativas, tanto quanto possível, dessa constelação de obras ou propostas que urge conhecer.
Para o leitor mexicano de poesia, talvez se justifique lembrar Octavio Paz e o que escreveu em Libertad bajo Palabra: «Te llevo un objecto pertenecente a otra edad» — o poema escrito em português, ansioso de mostrar as suas múltiplas moradas. Nesta masterclass, o poeta, professor e ensaísta português, António Carlos Cortez, mostra-nos a poesia portuguesa de agora.



20:00H | José Manuel Neto

Programa Foro FIL Dia 26 novembro

Paraninfo | Concerto |
Convidados: José Manuel Neto

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José Manuel Neto nasceu em Lisboa a 29 de Outubro de 1972. Começou a tocar guitarra portuguesa com apenas 15 anos e destaca-se, entre os jovens intérpretes, como um dos instrumentistas mais requisitados no acompanhamento de fadistas, em espetáculos e gravações de discos.
Cresceu em ambiente propício ao desenvolvimento do seu talento, tendo como referências os maiores nomes do universo fadista, caso de Carvalhinho, José Nunes, Jaime Santos e Fontes Rocha. Aprendeu ao lado de outros guitarristas e desenvolveu o seu estilo próprio «marcado pela fluidez, versatilidade e simplicidade frásica que caracteriza a melhor música popular.»
José Manuel Neto aprendeu a tocar guitarra portuguesa como autodidata e, na década de 1990, deu início ao seu percurso profissional acompanhando diversos artistas nas casas de fado.
O guitarrista integra-se nesta «nova geração de instrumentistas de Fado com uma formação musical muito ampla, capaz de lhes permitir uma visão alargada do potencial dos seus instrumentos tanto no plano do repertório solístico como no das práticas de acompanhamento.» O domínio musical que caracteriza o seu trabalho é reconhecido. José Manuel Neto demonstra-o em palco e em edições discográficas com os mais diversos artistas, mas é, evidentemente, no fado que as suas prestações são mais numerosas.
Apesar de se ter iniciado no acompanhamento de fadistas, nas casas de fado, a sua colaboração com estes e outros artistas estendeu-se à apresentação em palco, realizando numerosas digressões em território nacional e estrangeiro, em espetáculos de grandes nomes do universo fadista como Carlos do Carmo, Camané, Ana Moura, Aldina Duarte, Cristina Branco ou Mísia.
José Manuel Neto não tem ainda nenhum disco editado em nome próprio, mas em 2009 apresentou no Cinema São Jorge um espectáculo com o título «O Som da Saudade», onde interpretou melodias que tem vindo a compor ao longo dos anos, um conjunto de temas «assente na música de raiz portuguesa, onde se mistura o fado e a música tradicional, enriquecida de uma complexidade harmónica que abre as portas ao improviso e às liberdades poéticas.»
A Fundação Amália Rodrigues distinguiu-o em 2008 com o Prémio Melhor Instrumentista, reconhecendo-o como um dos grandes expoentes da interpretação da Guitarra Portuguesa.



21:00H | Amor Electro e Hello Seahorse!

Programa Foro FIL Dia 26 novembro

Foro FIL | Concerto |
Convidados: Amor Electro e Hello Seahorse!

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Amor Electro
Os Amor Electro têm um estilo único onde modernidade, tradição, raízes populares e tecnologia convergem para criar um som excecionalmente original, cheio de carisma, emoção e «portugalidade».
Em cerca de dois anos e meio, a banda estabeleceu-se como uma grande referência artística na cena musical portuguesa, alcançando discos de platina, colecionando prémios e diversas distinções.
Os Amor Electro fazem parte da geração que estabeleceu a música moderna portuguesa e que perdeu a vergonha de cantar na língua de Camões. A sua mistura musical de pop-rock, aliada à honestidade da sua performance, liberta espaço para a música respirar e crescer, permitindo a liberdade de movimento combinada com uma vocação íntima, apaixonada e genuína.

Hello Seahorse!
A icónica banda independente Hello Seahorse! (Denise Gutierres, Burgos, Bonny e Joe), regressam aos palcos dois anos depois e passado anos e meio de descanso, em que os seus membros exploraram individualmente diferentes projetos artísticos.
Contam com apresentações em numerosos festivais como Coachella, SXSW’09 em Austin, Texas, no Festival Iberoamericano Vive Latino e Pal Norte, para mencionar alguns.
Nomeados para o Grammy Latino para melhor canção alternativa em 2009, 2010 e 2011, nos prémios IMAS também foram nomeados em várias categorias, e fizeram parte dos prémios MTV Millennial Awards, apresentando La Flotadera.
Hello Seahorse! tem uma trajetória musical e é reconhecida como uma banda icónica independente do rock alternativo.



| Lídia

Programa Artes Cénicas Dia 27 novembro

Conjunto de Artes Escénicas (sala 2) | Bailado
Convidados: Companhia Nacional de Bailado / Paulo Ribeiro / Luís Tinoco / José António Tenente / Nuno Meira

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Desde Horácio, poeta latino do séc. I a.C., até aos nossos dias, Lídia é um nome maior de um personagem recorrente em toda a poesia europeia.
Na Literatura Portuguesa, Lídia foi inspiração para poetas como Almeida Garrett, Filinto Elísio, José Tolentino Mendonça, Natália Correia, Sophia de Mello Breyner Andresen, e escritores como José Saramago, mas é sobretudo a Ricardo Reis que ela ficará intimamente ligada.
Na poética deste heterónimo pessoano, Lídia, é um pretexto para fazer ouvir a sua própria voz. Ela é uma mulher sem direito a resposta, mas a quem ele aconselha o usufruir do tempo como o correr de um rio.
Com um tom sereno, como quem deve ensinar, ele convida: Vem sentar-te comigo, Lídia (…) /depois pensemos (…) que a vida passa e não fica, nada deixa e nunca regressa (…).
Estas são também as premissas de toda uma geração de Orpheu, à qual Ricardo Reis pertenceu.
Sem olhar para trás, e sem que a minha lembrança te arda ou te fira, Lídia é a sua companheira de viagem, uma viagem que se deseja sem dor e direcionada para o futuro do tempo, como o que a dança, simbolicamente, sempre percorre com os seus passos.
Paulo Ribeiro e Luís Tinoco serão os criadores deste futuro, que celebrará em Lídia o rio que, malgré tout, correrá sempre em direção ao mar.



11:00H | Programas de apoio à tradução e à edição

Programa profissional Dia 27 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação
Convidados: Cristina Caetano

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Apresentação do Programa de Apoio à Edição do Camões, I.P, destinado a editoras estrangeiras que pretendem publicar obras de autores de língua portuguesa traduzidas noutros idiomas. O apoio é concedido em função das prioridades estabelecidas no plano de atividades do Instituto. O programa é divulgado anualmente por anúncio publicitado na página eletrónica do Instituto.
Apresentação dos Programas anuais de apoio da DGLAB: Tradução, Ilustração e Banda Desenhada Portuguesas e Edição no Brasil. Apoiam a tradução e/ou a edição de obras de autores portugueses e africanos de língua portuguesa. À exceção do Apoio à Edição no Brasil, que se destina exclusivamente a editoras brasileiras, aos outros dois programas pode candidatar-se qualquer editora estrangeira.



12:00H | Preservação do património literário e edição de clássicos

Programa profissional Dia 27 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa
Convidados: Duarte Azinheira / José Carreño

Moderador: Pablo Raphael

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Com caráter muitas vezes supletivo, tem sido a grande missão da Imprensa Nacional, de Portugal, garantir que toda a população leitora tenha ao seu dispor as obras das grandes figuras do património literário português. Sem a pressão das folhas de cálculos e do lucro, é intenção da Imprensa Nacional, sempre que os privados não o fazem, garantir edições cuidadas e rigorosas dos grandes gigantes que ocupam o panteão literário e artístico português. Duarte Azinheira explicará quais são as melhores estratégias e como se dirige uma linha editorial que serve todos, do romance ao ensaio, da fotografia à história, da poesia à crítica literária, dos contemporâneos aos clássicos. Tem cabido à Imprensa Nacional esta cuidadosa curadoria presenteando os portugueses com edições de nomes há muito arredados das livrarias. Uma atividade que recentemente se estendeu a outros países de expressão portuguesa, alargando o perímetro de salvaguarda e estímulo do património literário lusófono.



13:00H | Portugal, país de ilustradores

Programa profissional Dia 27 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa
Convidados: Adélia Carvalho / António Jorge Gonçalves

Moderador:

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Portugal sofreu uma enorme revolução na ilustração nos últimos anos. O aparecimento de uma nova e talentosa geração de ilustradores mudou radicalmente o cenário da edição portuguesa. Tal como uma porta que se fecha com violência, esta geração, de que António Jorge Gonçalves é um dos expoentes máximos, mostrou que a ilustração pode e deve ser mais do que um complemento figurativo, para passar a ter um papel de destaque, ombro a ombro com o texto. A ilustração quebrou também limites estéticos e de linguagem, apresentando mil e uma idiossincrasias gráficas. A este movimento espontâneo junta-se ainda o surgimento de um conjunto de editoras de literatura infantojuvenil que acompanharam este corte epistemológico na ilustração. Editoras que assumiram o risco de publicar títulos graficamente desafiantes e alternativos, como Adélia Carvalho da Tcharan, o Planeta Tangerina ou a Pato Lógico. É deste encontro de vontades que se fazem algumas das melhores páginas da ilustração portuguesa.



16:00H | O Portugal futuro, traduzido e por traduzir

Programa Literário Dia 27 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados: António Carlos Cortez / Nuno Júdice / Pedro Mexia

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A partir do lançamento de duas obras de poesia de Ruy Belo e Gastão Cruz, e tendo como mote um conhecido poema de Belo, os nossos convidados (poetas, professores, opinion-makers) discutirão de que forma a poesia pode ajudar a criar a identidade e o imaginário comum de um país. Numa desesperada tentativa de dar sentido à vida através da poesia, Cortez, Júdice e Mexia dir-nos-ão se, como reza o adágio popular, Portugal é um país de poetas, ao mesmo tempo que nos falarão da importância de grandes nomes da poesia portuguesa para a construção da identidade poética e cultural portuguesa. Este diálogo reunirá dois poetas portugueses já traduzidos no México, António Carlos Cortes e Nuno Júdice, com um jovem poeta a descobrir, Pedro Mexia. Conhecido pela sua melancolia, pela diarística, que desenvolve em blogues, pelas crónica sque publica em publicações de referência e, mais recentemente, pela coordenação de uma importante colecção de poesia, na Tinta-da-China.



16:00 | A corte do norte, de João Botelho

Programa Ciclo de Cinema Dia 27 novembro

Cineforo | Cinema

A corte do norte, de João Botelho

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Sinopse
Esta é a história de Emília de Sousa, a maior atriz que o teatro português conheceu nos finais do séc. XIX, que abandonou por uns anos a carreira para se casar com o rico madeirense Gaspar de Barros e transformar-se na Baronesa Madalena do Mar. Tão bela quanto Sissi, a Imperatriz da Áustria, com quem conviveu no Inverno de 1860/61 decidiu construir um mistério que perdurou por quatro gerações e por mais de um século. Que nos interessa que um senhor qualquer se deite com uma mulher? Mas quando alguém se atirava ao mar, isso levanta variadas hipóteses. Será isto ainda amor, ou só o gesto envergonhado do sublime?

Ficha Técnica
2008, Portugal, 124’22”
Realizador | João Botelho
Produção | FF-FILMESFUNDO
Actores | Ana Moreira, Rogério Samora, Ricardo Aibéo, Marcello Urgeghe, Virgílio Castelo, Rita Blanco, Margarida Vila-Nova
Argumento e Diálogos | Agustina Bessa-Luís, João Botelho
Produtor (pessoa singular) | Pandora da Cunha Teles
Financiamento | ICA, RTP
Site | www.filmesfundo.com/cortedonorte
Estreia | 2009-03-19
Som | MONO
Distribuidor | MIDAS FILMES



17:00H | Entrevista a Lídia Jorge

Programa Literário Dia 27 novembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidado: Lídia Jorge

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Lídia Jorge é uma escritora representativa da geração da Literatura Portuguesa surgida depois da Revolução. Tendo vivido os períodos da repressão e da Guerra Colonial, bem como os anos da integração europeia, a sua obra é fortemente marcada pelas mudanças sociais e políticas do país, a que associa uma escrita de forte acento psicológico e poético. O seu primeiro livro, publicado em 1980, Dia dos Prodígios, marcou, com outros editados no mesmo ano, uma viragem na forma de narrar na literatura portuguesa. Depois desse livro de estreia, sucederam-se outros títulos, mas seria com A Costa dos Murmúrios (1988), romance que dá eco da sua vivência da guerra em África, que Lídia Jorge se tornaria reconhecida internacionalmente. Dos romances que se seguiram, destacam-se O Vale da Paixão (1998), O Vento Assobiando nas Gruas (2002), Combateremos a Sombra (2007) e A Noite das Mulheres Cantoras (2011). Em 2014 publicou Os Memoráveis, uma revisitação aos tempos da Revolução dos Cravos, considerada uma obra emblemática no género, pelo poder efabulador sobre um momento histórico recente. Já o seu último romance, Estuário (2018), um livro sobre a vulnerabilidade de uma família, interpela o sentido da civilização e do futuro.
Além de romance, Lídia Jorge tem publicado ensaio, crónica, teatro, vários volumes de contos e livros para a infância. A sua obra tem sido objeto de encenações teatrais, e o romance A Costa dos Murmúrios foi adaptado para cinema pela realizadora Margarida Cardoso em 2004. Tem recebido diversos prémios. Entre outros, o Prémio Cidade de Lisboa, o Prémio Dom Dinis, o Prémio Ficção do Pen Club, o Prémio Correntes d’Escritas, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, ou o Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores Millennium BCP pelo conjunto da sua obra. Recebeu o Prémio Vergílio Ferreira e o Prémio Urbano Tavares Rodrigues na sequência da publicação de Os Memoráveis. O Prémio Jean Monet de Literatura Europeia — Escritor Europeu do Ano 2000, e a primeira edição do Prémio ALABATROS da Fundação Günter Grass, em 2006. Em 2015 foi-lhe atribuído o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura. Os seus livros encontram-se traduzidos em vinte línguas. Em língua espanhola, Lídia Jorge está publicada pelas Ediciones Alfaguara, Seix Barral, La Umbria & La Solana e Ediciones Uniandes. Em 2013, Le Magazine Littéraire incluiu-a entre as «dez grandes vozes da literatura estrangeira».



17:30H | Nascidos para derrubar muros

Programa Literário 27 novembro

Salão 1 | Conversa |

Convidados: Dulce Maria Cardoso / José Eduardo Agualusa

Moderação: José Manuel Fajardo

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Há uma geração de escritores portugueses que viveram alguns dos momentos mais decisivos rumo à construção de uma sociedade mais livre e paritária. São escritores que viram cair muros dentro e fora de portas, avanços civilizacionais como não se imaginava, mas que continuam a fazer por derrubar os muros que resistem. Dulce Maria Cardoso e José Eduardo Agualusa são dessa geração que tanto assistiu ao fim do regime ditatorial português, como à queda do muro de Berlim. Autores que se envolvem na luta por um mundo menos injusto e mais sustentável. Autores que enfrentam com coragem alguns dos temas mais sensíveis do nosso tempo, como o repatriamento de quase meio milhão de pessoas das ex-colónias africanas para Portugal ou a dificuldade na consolidação de regimes democráticos. Resta saber que força ainda resta aos escritores para derrubar os muros que faltam, como o da intolerância, da segregação, da corrupção, da falta de paridade entre homens e mulheres ou da violência doméstica.



18:00 | Coup de grâce, de Salomé Lamas

Programa Ciclo de Cinema Dia 27 novembro

Cineforo | Cinema

Coup de grâce, de Salomé Lamas

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Sinopse
Leonor volta de viagem num dia em que o seu pai (Francisco) já não a esperava.
No espaço de 24 horas viverão uma realidade alucinada, conduzida, em crescendo, pela inquietação de Francisco num registo de aparente normalidade.

Ficha Técnica
Portugal, 2017, FIC, DCP, Cor, 25′
Realizador | Salomé Lamas
Produtor | Luis Urbano, Sandro Aguilar, O SOM E A FÚRIA
Argumento | Salomé Lamas, Isabel Pettermann
Fotografia | Rui Xavier
Montagem | Salomé Lamas, Francisco Moreira
Som | Miguel Martins
Actores Principais | Álvaro Covelo, Clara Jost, Gabriel Abrantes, João Pedro Bénard, Margarida Lucas, Miguel Borges, Pinto Workers
Idioma Original | Português
Legendas | Inglês
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18:00 | Kali, o pequeno vampiro, de Regina Pessoa

Programa Ciclo de Cinema Dia 27 novembro

Cineforo | Cinema

Kali, o pequeno vampiro, de Regina Pessoa

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Sinopse
KALi é um Vampiro, vive na sombra.
Sonha com um lugar ao sol. Mas é afinal na escuridão que encontra a luz que procura.
Este filme é o último capítulo de uma trilogia sobre a infância. É também a conclusão de uma reflexão sobre a luz e a sombra, os medos ligados à infância, a diferença, a solidão, o aceitar tornar-se adulto.

Ficha Técnica
Portugal/Canadá/França/Suíça, 2012, ANI, 35mm, Cor, 9’20”
Realizador | Regina Pessoa
Produtor | Abi Feijó, Ciclope Filmes, Julie Roy, René Chénier, Office National du Film du Canada
Pascal le Nôtre, Folimage, Georges Schwizgebel, Studio GDS
Argumento | Regina Pessoa
Montagem | Abi Feijó
Música |The Young Gods
Som | Olivier Calvert
Animação | Laurent Repiton, Marc Robinet, Jorge Ribeiro, Luc Chamberland
Técnica de Animação | Gravura Digital: Cintiq, Photoshop e After Effects
Voz Off | Christopher Plummer, Fernando Lopes
Idioma Original | Francês, Inglês, Português
Legendas | Alemão, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano, Português



18:00 | O dia do meu casamento, de Anabela Moreira

Programa Ciclo de Cinema Dia 27 novembro

Cineforo | Cinema

O dia do meu casamento, de Anabela Moreira

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Sinopse
O dia do meu casamento acompanha uma manhã na vida de três mulheres. Uma para quem o casamento se impôs como uma norma a cumprir, outra que se prepara para deixar a casa da sua infância e cumprir a norma do casamento e uma outra que luta pela sobrevivência da sua inocência em relação a essas e tantas outras normas.
E claro, os convidados, ao mesmo tempo participantes e testemunhas de toda esta normalidade.
É uma história aparentemente sobre o nada e nada mais que a simples manhã de um casamento. O meu.

Ficha Técnica
Portugal, 2016, 26’, cor
Realização | Anabela Moreira e João Canijo
Argumento | Anabela Moreira
Imagem | Mário Castanheira
Som | Pedro Melo
Montagem | João Braz
Montagem e misturas de som | Hugo Leitão
Direção de arte | Pedro Moura Simão
Direção de produção | Joana Vaz da Silva
Coordenadora de produção | Sofia Tonicher
Produtor | Pedro Borges
Elenco: Anabela Moreira, Helena Moreira, Matilde Dantas
Uma produção Midas Filmes, com o apoio financeiro do ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual
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18:30H | Deus é redondo e Herrera seu pastor (Portugal e México através do futebol)

Programa Literário Dia 27

Salão 1 | Masterclass |

Convidados: Francisco José Viegas

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A relação futebolística entre Portugal e México tem pergaminhos, seja ao nível dos clubes (vários mexicanos, de que Herrera é apenas um exemplo, fizeram sucesso no campeonato português), seja ao nível de seleções (a participação portuguesa no mundial de 1986 é ainda hoje falada em Portugal, nem sempre pelas melhores razões). Mas mais importante que o resultado final do jogo, e todos sabemos que no final ganha sempre a Alemanha, convém perceber que estranhas dinâmicas tem o desporto-rei: mais do que um jogo, o futebol é palco para o conhecimento mútuo, aquele estilete que quebra o gelo entre desconhecidos. De que falamos quando falamos de futebol — que liturgia é esta que aproxima velhos e novos, mulheres e homens, até que os 90 minutos os separem? O que leva Javier Marías, Galeano, ou o próprio conferencista deste encontro, a driblar entre a alta literatura e o futebol?



20:00 | Singularidades de uma rapariga loira, de Manoel de Oliveira

Programa Ciclo de Cinema Dia 27 novembro

Cineforo | Cinema

Singularidades de uma rapariga loira, de Manoel de Oliveira

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Sinopse
Numa viagem de comboio para o Algarve, Macário conta as atribulações da sua vida amorosa a uma desconhecida. Mal entra para o seu primeiro emprego, um cargo de contabilista num armazém lisboeta do seu tio Francisco, apaixona-se perdidamente pela rapariga loira que vive na casa do outro lado da rua, Luísa Vilaça. Conhece-a e quer de imediato casar com ela. Mas o tio não está de acordo, despede-o e expulsa-o de casa. Macário parte para Cabo Verde, onde enriquece e, quando consegue finalmente a aprovação do tio para casar com a sua amada, descobre então a «singularidade» do caráter da noiva.
Realizado por Manoel de Oliveira, Singularidades de uma rapariga loira é inspirado num conto de Eça de Queirós.

Ficha Técnica
2009, Cores, 64’
Título original | Singularidades de uma rapariga loira
Realizador | Manoel de Oliveira
Atores | Catarina Wallenstein, Leonor Silveira, Rogério Samora, Ricardo Trêpa
Género: Drama, Romance
Classificação | M/12



21:00H | Camané

Programa Foro FIL Dia 27 novembro

Foro FIL | Concerto |
Convidados: Camané

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Emoção. Tradição enriquecida com a dose certa de risco. Versatilidade. Tudo isto faz parte da personalidade artística de Camané.

Camané é indiscutivelmente visto como «a voz» do fado. Demonstrando uma rara sensibilidade musical, Camané continua a afirmar-se como uma voz única na arte de cantar o Fado. É um dos nomes mais incontornáveis e representativos da história do Fado e da música portuguesa.  Um dos fadistas mais aclamados a nível nacional e internacional.

É impossível resistir ao sortilégio e à magia de Sei de um Rio, de a Complicadíssima Teia, A Guerra das Rosas, Ela Tinha Uma Amiga ou Senhora do Livramento, entre muitas outras. São fados, canções profundas e intemporais que se ouvem com prazer e emoção vezes e vezes sem conta.

Em Agosto de 2017,  Camané foi distinguido com o Prémio Tenco, atribuído também aos italianos Vinicio Campossela e a Massimo Ranieri. Este galardão, atribuído desde 1974 pelo Clube Tenco, em homenagem ao cantautor italiano Luigi Tenco (1939-1967), já distinguiu nomes como Leo Ferré, Jacques Brel, Charles Trenet, Joni Mitchell, Leonard Cohen, Patti Smith, Tom Waits, Caetano Veloso, Chico Buarque, e os portugueses Sérgio Godinho, José Mário Branco e Dulces Pontes, entre outros.



| Lídia

Programa Artes Cénicas Dia 28 novembro

Conjunto de Artes Escénicas (sala 2) | Bailado
Convidados: Companhia Nacional de Bailado / Paulo Ribeiro / Luís Tinoco / José António Tenente / Nuno Meira

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Desde Horácio, poeta latino do séc. I a.C., até aos nossos dias, Lídia é um nome maior de um personagem recorrente em toda a poesia europeia.
Na Literatura Portuguesa, Lídia foi inspiração para poetas como Almeida Garrett, Filinto Elísio, José Tolentino Mendonça, Natália Correia, Sophia de Mello Breyner Andresen, e escritores como José Saramago, mas é sobretudo a Ricardo Reis que ela ficará intimamente ligada.
Na poética deste heterónimo pessoano, Lídia, é um pretexto para fazer ouvir a sua própria voz. Ela é uma mulher sem direito a resposta, mas a quem ele aconselha o usufruir do tempo como o correr de um rio.
Com um tom sereno, como quem deve ensinar, ele convida: Vem sentar-te comigo, Lídia (…) /depois pensemos (…) que a vida passa e não fica, nada deixa e nunca regressa (…).
Estas são também as premissas de toda uma geração de Orpheu, à qual Ricardo Reis pertenceu.
Sem olhar para trás, e sem que a minha lembrança te arda ou te fira, Lídia é a sua companheira de viagem, uma viagem que se deseja sem dor e direcionada para o futuro do tempo, como o que a dança, simbolicamente, sempre percorre com os seus passos.
Paulo Ribeiro e Luís Tinoco serão os criadores deste futuro, que celebrará em Lídia o rio que, malgré tout, correrá sempre em direção ao mar.



12:00H | Edição de livros de arte e fotografia

Programa profissional Dia 28 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa
Convidado: Déborah Holtz / Duarte Azinheira

Moderador:

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Tal como a edição de poesia e de teatro, também a edição de livros de arte e fotografia (pelo caderno de encargos que traz consigo a nível gráfico) é muitas vezes preterido ou simplesmente desprezado. Saúde-se, aplauda-se mesmo, por isso estes dois editores que têm vindo a desenvolver um conjunto de linhas editoriais onde os livros de arte e fotografia estão presentes. Como se torna viável uma edição tão cuidada e meticulosa, e por consequência cara, num mercado tão pequeno como o português? E será assim tão diferente no México? Ao longo de cerca de uma hora, Duarte Azinheira, editor da Imprensa Nacional, e Deborah Holtz, editora da Trilce, irão discutir com quantos paus se faz uma cabana, ou melhor dito, com quanto de arte, engenho e uma dose de loucura se põe de pé uma linha editorial dedicada a um género tão amado, mas muito pouco estimulado.



13:00H | Portugal, país de editores (a língua portuguesa, um ativo num mundo que reclama diversidade)

Programa profissional Dia 28 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa
Convidado: Francisco José Viegas / Zeferino Coelho

Moderador: Fabrizio Mejía

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Não foi há muito tempo que um ministro da cultura declarou que a língua portuguesa valeria mais do que muitas empresas cotadas na bolsa nacional. Não sabemos quanto vale cada ação da língua portuguesa, mas sabemos que está presente em praticamente todos os continentes, num universo de quase 300 milhões de pessoas. Num mundo em que a língua franca parece ser só o inglês, que lugar há para esta insistência em cultivar a língua portuguesa, trabalhando-a, publicando-a e, por maioria de razão, exportando-a como qualquer outro ativo? Zeferino Coelho é uma referência da língua portuguesa, tendo sido o grande editor do único Nobel da língua portuguesa, José Saramago. Francisco José Viegas, por outro lado, é igualmente editor, mas é também um premiado escritor de romances, diretor da principal revista literária portuguesa e ex-secretário de estado da cultura. Um encontro de amigos, um brinde à língua portuguesa.



15:00H | Apresentação do livro Un país levantado en alegria: crónica periodista de los días del Nobel y su repercusión en el mundo (Alfaguara)

Programa profissional Dia 28 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação
Convidado: Ricardo Viel / Mayra Gonzalez

Moderação:

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Hace 20 años la Academia Sueca otorgó a José Saramago el Premio Nobel de Literatura. La noticia de que por primera vez un autor de lengua portuguesa alcanzaba el olimpo de las letras contagió de alegría a una legión de personas, no solo en su país, Portugal, y en España, tierra que había elegido para vivir, sino en el universo iberoamericano. Este libro trata de cómo el triunfo de Saramago fue celebrado como una conquista colectiva. Cuenta los días posteriores al anuncio -e incluso trae novedades sobre las horas anteriores a que la noticia fuera pública-, los muchos homenajes hechos al autor, la consagración en Estocolmo y revela los mensajes de felicitación que el escritor portugués recibió de lectores, autores, personalidades públicas y amigos.
Un país levantado en alegría se publica como libro complementario al Cuaderno del año del Nobel en una edición especial para celebrar los 20 años de Nobel, que dan cuenta de los días que por la agitación de los hechos Saramago no consignó, y que Ricardo Viel y la Fundación Saramago afortunadamente han reconstruido para nosotros.

«Me gustaría, cuando ya no esté, que Pilar organizara, para publicarlas, las cartas absolutamente extraordinarias, documentos humanos de una profundidad, belleza y emoción infrecuente, que me llegan de todas partes.» José Saramago



16:00H | Três autores para traduzir

Programa profissional Dia 28 novembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação
Convidado: António Carlos Cortez / Rui Zink / Vasco Gato

 Moderador:

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Se é verdade que se é tão autor quando se escreve em nome próprio, como quando se traduz, de que forma estes autores, que também são romancistas e poetas, olham para a tradução? Será que o poeta Vasco Gato tem uma relação pacífica com o tradutor Vasco Gato (e quando está a escrever, pergunta-se se aquele verso será muito difícil de traduzir)? E o professor António Carlos Cortez, que também é poeta e crítico literário, acha que um texto traduzido vale tanto com o seu original (e de que forma a crítica literária é afectada pela distinção entre original e tradução)? E o romancista Rui Zink que, já agora, até ensina os outros a escrever (é um dos grandes impulsionadores dos cursos de escrita criativa em Portugal), como olha para o texto traduzido, nomeadamente o seu?



16:00 | 18:00 | América, de João Nuno Pinto

Programa Ciclo de Cinema Dia 28 novembro

Cineforo | Cinema

América, de João Nuno Pinto

Sessões 16:00 | 20:00

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Sinopse
Victor e Liza vivem num bairro caótico nos arredores de Lisboa.
Ele, um trapaceiro com poucos talentos, e ela é uma atraente jovem russa. Quando a sua ex-mulher, uma ousada andaluza, regressa a Portugal, a velha chama do escândalo é acesa novamente.

Ficha Técnica
Portugal, 2010, 111’
Realizador | João Nuno Pinto
Produção | UKBAR FILMES
Actores | Chulpan Khamatova (RU), María Barranco(ES), Dinarte Branco(PT), Cassiano Carneiro(BR), Mikhail Yevlanov(RU), Francisco Maestre(ES), Nikolai Popkov(RU), Manuel Custódia(PT), Raul Solnado (PT)
Argumento e Diálogos | Luísa Costa Gomes, Melanie Dimantas, João Nuno Pinto. Baseado num conto de Luísa Costa Gomes
Fotografia | Carlos Lopes
Música | Mikel Salas
Montagem | Luca Alverdi
Produtor (pessoa singular) | Pandora Da Cunha Telles, Pedro Uriol, Giya Lordkipanidze, Aleksandr Shein, Sara Silveira, João Nuno Pinto, Miguel Varela
Financiamento | ICA (Portuguese Film Institute), ICAA (Instituto de la Cinematografía y de las Artes Audiovisuales), ANCINE (Agência Nacional Do Cinema), Ibermedia, RTP
Som | DOLBY DIGITAL
Link



17:30H | Literatura e cinema, quando as palavras se fazem imagens

Programa Literário 28 novembro

Salão 1 | Conversa |

Convidados: João Botelho / Lídia Jorge

Moderação:

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Um dos maiores lugares comuns nas discussões entre amigos é se uma determinada obra é melhor em livro ou no cinema. Nunca ninguém conseguirá travar esta discussão bizantina, mas há margem para conquistar novos defensores para esta afirmação: os livros e os filmes não se opõem, completam-se. Como olhará um escritor para a sua obra traduzida em celulóide? Como se lida com a materialização das personagens ou a recriação de espaços e ambientes? Lídia Jorge é um dos expoentes máximos da literatura portuguesa contemporânea e viu o seu romance Costa dos murmúrios adaptado ao cinema — como terá sido esse processo? Como se transformam palavras em imagens, como se lida com a mudança da estrutura da história? Há diálogos com argumentistas e realizadores? Ou, por outro lado, o escritor é capaz de se distanciar do processo e encarar a adaptação como uma outra coisa completamente diferente?



18:00 | Filme do desassossego, de João Botelho

Programa Ciclo de Cinema Dia 28 novembro

Cineforo | Cinema

Filme do desassossego, de João Botelho

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Sinopse
Lisboa, hoje. Um quarto de uma casa na Rua dos Douradores. Um homem inventa sonhos e estabelece teorias sobre eles. A própria matéria dos sonhos torna-se física, palpável, visível. Filme desassossegado sobre fragmentos de um livro infinito e armadilhado, de uma fulgurância quase demente mas de genial claridade.

Ficha Técnica
Portugal, 2010, 118′, STEREO
Realizador | João Botelho
Produção | AR DE FILMES
Co-Produção | AR DE FILMES
Actores | Cláudio da Silva, Pedro Lamares, Ricardo Aibéo, Suzie Peterson, Manuel João Vieira, Sérgio Grilo, Sofia Leite, Cláudia Clemente, António Pedro Cerdeira, Maria Antunes, André Gomes, Valéria Brites, Miguel Moreira, Mónica Calle, Margarida Vila-Nova, Jo
Argumento e Diálogos | João Botelho
Fotografia | João Ribeiro
Músicas originais interpretadas por: Carminho, Caetano Veloso; Ricardo Ribeiro, Lula Pena, Angélica Neto, Elsa Cortez, Coro Ricercare
Montagem | João Braz
Produtor (pessoa singular) Alexandre Oliveira
Financiamento | ICA, CML, Gulbenkian, RTP
Vendas /| Ar de Filmes – ardefilmesgeral@sapo.pt
Site | www.ardefilmes.org/filmedodesassossego.html
Estreia | 2010-10-01



18:00H | Barriga da Baleia

Programa FIL Niños Dia 28 novembro

FIL Niños | Oficina
Convidados: António Jorge Gonçalves

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A oficina tem como ponto de partida a leitura/narração da estória de Sari (da tradução publicada em Espanha pela editora Juventud): uma menina parte com o seu amigo Azur numa aventura de barco para a terra-onde-nunca-ninguém-se-aborrece, mas uma grande onda lança-a para a boca de uma baleia. O que irá Sari encontrar dentro da barriga da baleia? Conseguirá sair?
As crianças serão convidadas a desenharem-se a si próprias dentro da barriga da baleia e, recortando os seus desenhos, a construírem um grande painel marinho.
(Este livro está no PNL e foi um White Raven 2016.)
Para crianças dos 3 aos 6 anos.




18:30H | Uma viagem pela literatura portuguesa: vozes, tempos e espaços

Programa Literário Dia 28

Salão 1 | Masterclass |

Convidados: Carlos Reis

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Empreende-se nesta aula uma digressão por tempos literários representativos da história cultural portuguesa, privilegiando-se momentos que merecem ser evidenciados: o século XVI e a ligação da literatura à viagem e ao conhecimento do mundo; o século XIX e a formação de movimentos em diálogo com fluxos literários europeus; a modernidade e a dinâmica de inovação e de rutura das primeiras décadas do século XX; o tempo literário contemporâneo e os impulsos de descanonização e de recanonização inspirados pela pós-modernidade. A fim de ilustrar tendências dominantes, serão convocados autores e textos que vão da Idade Média ao início do século XXI, com destaque para, entre outros, Gil Vicente e Camões, Almeida Garrett e Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós e Cesário Verde, Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, Carlos de Oliveira e Sophia de Mello Breyner Andresen, Vergílio Ferreira e José Cardoso Pires, Agustina Bessa-Luís e Lídia Jorge, José Saramago e António Lobo Antunes.



19:30H | Pessoa 136 vezes

Programa Literário Dia 28

Pavilhão de Portugal | Masterclass |

Convidados: Jerónimo Pizarro

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Fernando Pessoa multiplicou-se como ninguém, tal como um dramaturgo, se contarmos como alter-egos de um autor as dramatis personae de algumas peças. Mas Pessoa não foi apenas dramaturgo, e foi fora do âmbito do teatro que inventou pelo menos 136 autores fictícios. Nesta apresentação, dedicada ao prisma-Pessoa, discutir-se-á a multiplicidade da obra do escritor português e procurar-se-á, de forma sintética, dar uma visão de conjunto da mesma. Pessoa disse: «Sejamos múltiplos, mas senhores da nossa multiplicidade». E, de facto, ele próprio foi múltiplo e senhor de um «drama em gente» digno de Pirandello e de outros «senhores da nossa multiplicidade». Conhecer Pessoa começa por conhecer quem foi e quem não foi, personalizado e despersonalizado, existindo e «desexistindo», na realidade e nos sonhos, esse escritor a quem Octavio Paz chamou «el desconocido de sí mismo».



| By Heart

Programa Artes Cénicas Dia 29 novembro

Conjunto de Artes Escénicas (sala 4) | Teatro
Convidados: Teatro Nacional D. Maria II / Tiago Rodrigues

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By Heart
Em By Heart, Tiago Rodrigues ensina um poema a 10 pessoas. Essas 10 pessoas nunca viram o espetáculo e não faziam ideia que poema iam aprender de cor à frente do público. Enquanto os ensina, Tiago Rodrigues vai desfiando histórias sobre a sua avó quase-cega misturadas com histórias sobre escritores e personagens de livros que, de algum modo, estão ligados à sua avó e a ele próprio. Esses livros também estão lá, em palco, dentro de caixotes de fruta. E à medida que cada par de versos vai sendo ensinado ao grupo de 10 pessoas, vão emergindo ligações improváveis entre o vencedor do Nobel Boris Pasternak, uma cozinheira do norte de Portugal e um programa de televisão holandês chamado Beleza e Consolação. E o mistério da escolha do poema que as 10 pessoas decoram vai sendo esclarecido.
By Heart é uma peça sobre a importância da transmissão, do invisível contrabando de palavras e ideias que apenas guardar um texto na memória pode oferecer. É sobre um teatro que se assume como esse lugar de transmissão do que não pode ser medido em metros, euros ou bytes. É sobre o esconderijo seguro que os textos proibidos sempre encontraram nos nossos cérebros e nos nossos corações, garantia de civilização mesmo nos tempos mais bárbaros e desolados. Como diria o professor de literatura George Steiner numa entrevista ao programa de televisão Beleza e Consolação: «Assim que 10 pessoas sabem um poema de cor, não há nada que a KGB, a CIA ou a Gestapo possam fazer. Esse poema vai sobreviver.» Em última análise, By Heart é uma recruta para a resistência que só termina quando os 10 guerrilheiros souberem o poema de cor.



11:00H | Entrevista a Hélia Correia

Programa Literário 29 novembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Hélia Correia

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Uma entrevista de vida a Hélia Correia, com registo informal.
Hélia Correio
Licenciada em Filologia Românica, foi professora do ensino secundário, dedicando-se atualmente à tradução e à escrita. Foi uma das colaboradoras mais activas do suplemento «Juvenil» do Diário de Lisboa. Sendo também poetisa e dramaturga, foi enquanto ficcionista que Hélia Correia se revelou como um dos nomes mais importantes e originais da década de oitenta, ao publicar, em 1981, O Número dos Vivos.
Autora de uma obra de características muito próprias, quer pela qualidade melódica da sua escrita, onde se deteta uma sensível contaminação poética, quer pelo universo nela criado, de características originais e inquietantes, Hélia Correia cria uma linguagem narrativa onde o ordinário e o extraordinário ultrapassam por vezes as fronteiras estabelecidas.
Esta espécie de subversão dos limites revela-se nos seus livros, ora criando rupturas num quotidiano convencional e burguês (como em Soma ou A Fenda Erótica), ora denunciando a corrupção das formas de vida mais tradicionais e ligadas à terra dos camponeses e aldeões da nossa época (como em Montedemo ou Insânia, onde a tonalidade finissecular da narrativa é sensível na espécie de veneno que se insinua em toda a narrativa, contaminando todas as condições de sobrevivência humana).
Lillias Fraser recupera o género do romance histórico-fantástico, onde se revisita exemplarmente a História e a Literatura, que se desfiam e desdobram em acontecimentos e personagens que influenciam o decurso da vida de Lillias. Desde a Escócia da Batalha de Culloden até à Lisboa do terramoto de 1755, assim vai crescendo Lillias no meio das guerras e das ruínas de um mundo em mudança.
Participou em 10 Poemas para Che Guevara, Porto: Ed. O Oiro do Dia, 1980; e em Vozes e Olhares no Feminino, Porto: Edições Afrontamento, 2001.
A sua escrita para teatro tem sido levada à cena por várias companhias de Lisboa: Montedemo, numa adaptação, pelo grupo de teatro «O Bando» em 1987, e, já na década de 90, Perdição, Exercício sobre Antígona pelo grupo «A Comuna» e Florbela, pelo grupo «Maizum».



12:00H | Saramago para jovens

Programa Literário 29 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Inês Fonseca Santos / José Luís Peixoto

Moderação:

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Cada autor terá as suas técnicas. Dos que usam intrincados e completos esquemas de trabalho, onde nada fica por planear, aos escritores que simplesmente se sentam e esperam que a inspiração chegue, cada um tem a sua forma de trabalhar, o que se alarga à forma de contar as suas histórias. Afinal, a história é para ser contada do princípio ao fim, ou o seu revés? Quando José Luís Peixoto e Inês Fonseca Santos se sentam para escrever (assumindo que não usam o método de Hemingway que escrevia de pé), já sabem tudo sobre aquelas personagens e aqueles espaços ou escrevem exatamente para saber o que acontecerá? Se já tivessem a data de óbito das personagens, faria sentido continuar? Numa conversa sem guião, apenas com a duração de 50 minutos como limite, estes dois novos autores irão dizer-nos como fazem para que os livros cheguem ao fim sem defraudar os leitores.



13:00H | Santa muerte e o país dos suicidas

Programa Literário 29 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Nuno Júdice

Moderação:

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Miguel de Unamuno caracterizava Portugal desta forma: «Portugal é um povo triste, e é-o até quando sorri. A sua literatura, incluindo a sua literatura cómica e jocosa, é uma literatura triste. Portugal é um povo de suicidas, talvez um povo suicida. A vida não tem para ele sentido transcendente. Desejam talvez viver, sim, mas para quê…». Em que medida esta afirmação de Unamuno não é um enorme exagero ou a fixação de um tempo muito determinado? O Portugal contemporâneo ainda padece dos mesmos males ou já se livrou dos xailes negros? O País parece ter encontrado no fado a sua forma mais singular de lidar com a perda, com a dor. Os mexicanos resolveram essa questão através de manifestações e celebrações sincréticas, com raízes pré-colombianas. Num país em que a morte é venerada, será que nos sentimos mais em casa? Que relação é esta com a morte em Portugal e no México?



16:00 | O barão, de Edgar Pêra

Programa Ciclo de Cinema Dia 29 novembro

Cineforo | Cinema

O barão, de Edgar Pêra

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Sinopse
Numa natureza insólita, um inspector viaja até uma aldeia para redigir um relatório. Num sufoco kafkiano, amedronta a professora.
Surge o Barão, troca-se de papéis e o inspector é arrastado para um gigantesco solar. Aí, o Barão bebe e discursa sobre cavalos doutorados e mulheres que trocou com o pai. Brinda-se a uma mulher, num castelo. Chora-se.
Idalina serve o jantar. Domina. Muito álcool. Inspector com visão toldada. Tempo dilatado.
Ribomba. O salão enche-se de estranhos embuçados, uma tuna com rituais dionisíacos. Dançam de roda. Vertigem e crescendo de loucura. O Barão tomba! Ergue-se purificado e vai ao «Castelo da Bela-Adormecida».
Sombras e suspense. O inspetor, escorraçado por Idalina, está perdido e raivoso. Adormece a fumar e sonha com o Inferno e a Tuna acorrentada. Acorda no fumo, sebastianicamente salvo pelo Barão.
Mais brindes, choro e confissões.
Num jardim, que parece dos suplícios, pisam flores ao procurar rosas. Macrofotografia. Sangue nas mãos. Nos espinhos.
Figuras na noite. O barão dispara. Fita-se o brilho demoníaco dos olhos de cães com aterradoras mandíbulas.
Há um conflito entre bêbedos. O Barão desaparece com uma rosa branca e o inspector é asfixiado e lambuzado pelas enormes línguas dos cães. Nojo. Desespero.
De madrugada, o Inspetor compra um burro. Perde-se no horizonte. Final bucólico, patético. Cómico.
Epílogo. O Inspetor descobre que o Barão foi alvejado. Mas deixou a rosa na janela. A Tuna ressoa no solar.

Ficha Técnica
Realizador | Edgar Pêra
Produtor| Ana Costa
Produtor Delegado | Luís Gaspar
Argumento | Luísa Costa Gomes
Músicas | Vozes da Rádio
Diretor de Fotografia | Luís Branquinho
Direção de Arte | Fernando Areal
Apoios Financeiros | ICA, RTP



17:00H | Desde as duas margens de África

Programa Literário 29 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Germano Almeida / Mia Couto

Moderação:

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Imaginar que uma língua que é falada em quatro continentes poderia ser igual em todos eles é de uma enorme ingenuidade. Existem várias literaturas lusófonas, cada uma delas marcada por um património comum, mas declinado de diferentes formas na Europa, em África ou na América do Sul. Como é que Moçambique e Cabo Verde se apropriaram da língua portuguesa e do património literário até então construído, para edificarem as suas próprias literaturas? Já se pode, hoje, falar numa literatura moçambicana ou numa literatura cabo-verdiana? E de que características ou elementos fundadores se fazem estas literaturas? A geografia e dimensão dos próprios países condiciona a literatura? Terá Moçambique uma maior influência asiática, por partilhar o Índico? A maior proximidade a Portugal e França influenciaram de alguma forma a literatura cabo-verdiana? Como é que dois dos maiores escritores de língua portuguesa olham para estas questões?



17:30H | Crónica, como contar o século XXI

Programa Literário 29 novembro

Salão 1 | Conversa

Convidados: Alexandra Lucas Coelho / Rui Cardoso Martins

Moderação:

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É um dos géneros mais nobres do jornalismo e que seduziu grandes escritores em todo o mundo. Em Portugal, António Lobo Antunes é provavelmente o expoente máximo dos escritores seduzidos pela crónica. Mas há também muitos grandes jornalistas que encontraram na crónica e na reportagem a oficina perfeita para saltarem do jornalismo literário para o romance. Alexandra Lucas Coelho e Rui Cardoso Martins são o exemplo de grandes jornalistas que se tornaram enormes escritores. Há vários anos que Alexandra nos vai contando o mundo que trilha, seja o México de norte a sul, em Viva México, ou o Brasil, em Vai, Brasil. Rui escolheu as salas e sessões públicas de tribunal para fazer um retrato de Portugal partindo de pequenos crimes e grandes histórias. Pegando na ideia de Tolstoi («as famílias infelizes são infelizes cada uma à sua maneira»), Rui Cardoso Martins cartografa um Portugal que escapa aos meios de comunicação social de massas.



18:00H | Vinhos de Portugal: o país da diversidade

Programa Empresarial Dia 29 novembro

Hotel Hilton (sala Europa) | Prova de vinhos | Sujeita a convite

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A AICEP, em estreita articulação com a VINIPORTUGAL, realiza uma prova de vinhos destinada a sommeliers mexicanos com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre os vinhos de Portugal e a imagem de Portugal como produtor de vinhos de excelência.
Os vinhos portugueses, na sua diversidade, são versáteis e gastronómicos e, na qualidade, são dos melhores do mundo, possuidores de um património de mais de 250 castas autóctones, capazes de proporcionar uma experiência única, quer pelo modo como tiram partido da diversidade de terroirs e castas portuguesas, quer pelas técnicas e pessoas que os elaboram.



18:00H | Leitura por Filipa Leal

Programa Literário Dia 29 novembro

Pavilhão de Portugal | Leitura |

Convidados: Filipa Leal

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A força de um texto na respiração, tempo e voz de Filipa Leal.
Quando eu era pequenina queria ser cientista, ou palhaço. Tinha, como se calcula, a mania das grandezas. O primeiro poema que escrevi não era um poema. Era uma folha de Outono que apanhei do chão e que pedi à minha avó Isabel para enviar para uma tia dela muito querida que vivia em Lisboa, a tia Zélia. Esta é das poucas histórias que me contaram da minha infância, por isso imagino que tenha sido uma criança bastante discreta. Lembro-me de brincar sozinha muitas vezes, é certo, mas tenho pensado se não seria já este meu lado de querer controlar tudo — assim, quem mandava na brincadeira era eu.
O meu pai esteve dois anos na guerra, na Guiné. Um dia contou-me que na camarata onde dormia havia uma frase que nunca esqueceu. Dizia: «Devemos ousar». Como também eu queria ousar, fui para Londres estudar Jornalismo, onde vivi três anos. Lá aprendi a amar melhor a família, a estar um pouco mais calada, e a dizer «Olá, eu sou a Filipa» em japonês. Especializei-me em imprensa, apaixonei-me por rádio e odiei televisão. A minha mãe também costumava citar uma frase que nunca esquecerei: «A vida é aquilo que acontece enquanto nós fazemos outros planos». Como se calcula, acabei a trabalhar em televisão.
Tenho um defeito de rotação no rim esquerdo, e também no direito, embora mais ligeiro. Tenho outros defeitos, mas nenhum deles de nome tão pomposo. O resto são pormenores: chamo-me Filipa Leal, tenho 39 anos, e publiquei alguns livros de poesia.



18:30H | Do Índico ao Atlântico, uma viagem de ida e volta

Programa Literário 29 novembro

Salão 1 | Conversa |

Convidados: Isabela Figueiredo / Lídia Jorge

Moderação:

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É controversa a relação de Portugal com o seu passado e, sobretudo, com a colonização e descolonização. Por muitos atos de contrição que se façam, já ninguém reescreve a história ou corta os laços entre Portugal, Angola, Moçambique, Brasil ou Timor-Leste. Como terá a literatura lidado com este passado e com o espaço lusófono global? Na última década têm sido publicados vários romances que evocam de forma algo saudosa os tempos coloniais, mas continuam a ser raros os romances que reflitam sobre a relação de Portugal com as suas ex-colónias e as guerras de independência em África. Lídia Jorge e Isabela Figueiredo são duas autoras que escreveram sobre um tempo em que se dizia que Portugal ia de Lisboa a Timor. Lídia explora o ambiente militar em Moçambique ainda antes da descolonização. Isabela parte da sua experiência pessoal e civil para reconstruir o ambiente da colonização portuguesa em Moçambique



19:00 | Até amanhã, camaradas, de Joaquim Leitão

Programa Ciclo de Cinema Dia 29 novembro

Cineforo | Cinema

Até amanhã, camaradas, de Joaquim Leitão

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Sinopse
Portugal, 1944. Num país oprimido por uma ditadura retrógrada, servida por uma polícia política implacável (a PVDE), há quem resista e se organize para mobilizar o povo para a luta pelo pão e pela liberdade. Mesmo que isso lhe possa custar a prisão, torturas, ou até a vida. Pessoas como Vaz, Ramos, António e Paulo militantes e funcionários do Partido Comunista, que desenvolvem a sua ação na clandestinidade, reorganizando o Partido nas zonas dos arredores de Lisboa e do Ribatejo, ao mesmo tempo que preparam uma grande jornada de luta, com greves e marchas contra a fome. Este filme, adaptado da obra homónima de Manuel Tiago (pseudónimo de Álvaro Cunhal), mostra o dia a dia desta luta clandestina, vivida por dentro, no terreno. Os seus personagens são um retrato dos homens e mulheres que dedicaram as suas vidas a essa luta. Dos seus ideais, das suas paixões e dos seus sacrifícios. Dos que mostraram fraqueza e dos que deram a vida pelo que acreditavam.

Ficha Técnica
Portugal, 2005, 360’
Guarda Roupa | Maria Gonzaga
Direcção de Arte | João Martins
Som | Carlos Alberto Lopes, Branko Neskov
Música Original | Luís Cília
Fotografia | José António Loureiro
Montagem | Pedro Ribeiro
História Original | Manuel Tiago
Argumento | Luís Filipe Rocha
Produtor | Tino Navarro
Realizador | Joaquim Leitão



| By Heart

Programa Artes Cénicas Dia 30 novembro

Conjunto de Artes Escénicas (sala 4) | Teatro
Convidados: Teatro Nacional D. Maria II / Tiago Rodrigues

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By Heart
Em By Heart, Tiago Rodrigues ensina um poema a 10 pessoas. Essas 10 pessoas nunca viram o espetáculo e não faziam ideia que poema iam aprender de cor à frente do público. Enquanto os ensina, Tiago Rodrigues vai desfiando histórias sobre a sua avó quase-cega misturadas com histórias sobre escritores e personagens de livros que, de algum modo, estão ligados à sua avó e a ele próprio. Esses livros também estão lá, em palco, dentro de caixotes de fruta. E à medida que cada par de versos vai sendo ensinado ao grupo de 10 pessoas, vão emergindo ligações improváveis entre o vencedor do Nobel Boris Pasternak, uma cozinheira do norte de Portugal e um programa de televisão holandês chamado Beleza e Consolação. E o mistério da escolha do poema que as 10 pessoas decoram vai sendo esclarecido.
By Heart é uma peça sobre a importância da transmissão, do invisível contrabando de palavras e ideias que apenas guardar um texto na memória pode oferecer. É sobre um teatro que se assume como esse lugar de transmissão do que não pode ser medido em metros, euros ou bytes. É sobre o esconderijo seguro que os textos proibidos sempre encontraram nos nossos cérebros e nos nossos corações, garantia de civilização mesmo nos tempos mais bárbaros e desolados. Como diria o professor de literatura George Steiner numa entrevista ao programa de televisão Beleza e Consolação: «Assim que 10 pessoas sabem um poema de cor, não há nada que a KGB, a CIA ou a Gestapo possam fazer. Esse poema vai sobreviver.» Em última análise, By Heart é uma recruta para a resistência que só termina quando os 10 guerrilheiros souberem o poema de cor.



11:00H | Entrevista a Mia Couto

Programa Literário 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Hélia Correia

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Uma entrevista de vida a Mia Couto, com registo informal
Mia Couto nasceu em 1955 na cidade da Beira, província de Sofala. Viveu nessa cidade até aos 17 anos, altura em que foi para Lourenço Marques para estudar Medicina. Interrompeu o curso em 1974 para se juntar à Frente de Libertação de Moçambique e iniciar a carreira de jornalista. Desempenhou cargos de direção em vários jornais e revistas moçambicanas. Foi diretor do jornal Notícias até 1985.
Por sua iniciativa regressou à Universidade para estudar Biologia, tendo terminado o curso em 1989. Foi professor na Universidade Eduardo Mondlane durante cinco anos. Depois formou uma empresa de estudos de impacto ambiental onde trabalha como diretor até ao momento. Como biólogo percorreu a savana e a floresta do seu país e manteve intensos e prolongados contactos com os povos e as culturais rurais de Moçambique.
Publicou mais de 30 livros que estão traduzidos e editados em outros tantos países. Os seus livros cobrem diversos géneros desde o romance, à poesia, desde os contos ao livro infantil. Recebeu dezenas de prémios na sua carreira, incluindo — por duas vezes — o Prémio Nacional de Literatura, o prémio Camões e o prémio Neustad, considerado o prémio Nobel norte-americano. O ano passado foi finalista de um dos mais prestigiados galardões internacionais, o Man Booker Prize. O seu romance Terra Sonâmbula foi considerado por um júri internacional reunido no Zimbabwe como um dos 10 melhores livros africanos do século xx. É membro da Academia Brasileira de Letras.
Em 2017 foi agraciado em Maputo com o título Doutor Honoris Causa. Desde 1987 colabora com grupos de teatro, havendo múltiplas adaptações de contos e romances para teatro e cinema tanto em Moçambique como no estrangeiro. Foi um dos criadores do primeiro grupo de teatro profissional em Moçambique, o Mutumbela Gogo.
Juntamente com os seus dois irmãos criou, em 2015, uma associação cultural, a Fundação Fernando Leite Couto, em homenagem ao seu pai, que foi um poeta de renome em Moçambique e dedicou toda a sua vida à promoção da escrita e da leitura entre os jovens moçambicanos.
É casado com a médica Patrícia Silva e tem três filhos, todos eles vivendo e trabalhando em Maputo.



12:00H | Quando a poesia muda de pele

Programa Literário 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Inês Fonseca Santos / Rui Cóias

Moderação: Blanca Luz Pulido

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É comum dizer-se em Portugal que o horizonte expectável para as vendas de um livro de poesia são 300 exemplares. Será este cenário um exagero ou o retrato de uma triste realidade? Ao longo das últimas décadas, a poesia tem perdido leitores, espaço nas livrarias e atenção por parte das editoras. O que levou a poesia a ficar confinada a um nicho? Será que a sociedade contemporânea não dá o tempo e o silêncio que a leitura de poesia requer? Terão os poetas criado um espaço de metapoesia, onde os leitores têm dificuldade em entrar e reconhecer-se? Terá sido o ensino de literatura e língua portuguesas, de forma árida, que conduziu ao desinteresse das últimas gerações de leitores? Apesar de todas as questões que a agonia da poesia suscita, várias micro editoras têm tentado criar circuitos alternativos para a distribuição das suas edições.



13:00H | Ópio, desejo ou vontade?

Programa Literário 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Masterclass |

Convidados: Fernando Ribeiro

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«Foi numa simples carteira de Escola que eu e muitos alunos Portugueses contactámos com a obra do Pessoa. Felizmente, não estava distraído e deixei-me levar pela bruma do tédio do progresso, do spleen das viagens. Antes de uma descoberta mais plena da multiplicação Pessoana, arrisquei, em 1996, fazer um tema que citaria uma quadra de Pessoa (Opiário, Álvaro de Campos). Essa canção, a que chamei Opium, versava a influência e presença das substâncias proibidas na criação do Romantismo poético. Tornou-se, talvez, a maior canção de sempre dos Moonspell.
É desse ainda outro Pessoa, do prestígio das suas palavras, lunares, que venho aqui prestar culto e testemunho. O Português é, por excelência, um desassossegado, um otimista melancólico que escreve sobre as profundezas mas sorri à mesa. É dessa viagem inesperada de Moonspell com Pessoa, a bordo do vapor da música Metal/Gótica que vos venho falar.»



16:00 | 20:30 | A toca do lobo, de Catarina Mourão

Programa Ciclo de Cinema Dia 30 novembro

Cineforo | Cinema

A toca do lobo, de Catarina Mourão

Sessões 16:00 | 20:30

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Sinopse
Todas as famílias guardam segredos. A minha não é exceção. Primeiro descubro um velho filme de 9.5 mm, depois redescubro os velhos álbuns de infância da minha mãe onde as fotografias me parecem todas ilusões óticas. Mais tarde o meu avô que nunca conheci revela-se e fala comigo num estranho programa de televisão. Entre passado e presente, tento dar um sentido àquilo que vou descobrindo e aos silêncios e portas fechados que continuo a defrontar.

Ficha Técnica
Documentário, Ficção, 2015, Portugal, 102’
Realização | Catarina Mourão
Argumento | Catarina Mourão
Fotografia | João Ribeiro, Catarina Mourão
Som | Armanda Carvalho
Montagem | Pedro Duarte, Catarina Mourão
Música | Bruno Pernadas
Produção | Laranja Azul
Coprodução | Maria Ribeiro Soares
Elenco | Catarina Mourão, Maria Rosa Figueiredo
Link



17:00H | Uma poesia sem atributos

Programa Literário 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Ana Luísa Amaral / Vasco Gato

Moderação: Blanca Luz Pulido

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Quais devem ser as qualidades da poesia? É suposto a poesia ter determinadas qualidades? No início deste século foi publicada em Portugal a antologia Poetas sem qualidades, um manifesto em defesa do regresso ao real e ao quotidiano na poesia, com um ataque ao que se supõe ser um status quo poético nacional, uma obra que permitiu, de resto, que se voltassem a assistir a polémicas literárias como o país já não via há muito. No universo literário português é a poesia que alimenta as mais belicosas e virulentas discussões. Cavam-se trincheiras, afiam-se manifestos e as editoras nascem e morrem de acordo com o resultado dessas batalhas, deserções e traições. Mas onde fica a poesia no meio de todas estas polémicas? O que fica deste empenho quase programático? Ou por outro lado, a melhor poesia portuguesa continua a ser feita longe destes debates e questiúnculas?



17:30H | Cada geração reinventa o mundo?

Programa Literário 30 novembro

Salão 1 | Conversa |

Convidados: Hélia Correia / João Tordo

Moderação:

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Todos nós sabemos que as gerações se vão distinguindo de diversas formas. Em Portugal, uma das diferenças mais marcantes prende-se, provavelmente, com a Revolução de 25 de Abril de 1974. Viver em ditadura é uma experiência demasiado marcante para não influenciar quem conheceu essa realidade na pele. As gerações nascidas depois da Revolução dos Cravos, libertas da opressão da ditadura, conheceram uma experiência muito diferente. Neste encontro de gerações vamos pôr lado a lado Hélia Correia, prémio Camões, e João Tordo, prémio José Saramago. Hélia é uma romancista e poeta enamorada pela geração dos pré-rafaelitas e pela Grécia. João é um escritor marcado pela literatura norte-americana, pelos ambientes negros e cosmopolitas. O que na experiência de ser português ajudou a desenhar os caminhos literários destes dois escritores? Ou será que a literatura está imune ao desenho das fronteiras e o contexto sociocultural tem um papel muito menos decisivo?



18:00H | Vinhos de Portugal: para além do Cabernet e do Merlot

Programa Empresarial Dia 30 novembro

Hotel Hilton (sala Europa) | Prova de vinhos | Sujeita a convite

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A AICEP, em estreita articulação com a VINIPORTUGAL e com a rede de importadores, distribuidores locais e parceiros estratégicos, irá realizar uma prova para compradores onde serão apresentados vinhos das gamas média/alta e alta, com o objetivo de aumentar a sua procura e presença junto do consumidor final.
Os vinhos portugueses, possuidores de um património de mais de 250 castas autóctones, são capazes de proporcionar uma experiência única, quer pelo modo como tiram partido da diversidade de terroirs e castas portuguesas, quer pelas técnicas e pessoas que os elaboram.
Na sua diversidade são versáteis e gastronómicos e na qualidade são dos melhores do mundo.



18:00 | Os Maias, de João Botelho

Programa Ciclo de Cinema Dia 30 novembro

Cineforo | Cinema

Os Maias, de João Botelho

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Sinopse
1825 As origens da família Maia. 1847 O suicídio de Pedro da Maia. A mulher, Maria Monforte, foge para Itália levando a filha Maria Eduarda de 2 anos deixando-lhe o recém nascido Carlos Eduardo nos braços. 1875 A vida ociosa de Carlos da Maia, e do seu amigo, o extravagante João Ega, condutor e manipulador de extraordinárias peripécias. A paixão de Carlos da Maia por sua irmã Maria Eduarda. A morte de Afonso. Comédia e tragédia de família Maia, comédia e tragédia de Portugal. 1885 A expiação portuguesa. A grande e melancólica invenção de Eça.

Ficha Técnica
Portugal, 2013, 180’, STEREO
Realizador | João Botelho
Produção | AR DE FILMES
Guião | João Botelho
Vozes | Jorge Vaz de Carvalho
Actores | Graciano Dias, Maria Flor, Pedro Inês, Hugo Amaro, João Perry, Maria João Pinho, Adriano Luz, Marcello Urgeghe
Argumento e Diálogos | João Botelho
Fotografia | João Ribeiro
Música | Diogo Vida
Montagem | João Braz
Produtor (pessoa singular) | Alexandre Oliveira
Financiamento | ICA/Câmara Municipal de Lisboa/Banco Montepio
Vendas | Ar de Filmes Lda.
Site | www.ardefilmes.org
Estreia | 2014-09-04



18:00H | Leitura por Ana Margarida de Carvalho

Programa Literário Dia 30 novembro

Pavilhão de Portugal | Leitura |

Convidado: Ana Margarida de Carvalho
Moderação: Luísa Mellid Franco

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A força de um texto na respiração, tempo e voz de Ana Margarida de Carvalho
Faço parte do clube dos que acreditam que a palavra tem a valência de mil imagens. Faço parte do clube que considera que a ficção não é um refúgio. Pelo contrário, a realidade é que é um refúgio para quem não tem imaginação. Como diria o poeta Carlos Queirós, em forma de oração: «Livrai-me também /De quem me detém /E graça não tem, /E mais de quem não/ Possui nem um grão/ De imaginação». Durante 25 anos fui jornalista, levei o jornalismo demasiado a sério, quando ele não queria ser levado a sério. Embora tenha tido sempre um pé na ficção, através dos guiões de cinema que escrevi, das crónicas e das críticas cinematográficas, comecei a escrever tarde. Talvez demasiado tarde. Dois romances, um livro infantil, um livro de contos, um novo romance a caminho… Continuo a gostar de escrever sobre sítios onde nunca estive, em continentes que não me pertencem, em tempos que nunca vivi, em perspetivas masculinas, de gente do campo, sendo mulher e citadina. Prefiro escrever sobre o que nada sei, e conseguir a assombrar-me com o que de mais banal existe na vida. E também encontrar o que não conhecia de mim nas leituras que faço. Penso que se trata de uma forma de consolidar a rutura com a realidade. Sempre acreditando que, como dizia Saramago, o caos é uma ordem por decifrar.



19:30H | Viva México

Programa Literário 26 novembro

Pavilhão de Portugal | Masterclass

Convidado: Alexandra Lucas Coelho

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«Viva México é o livro que resultou de uma viagem transformadora, em 2010, da Cidade do México a Juárez, das montanhas de Chiapas ao Iucatán, de Oaxaca a Montálban, de Ixtipec a Juchitán. Foi o meu encontro com o mundo indígena das Américas. O meu primeiro contacto com o colonialismo espanhol. E uma experiência decisiva para logo depois ir morar para o Brasil, o maior território colonizado por portugueses.
No México estive com operárias de “maquilas” e migrantes em fuga. Sobreviventes dos cartéis e freiras. Rappers feministas e “muxes”. Crentes da Senhora de Guadalupe e zapatistas. Vendedores de Tepito e botânicos. Arqueólogos e mágicos. Nunca tinha visto o tempo abrir-se e ser passado, presente e futuro. Nenhum país me comoveu assim, desde a primeira manhã, quando fui levada pela enxurrada do metro do DF, à hora de ponta. Se é possível amar países, é um amor para sempre.»



| Consentim(i)ento — A Perda do Paraíso

Programa Artes Cénicas Dia 01 dezembro

Instituto Cultural Cabañas (claustro) | Teatro
Convidados: Cassefaz / Miguel Abreu / João Grosso / Pedro Barbeitos / Pedro Costa

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Consentim(i)ento — A perda do paraíso é um «manifesto» escrito a partir de excertos de vários sermões de Padre António Vieira e da obra de Frei Bartolomé de Las Casas, Brevíssima Relação da Destruição das Índias. O conjunto destes fragmentos selecionados revelou-nos um texto muito atual: um «manifesto» do século XXI, contra a malvadez do ser humano. Ainda que separados no tempo por mais de 130 anos (Frei Bartolomé de Las Casas é um homem do séc. XVI e Vieira um homem do séc. XVII), a verdade é que em ambos os autores assistimos à descrição da opressão, a maioria das vezes brutal e sanguinária, exercida pelos espanhóis, e pelos portugueses, sobre os indígenas das diversas terras ocupadas no continente americano. Sendo ambos os autores, na época, vozes contra essas formas de opressão e de exploração, são ainda hoje denúncias incómodas dos nossos racismos e discriminações contemporâneas.



11:00H | Entrevista a Teolinda Gersão

Programa Literário 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Teolinda Gersão

Moderação:

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Uma entrevista de vida a Teolinda Gersão, com registo informal.
Teolinda Gersão nasceu em Coimbra, estudou Germanística, Romanística e Anglística nas Universidades de Coimbra, Tübingen e Berlim, foi Leitora de Português na Universidade Técnica de Berlim, assistente na Faculdade de Letras de Lisboa e, depois de provas académicas, professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa, onde ensinou Literatura Alemã e Literatura Comparada.
Além da permanência de três anos na Alemanha, viveu dois anos em São Paulo, Brasil, e conheceu Moçambique, onde decorre o romance de 1997 A Árvore das Palavras.
Autora sobretudo de romances, publicou coletâneas de contos (Histórias de Ver e Andar, A Mulher Que Prendeu a Chuva e Prantos, Amores e Outros Desvarios).
Quatro dos seus textos foram adaptados ao teatro e encenados em Portugal, Alemanha e Roménia.
Três dos contos deram origem a curtas metragens (por Simão Cayatte e Pedro Sarrazina).
Recebeu alguns dos mais importantes prémios literários do seu país (entre os quais, por duas vezes, o Prémio de Ficção do Pen Club, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco, o Prémio Máxima de Literatura, os Prémios de Ficção das Fundações Inês de Castro e António Quadros, o Prémio Fernando Namora e o Prémio Vergílio Ferreira; foi ainda finalista do Prémio Europeu de Romance Aristeion e recebeu o Marquis Lifetime Achievement Award).
Foi escritora-residente na Universidade de Berkeley em 2004.
Está traduzida em catorze países e representada nas antologias: New Sudden Fiction — Best Short Stories from America and Beyond; Take Six, Portuguese short-stories; Gendaikikakushitsu Publishers, 2018; Lisbon Tales; Best European Fiction. Está presente em dicionários como: Dicionário de Literatura Portuguesa; BIBLOS, Enciclopédia Verbo de Literaturas de Língua Portuguesa; Dicionário de Literatura; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. III; Chronology of Portuguese Literature 1128-2000; Guide to Women’s Literature Throughout the World, 2000 Outstanding Writers of the 20th Century; International Authors and Writers Who’s Who, 17th; Marquis Who’s Who in the World; Dictionary of Literary Biography – Portuguese Writers, vol. 287.



12:00H | A via paralela

Programa Literário 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: José Javier Villarreall / Margarida Vale de Gato

Moderação: Blanca Luz Pulido

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Há muito que, por questões de mercado, as grandes editoras abrandaram na edição de livros de poesia. Salvaguardado algumas, poucas, honrosas excepções, a poesia não é uma prioridade e cinge-se muitas vezes à produção de antologias e obras completas de autores consagrados. Quando se reduz a margem de publicação, são os jovens poetas que mais sofrem, sendo quase impossível a entrada numa editora estabelecida. Haverá um caminho alternativo para os poetas? Portugal não está sozinho neste processo e vários países europeus constituíram redes de microeditoras e distribuição alternativa em livrarias independentes. É este o futuro, ou melhor, o presente da poesia? Estão os poetas condenados a criar a sua própria editora, com grupos de autores capazes de construir um catálogo e uma rede de distribuição nacional? Como estão os poetas a ver estas alterações na forma de editar poesia?



13:00H | E o vencedor é…, o papel dos prémios literários

Programa Literário 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Ana Margarida de Carvalho / João Tordo

Moderação:

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Fala-se de prémios literários e uma onda de perguntas, e suspeições, surge na cabeça de vencedores, preteridos e de quem está a assistir. O que podem os prémios fazer pela carreira de um escritor e o que significam? Serão os prémios uma questão de qualidade ou popularidade? Escreve-se para ser lido, para vender livros ou para ganhar prémios? É possível conciliar todos os prismas? Quem fica de fora é tão bom como o vencedor? Dependerá a vitória do júri, da atualidade política e social, dos humores e amores de quem decide? Ao longo de cerca de uma hora, o vencedor do prémio José Saramago pelo romance As três vidas, e Ana Margarida Carvalho, vencedora por duas vezes do Grande Prémio de Romance e Novela Associação Portuguesa de Escritores, dão-nos a sua perspetiva, sem deixar de falar do seu caso particular.



15:00H | Apresentação das Antologias Poesía del ahora. Poetas de Portugal y México y Mujeres poetas. Voces de Portugal y México (Ediciones Eternos Malabares)

Programa Literário Dia 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Apresentação

Convidados:

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Presentamos en la FIL 2018 las antologías binacionales Poesía del ahora. Poetas de Portugal y México y Mujeres poetas. Voces Portugal y México, antologías bilingües con autores de Portugal y México.
Se trata de un proyecto realizado por Ediciones Eternos Malabares, editorial independente mexicana que tradujo con el apoyo de DGLAB la obra de importantes autores portugueses y mexicanos.
Se trata de dos compilaciones bilingües que muestran la riqueza de dos tradiciones literarias que se complementan.
Los antologadores Ricardo Venegas, Sandra Santos y Tania Jasso, junto con algunos autores incluídos en estas compilaciones,se darán cita para hablar de dos libros que reflejan los panoramas de la poesía que se escribe en Portugal y México.
30 autores portugueses y 30 mexicanos se congregan en el uso de la voz y nos convocan a leerlos y escucharlos.



16:00 | 20:10 | Filme do desassossego, de João Botelho

Programa Ciclo de Cinema Dia 1 dezembro

Cineforo | Cinema

Filme do desassossego, de João Botelho

Sessões 16:00 | 20:10
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Sinopse
Lisboa, hoje. Um quarto de uma casa na Rua dos Douradores. Um homem inventa sonhos e estabelece teorias sobre eles. A própria matéria dos sonhos torna-se física, palpável, visível. Filme desassossegado sobre fragmentos de um livro infinito e armadilhado, de uma fulgurância quase demente mas de genial claridade.

Ficha Técnica
Portugal, 2010, 118′, STEREO
Realizador | João Botelho
Produção | AR DE FILMES
Co-Produção | AR DE FILMES
Actores | Cláudio da Silva, Pedro Lamares, Ricardo Aibéo, Suzie Peterson, Manuel João Vieira, Sérgio Grilo, Sofia Leite, Cláudia Clemente, António Pedro Cerdeira, Maria Antunes, André Gomes, Valéria Brites, Miguel Moreira, Mónica Calle, Margarida Vila-Nova, Jo
Argumento e Diálogos | João Botelho
Fotografia | João Ribeiro
Músicas originais interpretadas por: Carminho, Caetano Veloso; Ricardo Ribeiro, Lula Pena, Angélica Neto, Elsa Cortez, Coro Ricercare
Montagem | João Braz
Produtor (pessoa singular) Alexandre Oliveira
Financiamento | ICA, CML, Gulbenkian, RTP
Vendas /| Ar de Filmes – ardefilmesgeral@sapo.pt
Site | www.ardefilmes.org/filmedodesassossego.html
Estreia | 2010-10-01



16:00H | Entrevista a Germano Almeida

Programa Literário 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Germano Almeida

Moderação:

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Uma entrevista de vida a Germano Almeida, com registo informal.
Germano Almeida nasceu na Ilha da Boavista em 1945. Licenciou-se em Direito na Universidade Clássica de Lisboa. Vive em S. Vicente, onde exerce a profissão de advogado.
Publica as primeiras Estórias na Revista Ponto & Vírgula, assinadas com o pseudónimo Romualdo Cruz. Estas estórias, depois de revistas e reescritas, às quais se acrescentaram algumas inéditas, foram publicadas em 1994 com o título A Ilha Fantástica, que, juntamente com A Família Trago, em 1998, recriam os anos de infância e o ambiente social e familiar na ilha da Boavista. Mas o primeiro romance publicado por Germano Almeida foi O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo, em 1989, que marca a rutura, não só com os tradicionais temas cabo-verdianos da fome, da emigração, e do eterno dilema dos ilhéus, dilacerados entre o partir e o ficar, mas também com uma narrativa excessivamente descritiva, linear e sisuda.
O Meu Poeta (1990), Estórias de Dentro de Casa (1996), A Morte do Meu Poeta (1998) e As Memórias de um Espírito (2001) formam o que se pode considerar o ciclo mindelense da obra do autor. Em traços gerais, podemos dizer que o primeiro e segundo títulos retratam a vida pública e política de Mindelo, enquanto as Estórias nos remetem para a esfera do doméstico e as Memórias para a esfera da vida íntima. A ideia de ciclo é ainda reforçada pelo facto de muitas das personagens circularem com maior à-vontade por estes quatro livros.
O Dia das Calças Roladas (1992) e Os Dois Irmãos (1995) são estórias que têm por base episódios reais, no ambiente rural de Santo Antão e Santiago, respetivamente, e em que, na qualidade de advogado, tomou parte. Estóreas Contadas, de 1998, (55 crónicas selecionadas de entre as publicadas no jornal Público) e Dona Pura e os Camaradas de Abril, 1999, o mais pícaro dos seus romances, Viagem pela História das Ilhas, de 2003, o O Mar na Lajinha, 2004, EVA, 2006, completam a obra publicada pelo autor até o momento e todas os seus livros o título que desde sempre reclamou, o de contador de estórias. De facto, a presença ativa e manipuladora do narrador, é uma das características mais marcantes da sua escrita. Irónico e trocista, é capaz de manter o tom coloquial de quem conta uma estória, domina perfeitamente o tempo narrativo, mesmo quando os acontecimentos são contados do fim para o princípio em permanentes e inesperados saltos. Antecipa-se para nos surpreender, outras vezes recua para nos fornecer pormenores necessários à compreensão dos factos. Manipula a realidade e a ficção, como se de infindável jogo de espelhos se tratasse, fundindo, distorcendo, recriando.



17:00H | Entrevista a João Pinto Coelho

Programa Literário 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: João Pinto Coelho

Moderação: Luísa Mellid Franco

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Uma entrevista de vida a Entrevista a João Pinto Coelho, com registo informal.
João Pinto Coelho nasceu em Londres em 1967. Frequentou Belas-Artes e licenciou-se em Arquitetura, tendo passado algumas temporadas nos EUA, onde chegou a trabalhar num teatro profissional perto de Nova Iorque. Viveu a maior parte da sua vida em Lisboa, residindo atualmente numa aldeia do norte de Portugal.
Em 2017, venceu o Prémio LeYa com o romance Os Loucos da Rua Mazur. A narrativa parte de um acontecimento verídico ocorrido na Polónia ocupada por soviéticos e nazis, ao descrever o massacre da comunidade judaica de Jedwabne. Por altura da sua publicação, o romance e o seu autor foram alvos de um ataque violento por parte da imprensa polaca, por ter sugerido o envolvimento de cidadãos desse país na perseguição aos judeus durante o período do Holocausto. Motivou igualmente uma carta aberta do Embaixador da República da Polónia em Lisboa, na qual as opiniões públicas do autor sobre o assunto voltam a ser contestadas. Na resposta, Pinto Coelho reafirmou aquilo que disse e escreveu, e, apesar da crescente polémica, continua a bater-se contra o revisionismo e institucionalização da verdade histórica que se verifica na Polónia e que deu origem à recente lei que criminaliza qualquer um — nacional ou estrangeiro — que proponha versões divergentes à versão oficial da História.
O interesse de João Pinto Coelho pelo tema do extermínio dos judeus na Europa tem mais de trinta anos. Em 2009 e 2011 integrou duas ações do Conselho da Europa em Auschwitz (Oswiécim), trabalhando de perto com diversos investigadores do Holocausto e tendo realizado várias intervenções públicas sobre a matéria. Nesse mesmo período, concebeu e implementou o projecto Auschwitz in 1st Person / A Letter to Meir Berkovich, que juntou jovens portugueses e polacos e o levou de novo à Polónia, às ruas de Oswiécim e aos campos de concentração e de extermínio. É nesse ambiente que decorre o seu primeiro romance, Perguntem a Sarah Gross, finalista do Prémio LeYa em 2014, nomeado para Melhor Livro de Ficção Narrativa em 2015 pela Sociedade Portuguesa de Autores e escolhido para representar Portugal, em 2016, no Festival do Primeiro Romance de Chambéry. Nesse livro, Pinto Coelho conta a história de Oswiécim no período entre guerras, e de como se transforma uma cidade feliz no símbolo material mais eloquente do Holocausto nazi: Auschwitz.
Desde 2015, o autor tem percorrido dezenas de escolas de norte a sul do país para falar desta temática e da forma como a ficção literária se situa perante o grande desastre humano.



17:30H | Todas as histórias

Programa Literário 1 Dezembro

Salão 1 | Conversa

Convidados: Mia Couto

Moderação:

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Somos conscientemente enganados e abnegadamente gostamos de passar pela experiência. Uma e outra vez. Mitómanos, mentirosos, falsos, num jogo de enganos e espelhos, os escritores urdem a armadilha e nós deixamo-nos conduzir pela imaginação do escritor. Um engodo que conhecemos, e com o qual evoluímos desde o início dos tempos, e que continua a ser o motor de toda a ficção. Ao mesmo tempo há um discurso dos autores em nome de uma verdade literária, de uma autenticidade da autoria, de um regresso do quotidiano à literatura (na poesia, nos diários em forma de romance). Em que ficamos? O romance é a casa dos fingidores, ou, pelo contrário, é um espaço onde só a verdade garante uma relação forte com o leitor?
Como um monumento que se constrói ao longo de muitos anos, os escritores vão delineando, página a página, a sua teia de intrigas.



18:00H | Leitura por João Tordo

Programa Literário Dia 1 dezembro

Pavilhão de Portugal | Leitura |

Convidados: João Tordo

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A força de um texto na respiração, tempo e voz de João Tordo.
Dizem que pertenço à «nova geração» de autores portugueses, embora tenha começado a escrever as primeiras histórias aos 6 anos — há trinta e sete anos, portanto. Sinto-me, por isso, parte de uma velha geração, daquelas que começam demasiado cedo. Durante vinte e oito anos não publiquei uma linha, embora sentisse que, um dia, podia vir a ser escritor. Aconteceu então, com o meu primeiro livro, escrito entre Londres e Nova Iorque. E o segundo, e o terceiro. Quando fiz 33 anos, essa idade célebre, recebi o Prémio José Saramago e tive o prazer de passar o dia com o único Prémio Nobel de língua portuguesa. Foi um enorme incentivo para continuar a escrever, e um dedo na ferida: algum dia eu estaria à altura de um génio? Descobri que não: que, para o resto da vida, serei apenas eu — alguém que escreve romances como respira, que traz para o mundo um mundo interior, por vezes negro, noutras vezes cheio de luz. Publiquei onze romances; este ano, O Luto de Elias Gro foi traduzido em Espanhol, bem como As Três Vidas. No meu último livro, Ensina-me a Voar Sobre os Telhados, há um japonês que quer voar e um português que quer reconciliar-se com um filho surdo. É assim a minha ficção: mistura tempos e geografias, à procura de qualquer coisa eterna e indizível. Tenho 43 anos e chamo-me João.



18:00 | Correspondências, de Rita Azevedo Gomes

Programa Ciclo de Cinema Dia 1 dezembro

Cineforo | Cinema

Correspondências, de Rita Azevedo Gomes

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Sinopse
O filme foi inspirado pelas cartas trocadas entre dois poetas maiores da língua portuguesa, Sophia de Mello Breyner Andresen e Jorge de Sena, durante os anos de exílio deste último (1957-78).
Por razões políticas e circunstâncias da vida, Jorge de Sena viu-se forçado a partir para o Exílio. Foi primeiro para o Brasil e, mais tarde, para os E.U.A., onde seguiu carreira académica. Sena nunca conseguiu voltar para o seu país.Por razões políticas e circunstâncias da vida, Jorge de Sena viu-se forçado a procurar exílio, indo primeiro para o Brasil (1957), e depois para os E.U.A. (1965), onde prosseguiu carreira académica. Acabou por morrer sem ter conseguido voltar para Portugal, como era seu desejo. Durante esses quase vinte anos (1957-78), manteve com Sophia de Mello Breyner Andresen contínua correspondência. O filme parte, precisamente, dessas cartas.
Cartas essas que evidenciam a firmeza com que sempre defenderam valores e ideais que os uniam e a intransigência na persistente luta pela liberdade, ao longo dos anos, que foram os do salazarismo. Por vezes são cartas de confronto ou divergência de opiniões. Mas são, sobretudo, cartas de saudade das quais emana uma profunda afinidade entre dois seres. Estamos perante esse sentimento raro, a Amizade, que sobrevive ao tempo, à ausência e à distância e que ambos souberam preservar até à morte.
Através da justaposição de poemas e de passagens das cartas, o filme estabelece um extenso diálogo, no «desejo de suprir anos de distância em horas de conversa». Ao mesmo tempo, revela outro género de correspondências com as nossas próprias vidas, ficcionando sobre as ligações e correntes que nos mantêm juntos.



18:30H | As mulheres na literatura portuguesa

Programa Literário 1 Dezembro

Salão 1 | Conversa |

Convidados: Inês Fonseca Santos / Isabel Rio Novo

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Não conseguimos prometer que o movimento #metoo não venha à baila, mas prometemos que, sob o prisma e do lugar que as mulheres ocupam na literatura portuguesa, olharemos para toda a literatura portuguesa, pelos olhos de duas das grandes escritoras portuguesas. Estarão as mulheres sub-representadas na literatura portuguesa? E de que forma são retratadas nos romances? Estarão as mulheres em igualdade de acesso ao meio editorial e literário ou, na verdade, continua a sociedade a impedir as mulheres de competir em igualdade por um espaço? É verdade que existem grandes personagens femininas que foram desenhadas por mãos masculinas, mas não será menos verdade que as mulheres sempre tiveram dificuldades, ao longo dos séculos, em serem vistas para lá dos papéis e sociais e familiares que ocupavam. Duas escritoras refletem sobre o caminho que falta fazer.



19:30H | Entrevista a Valter Hugo Mãe

Programa Literário 1 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Entrevista |

Convidados: Valter Hugo Mãe

Moderação:

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Uma entrevista de vida a Valter Hugo Mãe, com registo informal.



| Consentim(i)ento — A Perda do Paraíso

Programa Artes Cénicas Dia 02 dezembro

Instituto Cultural Cabañas (claustro) | Teatro
Convidados: Cassefaz / Miguel Abreu / João Grosso / Pedro Barbeitos / Pedro Costa

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Consentim(i)ento — A perda do paraíso é um «manifesto» escrito a partir de excertos de vários sermões de Padre António Vieira e da obra de Frei Bartolomé de Las Casas, Brevíssima Relação da Destruição das Índias. O conjunto destes fragmentos selecionados revelou-nos um texto muito atual: um «manifesto» do século XXI, contra a malvadez do ser humano. Ainda que separados no tempo por mais de 130 anos (Frei Bartolomé de Las Casas é um homem do séc. XVI e Vieira um homem do séc. XVII), a verdade é que em ambos os autores assistimos à descrição da opressão, a maioria das vezes brutal e sanguinária, exercida pelos espanhóis, e pelos portugueses, sobre os indígenas das diversas terras ocupadas no continente americano. Sendo ambos os autores, na época, vozes contra essas formas de opressão e de exploração, são ainda hoje denúncias incómodas dos nossos racismos e discriminações contemporâneas.



12:00H | A poesia é para preguiçosos

Programa Literário 2 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: João Luís Barreto Guimarães / José Javier Villarreal

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Há quem defenda que a poesia será o grande esforço de condensação, uma espécie de singularidade plena de energia que espoleta o big-bang literário, criando o nosso universo e de caminho toda a literatura. Está lá tudo e nada mais é necessário. Outros, por seu lado, consideram a poesia uma coisa meio preguiçosa, como se os poetas não passassem de gente pachorrenta que não quer perder tempo a escrever muitas páginas. Mas será assim tão garantido que é mais rápido escrever um poema do que escrever um romance? Serão os poetas uns diligentes preguiçosos e os romancistas uns aturados trabalhadores, ou estes últimos só escrevem muito porque não foram bafejados pela síntese e pela concisão? O premiado João Luís Barreto Guimarães, considerado pelos leitores, pela crítica e pelos pares uma das grandes vozes poéticas portugueses da atualidade, estará à conversa com o também poeta e ensaísta José Javier Villarreal.



18:00H | Leitura por Rui Cardoso Martins

Programa Literário Dia 2 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Leitura |

Convidados: Rui Cardoso Martins

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A força de um texto na respiração, tempo e voz de Rui Cardoso Martins.
Sou o que se chama em português, num ramo mais manual, um «faz-tudo». Escrevo romances, contos, crónicas, reportagem, teatro, cinema, televisão, comédias e tragédias. Apesar das diferenças de código e de grau de realidade, desde que a verdade seja expressa o espírito é comum. Por exemplo, há muito que quero conhecer Guadalajara porque há vinte anos estive na Fiesta de Los Muertos (Morelia, Oaxaca, Janítzio, Sierra Mazateca) e numa praça da Ciudad de México fui cercado por centenas de mariachis disputando-me, com alguma violência, para uma canção de amor… Escrevo contra a maldade e a ignorância que estão dentro de mim. Escrevo também a favor delas, são adversários magníficos a quem foram dados muitos anos de avanço. Escrevo porque me pediram para escrever e porque me pediram para não escrever. Escrevo porque tenho muitos amigos e alguns deles são um pouco malucos. E tenho filhos e pais e irmãs e mulher. Escrevo porque viajei e vi injustiça e sofrimento. Não serve de nada escrever sobre desgraças, mas algum nada temos de fazer. Muito do sofrimento que vi é meu e português e mundial. Também faz rir, mas acredito que o humor é aprofundar, não aligeirar. Escrevo contra as pessoas parvas. E pelos vivos e pelos mortos, as pessoas vivem e de repente morrem-nos. E o mar tem peixes e os bosques pássaros e os esgotos ratos. Escrevo porque é uma profissão interessante, há de certeza melhores, mas não me calharam nem podia ser.



13:00H | S.O.S. literatura

Programa Literário 2 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Isabel Rio Novo

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Se decidirmos contar com a literatura para nos salvarmos, o mais certo será morrermos afogados. Ou queimados. Ou irritados, pela pouca clareza da resposta. Como explicou Pedro Mexia, um dos grandes intelectuais portugueses, «Uma pessoa que confunda a literatura com a vida tem uma patologia», logo, diríamos nós, alguém que confunda uma caixa de comprimidos com um livro de poemas, também. No entanto, a biblioterapia está aí, cheia de pujança, garantido que podemos deixar de lado as drogas, pois depressão, mal-estar e dores de cabeça podem ser resolvidos com o poema certo, com o romance que sempre ignorámos. Não importando para a discussão, ou talvez sim, a enorme responsabilidade de que os livros poderão salvar o mundo, talvez possamos admitir que mesmo que não consigam chegar a esse ponto, pelo menos tornam-no bem melhor. Já recorreu à literatura para atenuar a dor que teve no pé?



17:00H | O romance criminoso

Programa Literário 2 Dezembro

Pavilhão de Portugal | Conversa

Convidados: Elmer Mendonza / Miguel Miranda

Moderação:

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Os portugueses gostam de se apresentar como um povo de brandos costumes (embora haja o mito de que a nossa história teve como base um caso de violência doméstica entre mãe e filho, rainha e rei). Um povo hospitaleiro e tranquilo. Uma realidade que está por provar mas que acaba por parecer ditar um desinteresse dos escritores pelo policial. Ainda que sejam muitos os leitores de policiais, novelas negras e thrillers, não são muitos os autores a adoptar este género maldito. À semelhança do que acontece nos óscares, onde os dramas parecem ter prioridade sobre as comédias, na literatura o romance policial continua a ser percecionado como um género menor e não há Chandler, Hammet ou Le Carré que o salvem. O que leva um escritor a optar por um género de má fama e como se destrói esse estigma? Um debate intrigante e que exige a utilização das celulazinhas cinzentas. Elementar.



21:00H | Kátia Guerreiro e Mariachi Los Tapatíos: Paloma del Rio, Ugo Rodríguez e Pascual Reyes

Programa Foro FIL Dia 2 Dezembro

Foro FIL | Concerto |
Convidados: Kátia Guerreiro e Mariachi Los Tapatíos: Paloma del Rio, Ugo Rodríguez e Pascual Reyes

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Katia Guerreiro
Unanimemente reconhecida como uma das mais importantes fadistas do novo milénio, Katia Guerreiro é, acima de tudo, uma das maiores embaixadoras do fado e de Portugal nos mais variados palcos e círculos culturais internacionais.
Com cerca de 18 anos de carreira, o percurso de Katia tem sido feito nos grandes palcos nacionais e internacionais, como o Coliseu dos Recreios, a Ópera de Lyon, Ópera de Rennes, Ópera de Vichy, Ópera de Ancara, no Olympia de Paris, e muitos mais.
Tal trajeto tornou-se fulcral na divulgação e exposição do fado, abrindo caminho para o sucesso luso que hoje registamos nas constantes visitas e digressões de vozes nacionais a palcos e públicos estrangeiros.
Mariachi Los Tapatíos
Los Tapatíos se respalda con la herencia de varias generaciones de músicos, y con la pasión, el orgullo y la inquietud por preservar la tradición de la cultura del mariachi, la cual ha trascendido allende las fronteras. Ha sido escuela para varias generaciones de jóvenes músicos, y se han presentado en diversos escenarios de México y el mundo, acompañando a prestigiados cantantes del género.
Su director, Armando Cervantes, es etnomusicólogo, y ha sido director de los talleres de música del Encuentro Internacional del Mariachi y la Charrería por catorce años consecutivos, y maestro de ejecución de instrumentos en el mismo. Ha sido director musical del Encuentro Nacional de Mariachi Tradicional de la Secretaria de Cultura Jalisco, y también director del Programa de Mariachi de la Universidad Autónoma de Guadalajara por diez años, entre otros cargos. Contribuyó para que el mariachi fuera incluido en la lista representativa de Patrimonio Cultural Inmaterial de la Humanidad ante la Organización de las Naciones Unidas para la Educación y la Cultura (UNESCO).
El Mariachi Los Tapatíos vestirá el espectáculo de canciones tradicionales emblemáticas de este género, en la FIL 2018. Los intérpretes serán los cantantes mexicanos Paloma del Río, (cantante solista de mariachi), Ugo Rodríguez (Azul Violeta, Mariachi Rock-O) y Pascual Reyes (San Pascualito Rey).